DESNORTEADA

1032 Words
AURORA O Angelo convenceu um total de zero pessoas quando disse que aquilo não tinha nada a ver com o Mattia. Nem ele se convenceu, porque quando eu estava prestes a retrucar, ele falou: — A quem eu estou querendo enganar? Se você tivesse que trabalhar mais um único dia com aquele bastardo de m£rda, eu iria surtar. — Agora sim estamos sendo honestos — sorri. — Por falar naquele patif£, ele sabe que eu sou da máfia — ele afirmou, me deixando surpresa. — Ele nunca me falou nada — respondi. — Por que você não faz uma investigação sobre ele? — Eu irei fazer, mas agora descansa — ele falou, colocando o cobertor sobre o meu corpo. — Você não vem? — perguntei. — Sim. Só vou conferir se está tudo certo com os alarmes e as câmeras. O Angelo desceu, enquanto isso, eu marquei consulta com a Gaia e mandei um e-mail para a empresa de arquitetura onde trabalho, pedindo a minha substituição por motivos de saúde. Após isso, fiquei lendo o segundo livro da Isabela, esposa do Maxim. Minha amiga está arrasando como escritora, e já está no seu segundo lançamento. Tentei me concentrar no livro, mas o pensamento de que o Mattia sabia o tempo inteiro que o Angelo faz parte da organização, não saía da minha cabeça. Apenas as pessoas envolvidas com o submundo, sabem quem são os membros da máfia. O Angelo, o Enrico e o Maxim assumiram a pouco tempo, então seria ainda mais difícil que alguém que não fosse do submundo os conhecesse. O Angelo voltou. Ele se deitou ao meu lado. Eu tentei afastar o pensamento sobre o Mattia, por hora. — Como está se sentindo? — ele perguntou, e sem que eu esperasse, ele me puxou para que eu repousasse a minha cabeça em seu peito. — Estou bem — respondi. — A Gaia vai estar na Sicília daqui a dois dias. — Que bom. — Também já mandei um e-mail pedindo a minha substituição na catedral. — Você fez tudo isso enquanto eu estava lá embaixo? — Sim. Também já li um pouco do livro da Isa — falei, e rapidamente adormeci nos braços do meu amor. [...] TRÊS SEMANAS DEPOIS... A empresa de arquitetura que eu trabalho, prontamente enviou um arquiteto para a restauração da catedral, no dia seguinte. Eles me deram uma semana para descansar, e logo depois, me mandaram alguns trabalhos para que eu fizesse em casa, como já acontecia antes. Desde então, eu não tive mais nenhuma notícia do Mattia. Eu e o Angelo não tocamos mais no nome dele, tudo estava indo muito bem. Desde o episódio do desmaio, eu não senti mais nenhuma tontura, muito menos sensação de demaio, apenas um pouco de azia ou enjoo matinal. A Gaia também achou que o ambiente abafado da catedral poderia estar causando as tonturas. Eu diria que os últimos dias foram bem produtivos com as minhas iniciativas de seduzir o meu marido. Eu vinha fazendo ele dar algumas surtadas. Esses dias tomei banho na banheira de porta aberta, quando escutei a porta do nosso quarto abrindo, levantei lentamente, até que quando ele apareceu na minha frente, eu estava em pé e totalmente nua. Ele rosnou um palavrão e saiu, depois se desculpou, achou que deveria ter averiguado antes se eu estava lá. "Bobo." [...] Trabalhei a manhã inteira, precisava entregar um trabalho sem falta, e só depois das 15:00 horas consegui concluir. Eu fui até a piscina. O Angelo tinha passado quase que o dia inteiro no escritório fazendo um trabalho para o parlamento, e eu decidi pegar um pouco de sol. A Gaia liberou em determinados horários, até recomendou, visto que eu estava precisando repor a vitamina D. Coloquei um biquíni que comprei no Brasil e nunca tive coragem de usar, por ser bem pequeno. Eu tirei a camisa de botão que usava por cima do biquíni e me sentei na espreguiçadeira com o livro da Isabela na mão. Os soldados estavam todos de cabeça baixa, chegava a ser engraçado. Eu estava distraída com uma cena bem picante no livro da minha amiga, quando o Angelo se aproximou. — Que m£rda é essa, Aurora? — ele sentou ao meu lado na espreguiçadeira. — Está querendo me ver matando algum soldado? — A Gaia falou que eu preciso de vitamina D, eu já tinha terminado meu trabalho e não vi nada de mais em vir tomar um pouco de sol. — Não tinha nada que cobrisse um pouco mais? — ele perguntou, com os seus olhos fixos em meus s£ios. — É que eles — olhei para baixo, — nunca estiveram tão bonitos quando agora, esse biquíni só fica bonito com eles assim, um pouco mais fartos — fingi inocência. — Sem falar que todos os seus soldados estão de cabeça baixa, como pode ver, então não precisa fazer drama. O Angelo não sabe, mas quem me deu a ideia de provocá-lo com o biquini foram a Isabela e a Serena. A Isa já usou dessa artimanha para provocar o Maxim, e apesar de nunca ter gostado muito dessa coisa de fazer ciúmes para o Angelo, a situação pedia algo drástico. — Porr@, Aurora! — ele rosnou. — Você não tem facilitado muito para mim, ultimamente. — Por que resiste tanto, Angelo? — Eu não quero mais resistir — ele falou, passando a sua mão por baixo do meu cabelo e me puxando para um beijo. Céus, como eu anciei por isso. Sentir os lábios do Angelo depois de tanto tempo, foi como senti-los pela primeira vez. Todas aquelas sensações que o toque dos nossos lábios me causavam, vieram à tona. — Eu amo você, Aurora — o Angelo falou, fazendo o meu coração dá um grande salto. — O quê? — perguntei, ainda desnorteada. — Não sei o que você tem, garota, mas conseguiu fazer com que eu me apaixonasse por você pela segunda vez. Ou melhor, eu sei bem o que você tem — ele sorriu. — Você tem tudo que eu preciso para ser feliz. Nos primeiros dias que você voltou para casa, eu já conseguia entender o porquê de eu te amar.
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