Cap 12

1266 Words
Osvaldo Eu olhava para o rosto da minha amava Priscila deitada na cama, clama, serena, tranquila e não conseguia acreditar no que, ao mesmo tempo, a Vanessa dizia aos berros do meu lado. Eu cheguei, segundo ela, pouco tempo depois que uma “m*l caráter em busca de dinheiro” tinha saído de dentro de nossa casa, mas não sem antes falar para a minha esposa que a menina que a gente criou como filha, na verdade, não era a nossa filha, pelo menos, não de sangue. Eu deduzi quem era essa tal mulher, mesmo porque, a Vanessa só se referia a ela como m*l caráter mesmo, mas pela história, pelo tempo, só podia ser a Francisca, a mulher que por muito tempo trabalhou em minha casa e se vez, por muitas vezes, o ombro amigo da minha esposa. Sim, eu me lembro de muitas vezes, a minha Priscila me dizer que a Francisca tinha se tornado a sua confidente, sua amiga, mesmo que improvável, elas ficavam trocando experiências de gravidez, aquela mulher fez muita diferença na vida da minha esposa Por este motivo eu não acreditava que ser uma pessoa m*l caráter em busca de dinheiro a mulher que tinha soltado a história para a Priscila, mas estava mais incrédulo ainda quando ao teor da história, aonde já se viu, ela simplesmente estava afirmando que a Vanessa não era a nossa filha e que ela, deliberadamente, tinha decidido deixar a dela em nossas mãos Confesso que por muitas vezes eu me questionei sobre ter aceitado ter um filho, até mesmo a minha alegria, não por falta de amor, não, isso jamais, eu sempre amei a minha menina, sempre, só que, a sua personalidade, não era a das mais amistosas Quantas e quantas vezes eu peguei ela maltratando os nossos empregados, comprando coisas sem a mínima necessidade com a desculpa que estava estressada e precisava relaxar. Estressada de quê? Ela não trabalhava, até para terminar os estudos do ensino médio foi difícil e se que gente pedia alguma coisa extra para ela, o arrependimento batia com gosto na hora que as reclamações começavam Mesmo assim, aquelas frases saindo da boca da Vanessa, me dizendo que a Francisca tinha vindo até a minha casa e dito a história para a Priscila estava fazendo o meu peito queimar. Por mais consideração que eu podia ter, não podia deixar ela destruir aquilo que eu lutei anos para manter, para proteger, para garantir a felicidade, não Outra coisa, o fato de ela ter sido o braço direito da minha amada esposa, nada queria dizer quanto ao seu caráter, ela podia muito bem estar realmente querendo dinheiro, ela só não sabia que não era uma boa época para isso, os dias de vaca gorda se acabaram, eu estava prestes a entrar em falência Sim, o meu maior medo estava bem na minha frente, junto com outro que eu nem sabia que tinha. O ramo de investimentos não é para qualquer um, ali, é briga de leões a cada dia, cobra comendo cobra, tentando tirar da mão do companheiro, o cliente que ele conseguiu praticamente na dentada, coisa de escrúpulos zero mesmo Eu tinha arriscado, investido em um ramo novo, de sustentabilidade, energia limpa e essas coisas. Sim, foi me avisado que era uma ramo arriscado, que os lucros vinham muito mais a longo prazo do que a curto, mas eu não acreditei O momento do país não é aquele que os lucros vêm em longos prazos, os incentivos são altos e eu imaginei que, aquela história de “tenha paciência” era coisa de quem estava tentando puxar o meu tapete, não, não era, o aviso vinha de um amigo, de um verdadeiro, aquele que se importava comigo Eu me desesperei quando comecei a acompanhar as ações na bolsa, todas as minhas economias, os nossos fundos de reserva, tudo estavam aplicados nas ações deste novo investimento, mas ao invés de valorização, a desvalorização veio com tudo Eu não entendi muito bem a justificativa, só sei que tinha alguma coisa a ver com uma guerra interna entre países que faziam parte da grande economia mundial e, na boa, nesse momento, eu nem queria entender, só estava pensando em encontrar uma saída para me reerguer sem que a minha família pudesse sofrer as consequências do meu erro Quando o destino quer, ele consegue não é mesmo, enquanto eu evitava a todo custo que a Priscila sofresse com a nossa futura contenção, Deus achou melhor ela se preocupar com outras coisas, uma que podia dilacerar o seu coração Vanessa – Pelo amor de Deus pai, isso não é verdade, será que o senhor não vê? Essa mulher veio aqui em casa pensando em tirar o nosso dinheiro Osvaldo – Será que é só nisso que você está pensando Vanessa? Não consegue enxergar a sua mãe desmaiada em cima de uma cama por conta dessa história? Agora eu não tenho tempo para me preocupar com isso, eu preciso cuidar da Priscila, depois eu vejo o que eu faço Vanessa - Não papai, depois não, agora, o senhor tem que esquecer essa história e tem que mandar prender essa mulher, ela está querendo acabar com a nossa família, o senhor não pode deixar isso acontecer Não sei se foi por conta dos berros da Vanessa, mas nesse meio tempo, a Priscila acordou, meio desnorteada, com certeza, por conta da história que ela tinha escutado da Francisca Priscila – Marido... marido... Osvaldo – Eu estou aqui minha querida Eu estava parado perto da janela quando ela me chamou. Os seus olhos estavam num misto de preocupação, surpresa e... felicidade. Eu sabia o motivo, me lembro muito bem quando ela me perguntou, não foi uma e nem duas vezes, sobre a nossa Vanessa, a sua preocupação de sentir que a menina não tinha uma parte dela, que ela não se parecia conosco em nenhum aspecto. Sim, eu me lembro quando eu pedi para que ela parasse de ficar me dizendo essas coisas, que filho é uma coisa sagrada, presente de Deus, e não devemos ficar questionando os nossos presentes. Até mesmo agora, não acho sensato questionar, se Deus acha que devemos passar por esta provação, então pronto, nós passaremos Priscila – Aonde está a minha filha? Vanessa – Eu estou aqui mamãe.. Priscila – Sim... minha pequena, você está aqui... Ela disse olhando para os olhos da nossa Vanessa e segurando a suas mãos. Nossa filha quis tentar persuadir sua mãe, da mesma forma que tentou comigo, mas eu sabia, apesar de ser muito amorosa, carinhosa, a Priscila era fiel aos seus princípios, jamais ela aceitaria deixar a história para lá Priscila – Querido, por favor, me leve para conhecer a nossa outra filha, eu preciso olhar em seus olhos, preciso ver a minha menina, como será que ela está? Eu até tentei responder à minha esposa, mas não tive tempo, a raiva da Vanessa não deixou... Vanessa – Isso é um absurdo, será que vocês não vem? Essa mulher está tentando enganar vocês e sem motivo nenhum, só por gosto mesmo, para conseguir dinheiro, vocês não veem isso? Osvaldo – Não se preocupa com isso filha, nós estamos no século vinte e um, tem um jeito bem simples de a gente descobrir se isso é ou não verdade... é só fazer um teste de DNA Seus olhos se esbugalharam enquanto a minha esposa começava a se acomodar na cama. Essa era a atitude certa, a gente ia sim fazer esse teste e se, por um acaso, a Francisca fez uma barbaridade dessas, ela vai pagar por isso
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