CAPÍTULO 12

1025 Words
Meu corpo inteiro está trêmulo, não consigo distinguir se dê medo, ansiedade, ou prazer, a lembrança do Lorde me olhando faz com que eu sorria sem querer, nunca havia me sentido querida e perceber que ele me deseja, deveria me deixar com raiva, mas não, o que sinto é empolgação. Respiro fundo enquanto busco forças, para me recompor, desconheço essa sensação gostosa que meu coração transborda no momento, mas parece com que, mamãe sentia por Lucas. Abro a porta do banheiro cautelosa, mas ele realmente se foi, o quarto está vazio, então corro na ponta dos pés até a porta, curiosa para ter certeza se realmente estou segura, ou se está no corredor. A minha consciência diz que o melhor é ficar no quarto, mas sou desobediente, quando percebo, já estou abrindo a porta, colocando apenas a cabeça para fora, na intenção de não ser vista, ou percebida. Assim que o faço, dou de cara com a tal Aline, seu semblante é furioso, ela me fuzila com o olhar, meu corpo corresponde imediatamente com um arrepio sombrio, sinto medo. Quando penso em entrar e olho para o outro lado, vejo Talinara com uma imensa bandeja de prata. Aproveito a vinda dela, finjo ser atrás de sua presença aqui estou, e que por isso estou na porta. Meus pensamentos fervilham, curiosos para saber se a Aline viu Lorde sair do meu quarto. “Finalmente” digo a Talinara enquanto abre um pouco mais a porta, e tiro a cabeça do lado de fora, entrando totalmente para o quarto. O semblante dela está aflito e curioso, é como se soubesse que algo aconteceu, percebo que mais uma vez não dirá nada, mas como estou tão aflita e agitada, quero que diga, porque preciso desabafar. “Que pessoa assustadora” comento me referindo sobre Aline, “seu olhar me assustou, estou intrigada com essa bruxa”. Falo percebendo que meu plano deu certo, e ela vai falar o que a deixa aflita. “O lorde passou por mim no corredor, tão rápido que me assustou” comenta Talinara, estava aflito e desnorteado, “conseguiu ouvir alguma coisa? Será que os dois brigaram?” ela pergunta a fim de saber o que estava causando a tensão no corredor, “eles sempre discutem quando chega uma concubina nova”. “Não ouvi nada saído do quarto dela, porque ele estava aqui” comento tentando conter a emoção que estou sentindo, queria mostrar desdém e indeferença. “Ai meu Deus” ela diz dando pulinhos, “não posso acreditar nisso, o que houve, o que ele queria?”. “Não aconteceu nada, ele veio me fazer uma pergunta, estava interessado em uma informação que a mulher que me vendeu não passou, foi tudo muito rápido e só”. Digo dando de ombros, convencida que disfarcei meu interesse. “Deve ser por isso que ela está furiosa, você estava vestido assim?” antes que eu responda ela começa novamente a pular “ah meu Deus, quando sai você estava no banho, quando ele veio você estava vestida ou nua?”. “Talinara” digo com uma voz um pouco mais grossa, enquanto meu rosto inteiro cora “estava enrolada com o lençol e também com a camisola, ele não viu nada” respondo me lembrando de que virei de costas na intenção de mostrar tudo, você está muito maldosa menina, foi apenas isso e mais nada, me conta o que trouxe para comer, estou faminta. Talinara não disse nada, apenas respondeu com um sorriso malicioso, ela era mulher, sabia que o Lorde era um homem atraente, e percebia que ele tinha um interesse diferenciado em Ava. “Esqueci de perguntar o que gosta de comer” comentou mudando o assunto enquanto abria a bandeja de prata. “Ah” respondeu Ava sarcástica “estava acostumada a comer os restos, será que tem algo parecido com isso por aqui?”. “Não, aqui nem os animais comem restos, nem os escravos, veja o que preparei para a senhorita”. Com um sorriso discreto, ele retirou a tampa da bandeja de prata, revelando uma seleção de iguarias que pareciam saídas de um banquete real. Sobre a bandeja, havia uma variedade de pratos finamente decorados, cada um exalando um aroma delicioso que preenchia o ar. Havia uma entrada de salmão defumado, delicadamente disposto em uma cama de alface e decorado com fatias finas de limão. Ao lado, uma tigela de sopa de legumes frescos, com pedaços coloridos de legumes flutuando em um caldo rico e aromático. Como prato principal, uma peça de carne assada no ponto perfeito, cortada em fatias suculentas e acompanhada por uma generosa porção de purê de batatas coberto com manteiga derretida. Ao redor do prato, havia pequenas tigelas de legumes cozidos no vapor, brilhando com o frescor de suas cores vibrantes. Para a sobremesa, uma seleção de frutas frescas, dispostas artisticamente em uma travessa de prata, com fatias de melancia, melão e uvas, todas maduras e suculentas. Ao lado das frutas, havia pequenas porções de uma sobremesa decadente, uma mousse de chocolate adornada com raspas de chocolate amargo. "Espero que isso seja do seu agrado, senhorita Ava", disse ele com um tom gentil. "Por favor, sinta-se à vontade para me informar se houver algo mais que eu possa providenciar para tornar sua estadia mais confortável." “Tem algo sim, que pode fazer” disse Ava impressionada com a quantidade de comida “sente-se e saboreie comigo”. “Não posso, Ava” respondeu tímida, pensando que aquilo nunca havia acontecido, e não sabia como se comportar. “Por quê? Faz tempo que está na rua, deve estar com fome e aqui tem comida para nós duas” eu insistia percebendo que ela passava a se render “vamos estar sozinhas, ninguém brigará com você, sente-se, prometo que não contarei a ninguém, será nosso segredo”. Talinara sentou-se ao lado de Ava, na confortável cadeira da varanda, as portas e as janelas do quarto estavam fechadas, devido ao banho, então as duas puderam saborear a refeição sem nenhuma preocupação, enquanto se conheciam mais.
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