AURORA
Eu fiquei com um aperto no peito desde que o Angelo falou que iria para esse trabalho.
Tentei não dar tanto importância, visto que, todas às vezes que ele sai, o meu coração fica apreensivo.
Passei a noite me virando de um lado para o outro, e nos momentos em que consegui dormir, tive alguns pesadelos.
[...]
Na manhã seguinte, eu não tirei os olhos da janela, na esperança de vê o Angelo passando pela porta.
Após às 06:00 horas da manhã, eu comecei a ligar para ele insistentemente, mas a ligação caía direto na caixa postal.
Às 07:00 horas, eu resolvi ligar para a Serena.
— Oi, Aurora.
Assim que ela atendeu, eu pude escutar os choros das gêmeas.
— Serena, desculpa ligar a essa hora, mas eu preciso da sua ajuda.
— Pode falar. Aconteceu alguma coisa?
— Será que você pode rastrear o celular do Angelo. Ele viajou para uma missão da agência, ficou de chegar pela manhã, mas até agora nada. Eu sei que está cedo, mas é que eu tentei ligar para ele, mas cai direto na caixa postal.
— Claro, vou fazer isso agora.
Se fez silêncio por alguns segundos.
— Eu não estou conseguindo ver a localização do celular dele. Vou tentar a corrente do pescoço — ela falou, e nós esperamos mais alguns segundos. — Achei.
— E aí?
— Ele está parado. Deixa eu ampliar o mapa. Ele foi para Messina?
— Para Catanzaro — respondi.
— Tem algo errado. Ele está na comuna de Floresta, que fica em Messina, mas por que ele estaria lá?
Enquanto ela falava, eu peguei o meu carro e dirigi até a casa do Don. Eu sabia que ela iria mandar ele ir atrás do Angelo, já que dá Sicília estamos mais perto.
— Aurora, você está aí? A Serena perguntou.
— Sim, estou. Se for ligar para o Enrico ou para o Maxim, diga que não ousem ir atrás dele sem mim. Eu já estou chegando.
— Certo, mas também vou acionar um helicóptero da clínica, com maca, para caso o Angelo esteja machucado.
— Você acha que...?
— Não vamos pensar no pior.
Quando cheguei na casa do Don, já tinha novas notícias.
— Aurora, a torre nos informou que não sabem o paradeiro do helicóptero e que perderam o contato com o piloto — o Enrico falou enquanto andamos até o helicóptero que já estava na área externa da sua casa.
— Desde quando? — perguntei.
O Sr. Federico e o Maxim já estavam no helicóptero.
— Eles disseram que o piloto levantou voo de madrugada e que ainda estava clareando quando tiveram o último contato. Desde então estão fazendo buscas na região — o Don informou.
— E que horas eles iam nos contar? — perguntei.
— Fiz a mesma pergunta — o Sr. Federico falou.
— Agora não adianta debater, vamos nos concentrar em achar o Angelo — o Maxim opinou. — Depois cobraremos os responsáveis pela falta de contato.
Eu podia ver o desespero no semblante do Enrico.
— Você está me escondendo alguma coisa, Enrico? — perguntei.
— Oi... Hã... Não. Eu sei o mesmo que você. É que por volta das 4:00 horas da manhã eu me acordei em um sobressalto, e desde então estou angustiado.
— Estou me sentindo assim desde que o Angelo saiu ontem à noite — comentei. — Eu não dei a devida importância porque eu sempre fico muito preocupada quando ele sai para essas missões.
Nós chegamos a Floresta, a comuna de Messina onde a Serena falou que o Angelo estava, e começamos as buscas.
O local é uma área de trilha, mas tem muitas áreas de difícil acesso.
O Maxim estava o tempo inteiro em contato com a Serena, que ia nos guiando.
Não demorou para encontramos o helicóptero, ou os destroços dele.
Dentro, ainda preso pelo cinto, estava o piloto, infelizmente, já sem vida.
Minhas pernas chegaram a ficar bambas, e o pesar estava evidente nos olhos de todos os outros.
O Sr. Federico, vendo o meu estado, me segurou pelo braço.
— Ele está vivo. Eu sei que está — ele falou com tanta confiança, que eu me agarrei a sua esperança.
Nós concentramos as buscas por ali. Já que o rastreador do Angelo não se movia, existia uma grande probabilidade dele estar desacordado.
O helicóptero com o médico e enfermeiros da clínica já havia pousado próximo a nós.
— Achei — o Maxim gritou e todos nós corremos até ele.
O Angelo estava caído no chão, entre umas árvores e um mato crescido.
— Angelo... — minha voz saiu trêmula.
O Maxim se abaixou para verificar a sua pulsação, e o pavor se apossou de mim.
Como havia prometido a vocês, vamos à nossa primeira mini maratona.
Por favor, comentem muito. (◍•ᴗ•◍)❤
Capítulo 1/3