AURORA
Enquanto descia as escadas, escutei uma música tocando. Era linda, eu nunca havia escutado.
Desci cada degrau. Ao me aproximar da sala de jantar, pude vislumbrar uma linda decoração de mesa posta a luz de velas.
— Que lindo — olhei tudo em volta, extasiada.
O Angelo se aproximou, trouxe as mãos que escondiam um lindo buquê de rosas vermelhas, para frente.
— Angelo... — sorri, a minha visão estava embaçada pelas lágrimas. — São lindas — as peguei em meus braços. — Aliás, tudo Aqui está muito lindo.
Ele passou os seus polegares próximo aos meus olhos, secando as minhas lágrimas.
— Foi tudo pensado de última hora, enquanto preparava o nosso jantar.
— Tudo está perfeito — passei o meu braço livre em volta do seu pescoço e o puxei para um beijo. — Eu amo você.
— Eu também amo você. Aliás, amo vocês — ele falou, acariciando a minha barriga.
O Angelo puxou a cadeira para que eu pudesse sentar, pegou o buquê das minhas mãos, colocou em um vaso e voltou para a mesa trazendo o nosso jantar.
— O cheiro está divino — falei.
O Angelo sentou, nos serviu e começamos a comer.
Nosso papo durante o jantar foi leve e descontraído.
Já estávamos saciados, quando o Angelo se levantou e esticou a mão na minha direção.
— Vamos dançar? — ele perguntou, me fazendo olhá-lo, descrente.
— Você quer dançar? — perguntei. — Quem é você? O que fez com o meu marido?
— Nós não dançávamos?
— Sim. Em casamentos — respondi, sorrindo.
— Eu era um o****o. Perdi várias oportunidades de te sentir bem perto de mim.
Eu segurei a mão do Angelo que estava erguida, me levantei e nós fomos até a sala onde a música ficou mais audível.
Nos movimentávamos lentamente no ritmo da música. A princípio, os meus braços estavam por cima dos seus ombros e nossos olhos fixos um no outro. Eu apoiei o meu rosto em seu peito, escutando os batidas do seu coração e sentindo o seu cheio tão inebriante.
— Sabe, Aurora, o Maxim tinha razão em uma coisa — o Angelo falou.
— Em quê?
— Ele disse que uma amnésia não era capaz de destruir um amor como o nosso — ele falou sorrindo e deu um beijo no topo da minha cabeça. — Enquanto preparava o jantar, comecei a pensar: não consigo imaginar a minha vida sem ela. Nunca achei que dependeria de outra pessoa para ser feliz, não até onde me lembro, mas você é a razão da minha felicidade, você me tirou do meu luto. Antes mesmo de assumir para mim que eu te amo, eu já me via fazendo planos para nós. Tem sempre você em tudo, Aurora.
"Como não amar esse homem?"
— Eu te amo, Angelo, amo o Guepardo, o Sottocapo, o Sr. A... Cada umas das suas versões. Amo que só eu conheço o seu lado cômico, já que para as outras pessoas você é sempre o Angelo introvertido. Estou tão feliz que, enfim, estamos juntos novamente.
Nós nos beijamos, um beijo cheio de urgência que ainda aplacava a saudade que sentíamos um do outro. Nossas línguas estavam em perfeita sintonia, enquanto os nossos corpos reagiam ao momento. Senti o volume do Angelo pulsar na minha barriga.
— É assim que você tem me deixado ultimamente — ele sorriu.
Antes que pudéssemos nos dar conta, estávamos nos entregando mais uma vez ao desejo insano que sentimos.
Nos amamos no sofá da sala até que nos sentimos totalmente saciados.
No fim, após múltiplos orgasmos, eu estava exausta e sem forças nas minhas pernas.
O Angelo me levou em seus braços até o andar de cima, nós tomamos um banho juntos no chuveiro, ele me vestiu com uma camisa sua, me ajudou a deitar na cama e colocou o cobertor por cima do meu corpo.
Dormi em seus braços, com uma felicidade que transbordava. Agora, sim, nós éramos uma família, e o melhor de tudo, o Angelo me amava.
Maratona capítuIo 3/5