TESTANDO A PACIÊNCIA

830 Words
ANGELO Ouvir o coração do meu filho batendo, foi emocionante. Eu diria que a melhor sensação da vida. — Esse bebezinho está crescendo forte e saudável — a médica falou, enquanto deslizava um aparelho na barriga da Aurora. — Gaia, quando poderemos saber o sexo? — a Aurora perguntou. — Você está entrando na oitava semana. A partir da décima terceira semana podemos tentar, mas disso dependerá a posição do bebê. Vocês têm preferência? — a médica perguntou. — Que venha com saúde — respondi. A Aurora me olhou com um leve sorriso. — Eu tinha preferência antes? — perguntei. — Você falava exatamente isso: que venha com saúde. [...] Ao sairmos da sala da médica, eu deixei a Aurora no trabalho e fiquei de buscá-la em algumas horas. Fui para a casa do meu irmão, iniciei naquele dia os treinamentos da máfia. Eu e o Enrico entramos no ringue, iríamos treinar juntos. — Soube que você e a Aurora estão se entendendo — o Enrico comentou. — Eu rasguei os papéis do divórcio — falei, e começamos a trocar golpes. — Para minha surpresa, ela nem reclamou. — Não sei porque ficou surpreso. — Quem deu entrada nos papéis do divórcio foi ela. — Apenas porque você foi burro o suficiente para dizer que queria se divorciar. Nós terminamos de treinar alguns golpes, tomamos banho e seguimos para o estande de tiro. — Eu escutei o coração do meu filho — falei, ainda sentindo aquela sensação de paz. — Ainda lembro da emoção quando escutei os coraçãozinhos dos gêmeos. Enquanto falávamos sobre os nossos filhos, a Serena chegou. — Eu soube que a Aurora voltou para casa — ela falou me abraçando com um sorriso largo, em seguida abraçou o Enrico. — Ele está criando juízo — o Enrico falou. — Até que enfim, eu achei que teria que bater a cabeça dele em algum lugar novamente — a Serena falou, dando um tapa na minha cabeça. Eu não pude evitar o pensamento de que seria perfeito ter a Alice conosco, agora que eu tenho o Enrico e a Serena. Ficamos os três treinando juntos por mais algum tempo. Fiquei impressionado com o quanto a Serena é habilidosa com armas. — Eu preciso ir — falei, tirando os protetores auriculares. — Vou levar a Aurora para almoçar. A médica falou que ela tem que diminuir os intervalos entre as refeições. A Serena e o Enrico ficaram sorrindo, propositalmente, para me irritar. — Vão a merd@, vocês dois — falei, saindo do estande. [...] Ao estacionar em frente à catedral, vi aquele patif£ do engenheiro ao lado da Aurora. "Esse filho da put@ não desgruda da minha mulher." — Oi — falei, a Autora ficou surpresa ao olhar para trás. — Angelo — ela olhou o relógio de pulso. — A hora passou voando. Só vou pegar a minha bolsa e nós já vamos, tudo bem? Eu assenti. — Fiquei surpreso ao saber que a Aurora era casada — o idiot@ falou. — Ela não era, ela é — respondi, ríspido. — Desculpa desapontá-lo. — Não estou desapontado, apenas surpreso. Ela passou tantos dias indo e voltando sozinha, cabisbaixa pelos cantos... Fiquei mais surpreso ainda ao saber que a tontura de ontem foi por estar grávida. — Onde quer chegar? — o encarei, fazendo um esforço enorme para não apertar o pescoço do desgraçado. Antes que o filho da put@ pudesse responder, a Aurora se aproximou. — Vamos? — ela falou. — Vamos — respondi, mas os meus olhos fuzilaram o idiot@ ainda por alguns segundos. Eu abri a porta do carro para a Aurora e dei a volta. — O que estava rolando entre você e o Mattia? — ela perguntou. — Contou para ele que está grávida? — Sim. Ele perguntou se eu estava bem, disse que tinha ficado preocupado, que eu precisava ir ao médico saber o motivo da tontura. Eu disse que já sabia o motivo e contei para ele. Por quê? — ela não respondeu com rispidez, sua voz era doce. — Nada. Só acho que ele está interessado demais na nossa vida. E, sinceramente, não acredito que seja apenas por preocupação com seu bem-estar. A Aurora não respondeu nada. Na verdade, ficamos em silêncio por alguns minutos, silêncio esse, que eu decidi quebrar. — Pensei em comprar algumas coisas para o enxoval do bebê, o que acha? — Ótima ideia — ela respondeu, animada. Deixei o assunto do tal engenheiro de lado. Não iria deixar aquele idiot@ estragar o dia que escutei os batimentos do coração do meu filho, um dia tão especial para mim. Sem falar que eu não queria que o clima ficasse tenso entre mim e a Aurora. — Vamos almoçar antes de ir? — sugeri. — Comeu a fruta? Eu tinha separado alguns morangos para ela levar para o trabalho quando saímos de casa. — Sim. Comi tudo — ela respondeu, tinha um discreto sorriso em seu rosto. Capítulo 3/4
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