ANGELO
— Além de um mafioso de merd@, também é um troglodita — o d£sgraçado falou, sua boca estava sangrando. — A gostosa da sua mulher realmente merece alguém muito melhor do que você — o seu sorriso mostrava os dentes sujos do líquido vermelho.
Se a intenção do bastardo era me fazer perder a razão, ele conseguiu, porque eu só parei de socá-lo quando fui segurado pelo Maxim e pelo Enrico.
Ao olhar para ele, vi que estava inconsciente.
— Merd@, Angelo — o Enrico me fitou, com um olhar de repreensão. — Não se faz uma m£rda dessa em um estacionamento ao ar livre e na frente de tantas pessoas.
Só então me dei conta que tinham alguns curiosos em volta.
— Vai embora com o Maxim, eu fico com a Aurora — o Enrico falou.
— Nem fod£ndo eu vou deixar a minha mulher aqui.
O patif£ foi acordando, seu olhar para mim era cortando.
O Maxim fez sinal para que os enfermeiros se aproximassem para ajudá-lo, mas antes que saíssem com o maldito, eu me aproximei.
— Você não vai gostar do que vai acontecer, se abrir a sua boca imunda para falar da minha mulher outra vez — falei, em seguida me afastei, eu precisava ir ver a minha mulher.
— Como está a Aurora? — o Maxim perguntou.
— Ela acordou, mas ainda preciso perguntar para algum médico qual o seu estado — expliquei.
— Você quase mata aquele homem, Angelo, precisa se controlar mais — o Enrico mais uma vez me repreendeu.
— Queria ver se algum i****a insinuasse com malícia que estava cuidando da sua mulher e chamasse ela de gostosa, se você iria conseguir manter o controle — falei, andando na frente, não estava a fim de escutar sermão.
Entramos no quarto, a Aurora estava prestes a se levantar.
— Aonde pensa que vai? — perguntei.
Ao olhar para ela, percebi que eu já não estava tão irritado.
— Eu ia atrás de você — ela respondeu. — Estava com medo de você perder a cabeça.
Vi quando o Enrico e o Maxin se entreolharem.
— Angelo... — a Aurora chamou o meu nome, seus olhos cheias de expectativas. — Me diz que você não bateu no Mattia.
— Sua esposa te conhece muito bem, meu amigo — o Maxim sorriu.
— O que rolou? — Ela perguntou, me encarando.
— Aquele cara é um escroto — falei. — Ele me provocou. Inclusive, insinuou que estava cuidando de você e te chamou de gostosa. Não vou me desculpar, até porque não me arrependo, eu não tenho sangue de barata.
— Eu o repreendi quando cheguei — o Enrico falou. — Mas quando ele me contou o que o bastardo tinha falado, achei que ele bateu pouco.
— E quanto foi esse pouco? — ela perguntou, os seus olhos estavam em uma linha reta.
— Só alguns socos — respondi, com um sorriso no canto da boca.
— Você apagou ele, não é, Angelo? — ela perguntou.
"Não é que a minha mulher me conhece mesmo?"
— Ele acordou poucos minutos depois — falei. — Já está recebendo atendimento.
— Como soube que eu estava aqui? — ela perguntou.
— Quando fui informado que você havia passado m*l, liguei para o meu irmão e pedi que te rastreasse — respondi.
Ainda estávamos conversando, na verdade, a Aurora estava me enchendo de perguntas, quando a porta do quarto foi aberta.
— Como está se sentindo, Aurora? — o médico perguntou, se aproximando da cama.
— Ainda um pouco zonza — ela respondeu.
— Segundo os seus exames, você está bem, apenas a sua pressão continua baixa. Já tinha tido algum episódio de pressão baixa depois que descobriu a gravidez?
— Sim, mas não a ponto de desmaiar — ela respondeu.
— A pressão baixa na gravidez, também conhecida como hipotensão, é uma condição que ocorre quando a pressão arterial da gestante cai para valores abaixo de 90/60 mmHg. É uma alteração comum, especialmente no início da gestação — o médico explicou. — Eu vou te liberar, mas vou pedir que procure sua obstetra e fale do episódio de desmaio.
— Alguma outra recomendação, doutor? — perguntei.
— Beber bastante água, alimentar-se bem, sem pular refeições ou ficar muito tempo em jejum, evitar ambientes muito quentes, abafados e com aglomeração de pessoas, evitar mudanças bruscas de posição, evitar bebidas como refrigerantes e café, álcool nem se fala.
— Obrigada, doutor — a Aurora falou.
Nós finalizamos os tramites no hospital.
— Enrico, Maxim, obrigada por terem vindo — a Aurora falou, enquanto andávamos pelo corredor em direção ao estacionamento.
— Eu vi a preocupação na voz do Angelo quando pediu para te rastrear — o meu irmão falou. — Não iríamos deixar vocês sozinhos.
[...]
Minutos depois, estávamos no carro indo em direção à nossa casa. O Maxim e o Enrico estavam no carro de trás.
Não vimos nem sinal daquele bastardo quando saímos do hospital. Melhor assim, não queria deixar a Aurora nervosa.
Por falar na minha mulher, eu cuidei para que ela repousasse quando chegasse em casa.
Subi as escadas com a Aurora em meus braços e levei comida para ela na cama.
Depois do jantar, tivemos uma conversa.
— Aurora, eu estive naquela catedral no dia que fui levar os papéis do... Você sabe. Você tem que concordar comigo que aquele lugar é muito quente.
— Verdade.
— Coincidentemente, as duas vezes que você teve queda de pressão, estava naquele lugar.
Ela ficou me observando.
— Você precisa considerar que nesse momento temos que priorizar a sua saúde e a do bebê.
— Tem certeza que não tem nada a ver com o Mattia?
— Eu quero aquele bastardo de m£rda bem longe de você, mas, nesse momento, eu estou, realmente, preocupada com você e com o nosso filho.
— Tudo bem — ela respondeu. — Eu pensei sobre isso depois do que o médico falou. Vou ligar para a matriz em Roma e pedir que me substituam.
— Aurora, eu não sei como eu agia com você antes, mas quero que saiba que eu não estou querendo decidir por você ou tentando te podar. Eu quero te ver realizada, e deixando bem claro, isso não tem nada a ver com aquele i****a.