TENTAÇÃO

1009 Words
AURORA Quando mencionei o banho de banheira, percebi uma certa agitação no Angelo. Ele tentou disfarçar, mas era tarde demais. Também tinha desejo em seus olhos, o desejo que eu não via desde o acidente. Subi, com um sorriso de satisfação. Enquanto tomava banho, pensamentos devassos passavam na minha cabeça. Não que eu não estivesse feliz com todo o cuidado e atenção do Angelo, mas sentia falta dos olhos escurecidos de desejo, dos seus gemidos roucos ecoando por todo o ambiente, sentia saudades dos tremores que o ápice causavam em seu corpo, de vê-lo a beira do precipício de tão ensandecido de desejo. "Se pensa que eu vou facilitar para você, meu amor, pode tirando o seu cavalinho da chuva." Sorri com o pensamento. Eu estava disposta a torturar o Angelo, mas no bom sentido. Saí do banho, eu estava prestes a colocar um short e uma blusa básica, mas mudei de ideia. Uma lingerie preta, levemente transparente e com um decote generoso iria ser muito mais útil. Até porque, os meus s***s já estão um pouco mais fartos pela gravidez. Coloquei a peça sensual, penteei o meu cabelo colocando-o todo para o lado esquerdo, deixando o outro lado e as costas expostos, passei hidratante por todo o meu corpo e deixei o quarto, descendo as escadas em seguida. Ao chegar na cozinha, meu objetivo foi alcançado com sucesso. "Bingo." Ele parecia ter entrado em transe. Me fitou de cima a baixo. Depois de alguns segundos me olhando com seus olhos famintos, o Angelo desviou o olhar. — Vamos jantar? — ele perguntou, pegando a travessa e levando até a mesa. — Claro — andei logo atrás dele, e sem que ele visse, desci um pouco mais o decote da camisola. A tensão s****l era evidente durante o jantar. O Angelo tentava evitar o contato visual, mas eu puxava assunto, propositalmente, para que ele tivesse que me olhar. Mordi o lábio inferior algumas vezes, de maneira sutil, fingindo que estava fazendo involuntariamente. É algo simples, mas que sempre mexeu com o Angelo. Apesar dele não lembrar, eu sei disso, então é um ponto a meu favor. [...] ANGELO CaraIho, a Aurora fez o meu p@u reagir só de imaginar como deve ter sido fud£r ela em todos os cômodos dessa casa. Quando ela mordeu os lábios, eu quase joguei a toalha e a peguei em meus braços. Eu queria trepar com ela em cima da mesa, por pouco não agi impulsivamente. Eu tinha que usar o pouco de sanidade que me restava. Não queria que as coisas ficassem confusas entre nós. Após o jantar, fui lavar a louça. — Quer ajuda? — a Aurora perguntou. "Na verdade, eu quero você a uma distância segura." — Não — respondi. — Pode descansar. Ela se encostou no balcão, a menos de um metro de distância. — O que acha de assistirmos a um filme? — ela perguntou, me encarando. — Não está com sono? — Não. — Pode escolher o filme — falei, na esperança de que ela ficasse longe, nem que fosse por alguns minutos. O cheiro delicioso que vinha dela também não estava ajudando. Demorei pelo menos uns trinta minutos. "Eu agradeceria se ao chegar na sala, constatasse que ela estava dormindo." E não é que deu certo? A aurora estava deitado no sofá, o seu corpo estava de lado, suas pernas dobradas, a parte de baixo da camisola levemente levantada... Porr@, não sei por quanto tempo vou resistir. Eu me sentei na mesa de centro e fiquei por um tempo olhando para ela. — Dormindo parece tão inofensiva — falei, com um sorriso i****a no rosto. Nesse momento, tive a impressão de ter tido um déjà vu. É como se eu já tivesse visto essa cena e falado essa frase em algum outro momento. Peguei a Aurora com cuidado em meus braços e subi com ela até o quarto. Com sua cabeça encostada em meu peito, eu subi as escadas inalando o seu cheiro inebriante. A coloquei na cama e cobri o seu corpo. — CaraIho, Angelo — falei, negando com a cabeça ao olhar para o meu p@u duro por baixo da bermuda. "p***a, parece que ganhou vida própria essa noite." Fui até a varanda. Estava pensativa enquanto sentia a brisa fresca. — Não vem para a cama? — a Aurora perguntou, me tirando dos meus pensamentos. — Já estava indo — falei, andando com ela até o quarto — Você está precisando de alguma coisa? — Não. É só que eu me acostumei a dormir ao seu lado. A semana que passei na casa da Fiorella e do Enrico foi de muitos pesadelos. — Pesadelos? — Sim. Hora com o meu passado, hora com o seu acidente. Coincidentemente, na noite passada eu não tive. — Que bom. — Vou aproveitar que despertei e vou escovar os dentes. Após ela sair do banheiro, eu também fui escovar os meus dentes. Nós deitamos na cama, a Aurora me olhou algumas vezes, eu sabia que ela queria me falar algo. — Angelo... — Hum... — Será que eu posso dormir com a minha cabeça no seu peito? É que antes do acidente... É... Deixa para lá, é bobagem. "Porr@, Aurora, você não está ajudando." Eu a puxei para perto e a coloquei com a sua cabeça em meu peito. Me arrependi quase que instantaneamente. A proximidade com a Aurora realmente é um problema. Tudo nela me atrai. — Obrigada! — ela falou com um sorriso largo e depositou a sua mão por cima do meu peito. Alguns minutos depois, involuntariamente, eu comecei a acariciar os seus cabelos. — Você também fazia isso — ela falou. — O quê? — Antes do acidente, você acariciava assim os meus cabelos até eu dormir. — Ah, era? — Sim. Após alguns minutos inalando a fragrância deliciosa que vinha dela, eu confessei: — O seu cheiro é viciante. Ela não respondeu nada, então estiquei para o lado, o pescoço e constatei que ela já tinha dormido novamente. — Aurora, Aurora... — falei, sorrindo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD