Capítulo 6 - Isaac

932 Words
Me sento no escritório da minha nova casa, respiro fundo, estou criando coragem para recomeçar, agora é um novo ciclo da minha vida e eu preciso ser forte para não desistir. Eu sou um cara muito família e ficar longe da minha vai ser difícil. Me lembro de ontem quando tomei essa decisão, não foi fácil, mas foi totalmente necessária. Não poderia e não ia conseguir conviver com Liz, não depois do que aconteceu entre a gente. *lembranças on* Dou partida no carro sem olhar para trás, minha decisão já está tomada. Entro em casa e meus pais estão sentados à mesa junto com minhas irmãs. — Bom dia! — Bom dia! — Respondem como em um coral. — Vamos ao escritório para conversar — Meu pai se antecipa. — Calma Ítalo, o menino m*l entrou em casa — Minha mãe o repreende. — Tudo bem mãe — A tranquilizo — Vamos pai. Entramos no escritório e nos sentamos para conversar. — Eu vou pai! — Despejo de uma vez. — Vai? — Pergunta desconfiado. — Sim. — Sem reclamar ou questionar? — Sim. — Tem certeza? — Você quer que eu desista? — Não, claro que não! É só que você aceitou muito rápido, nem precisei argumentar. — Então estamos decididos, fale com o nosso piloto, vou hoje a noite — Informo. — Porque tão rápido filho? — Quero ter mais tempo para me organizar. — Aconteceu alguma coisa? — Não! — Isaac, eu te conheço, aconteceu alguma coisa com você e Liz? — Porque tudo vocês tem que envolver a Liz? — pergunto nervoso. — A única capaz de te enlouquecer é ela. — Não aconteceu nada pai, agora vou subir e arrumar minhas coisas. Minha mãe entra. — Você vai mesmo meu filho? — Pergunta com os olhos cheios de lágrimas. — Vou cuidar dos nossos negócios, mãe — A abraço forte. — Fica filho. — Isabelly, está jogando contra ou a favor? — Meu pai pergunta. — Se eu tiver que ficar longe do meu filho, jogarei contra. — Relaxa mãe, eu venho visitar vocês e vocês também podem ir me visitar. — A Liz sabe disso? Mais que droga, todo mundo tem que tocar no nome dela. — Minha decisão já está tomada, mãe, nem Liz é capaz de mudá-la. O que é totalmente mentira. — Ela vai com você? — O que?! Claro que não mãe, Liz tem a vida dela aqui, os sonhos dela. — Você vai ficar bem longe dela? — Mãe, vou ficar bem, vou arrumar minhas coisas — Desconverso. — Quando você vai? — Hoje. — Porque tão rápido? — Porque é preciso mãe, te amo tá? — Também te amo filho! Melhor cortar o assunto de uma vez, minha mãe é muito curiosa, não vai sossegar enquanto não tirar toda a verdade de mim. — Katherine vai junto — Informa meu pai. — Por qual motivo? — Pergunto surpreso. — Ela trabalha com você e trabalha bem, você vai precisar de uma secretária competente e de confiança, fiz a proposta e ela aceitou. — Tanto faz. Subo para arrumar minhas coisas, entro no meu quarto e de cara vejo o quadro ao lado da cama com uma foto minha e de Liz. Eu a amo, amo muito, mas não suportarei ficar perto dela sem poder tocá-la, sem tê-la para mim, então o melhor a fazer é se afastar, se eu continuar aqui só irei me machucar e consequentemente machucá-la também e eu não quero isso, jamais a machucaria, eu a amo e não quero vê-la sofrer. O começo vai ser difícil, eu sei que vai, sempre fomos muito apegados, sempre estivemos juntos, mas o tempo vai amenizar, o tempo pode até não curar, mas ele ameniza, eu tenho total certeza. *lembranças off* Katherine bate na porta e pede licença para entrar. — Eu vou indo, amanhã cedo estarei na empresa, se precisar de qualquer coisa me liga. — Você vai para onde? — A empresa me disponibilizou um apartamento. — Porque não fica? — Aqui? Na sua casa? — Sim, a casa é enorme, não tem motivos para não ficar. — Não acho uma boa idéia, além de que seu pai pode não gostar. — Kathe, você trabalha para mim e com meu pai eu me viro depois. A casa também é enorme, se não quiser nem nos veremos. — Tem certeza senhor Cartier? — Sem formalidades, por favor. E sim, tenho certeza, escolha um quarto e se acomode, se quiser ir para a empresa comigo amanhã me espere, se caso não se sentir confortável posso disponibilizar um carro ou um motorista, não sei se você dirige — Só agora percebi que não sei nem a idade da minha secretária, que péssimo isso. — Eu posso chamar um carro por aplicativo, não se preocupe. — Eu te levo. — Senhor... — Eu a corto. — Assunto encerrado, iremos morar juntos e ir para a empresa juntos, vai ser bom ter uma companhia. Ela abre um sorriso lindo. — Obrigada! — Está com fome? — Um pouco. — Vamos comer alguma coisa e assim eu aproveito o tempo para te conhecer melhor. — Me conhecer melhor? — Pergunta com um olhar confuso. — Sim, já que vamos conviver juntos, podemos ser amigos, não? — Sim, podemos! — Sorri carinhosamente para mim e eu retribuo. Deixo meus pensamentos de lado e faço um lembrete mentalmente, tenho que mandar uma mensagem para Liz, preciso me explicar, mas pessoalmente seria impossível controlar meus sentimentos, então eu preferi que fosse dessa forma, espero que ela entenda.
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