CRUCIAIS

882 Words
AURORA — Tem pulsação — o Maxim falou, e só então eu voltei a respirar. — Está fraca, mas tem. A equipe de resgate se aproximou, e enquanto um colocava o colar cervical no meu amor, outros colocavam aquela manta de alumínio para manter o corpo dele aquecido. "Ele estava todas essas horas no frio." Pensei me sentindo desolada. O Angelo foi levado na maca até o helicóptero, e eles permitiram que eu fosse junto a ele. Eles foram fazendo os primeiros procedimentos ainda no helicóptero. "Deus, salva o meu marido." Iniciei uma oração silenciosa. "Eu imploro, não o tire de mim. O Angelo é o meu amor, a minha vida. Salva a vida dele. Eu não vou suportar viver sem ele." Nós chegamos na clínica. Já tinha uma equipe medica apostos nos aguardando. A senhora precisa esperar aqui — um dos médicos falou me fazendo parar no meio do corredor. O Enrico, o meu sogro e o Maxim chegaram logo depois. Estávamos todos desolados e apreensivos demais para consolarmos uns aos outros, então um silêncio se instaurou naquele corredor. A Fiorella e a Nikoleta chegaram, e se revezavam em nos consolar. — Como você está? — a minha irmã me perguntou. — Sem chão — falei em lágrimas. — Eu não posso perdê-lo, Fiorella, eu não posso. — Ei, você não vai perdê-lo — ela me abraçou. — Nós estamos falando do Angelo, o temido Guepardo. Ele vai sair dessa. As horas iam passando, e nada de notícia, até que o Enrico se descontrolou. — EU QUERO NOTÍCIAS DO MEU IRMÃO. NÓS ESTAMOS AQUI HÁ HORAS E NINGUÉM VEM NOS FALAR NADA. CHAMEM UM MÉDICO AGORA. — Sim senhor, Don — um enfermeiro falou indo fazer o que o Enrico ordenou. Cerca de cinco minutos depois, um dos médicos se aproxima. — Don, o seu irmão sofreu um grave traumatismo cranioencefálico. Além disso, ele teve uma parada cardiorrespiratória causada por um quadro de hipotermia que estamos tentando controlar. Nós o ressuscitamos, mas o quadro ainda é bem delicado. — O que acontece agora? — o Sr. Federico perguntou. — Ele está em coma. Teremos que esperar as próximas horas para ver a sua evolução. Mas, gostaria de pedir que se preparassem para o pior. — O que disse? — o Sr. Federico indagou o pegando pela camisa do uniforme cirúrgico que ele estava usando. — Sr. Federico, é a minha função prepará-los para tudo, mas estamos fazendo o possível para salvar a vida do seu filho. Eu só quis deixar claro que o caso dele é considerado gravíssimo, e é um milagre que ele tenha sobrevivendo a queda e as baixas temperaturas ao qual ficou exposto até que o socorro chegasse. — Querido, fique calmo — a Nikoleta puxou o meu sogro, que soltou o homem a sua frente. — Quantos podem ficar lá com ele? — o Enrico perguntou. — No quarto de UTI, apenas um por vez, e a pessoa tem que estar com as roupas apropriadas e as mãos devidamente higienizadas. Mas, ele continua passando por exames, então só depois dos procedimentos é que poderão entrar. A Serena e o Marco chegaram, e também estavam visivelmente abalados. — Por enquanto, nós não poderemos ver o meu irmão nem por algum vidro? — a Serena perguntou depois que se inteirou do estado do Angelo. O médico pareceu ponderar por um tempo. — Sim, venham comigo. Ele nos levou até uma vidraça de onde pudemos ver o meu amor todo entubado, com vários fios em volta do seu corpo e lutando pela vida. [...] Já era noite quando ficou decidido que eu ficaria com o Angelo na UTI. Na verdade, eu não dei muita alternativa para os outros, visto que, deixei claro que eu não deixaria aquele hospital. Passou-se a madrugada inteira, e, infelizmente, nenhuma evolução no quadro do Angelo. Adormeci algumas vezes na poltrona, mas os pesadelos com ele eram horríveis. [...] Na manhã seguinte, a Serena, a Isa, o Enrico e o Sr. Federico chegaram bem cedo. Eu saí do quarto de UTI para falar com eles. — Alguma evolução no quadro? — a Serena perguntou. — Não, tudo na mesma — respondi. A Isa me deu um abraço. — Amiga, me desculpa por não vir ontem — ela explicou. — A Laurinha estava com bastante cólica. — Nem precisa se explicar, Isa — falei. — Como ela está? — A gente sabe que essa coisa de cólica é uma fase, mas corta o coração ver eles tão pequenininhos e indefesos, se espremendo de dor. — Verdade! A propósito, Serena, onde estão as gêmeas? — perguntei. — Na casa do Enrico — ela respondeu. — Ontem nós deixamos com as babás, mas hoje o Marco também ficou lá para dar uma força. Elas não param. O Enrico e o Sr. Federico tinham indo atrás de um médico para buscar informações, e estavam voltando. — O que ele falou? — perguntei. — Falou que hoje o Angelo passará por novos exames e alguns testes — o Enrico respondeu. — Ele também disse que o fato do Angelo não ter tido nenhuma piora, já é motivo para comemoração — o meu sogro completou. Mini maratona capítuIo 2/3 ♡⁠(⁠Ӧ⁠v⁠Ӧ⁠。⁠)
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