CAPÍTULO 08

1083 Words
Respiro fundo e entro no carro, sento-me ao lado da moça que me olha diferente, tenho a leve impressão que está investigando algo em mim, ou procura alguma coisa, com seus pequenos olhos castanhos, enquanto rapidamente olha para o Lorde e depois sorri misteriosamente. Não a entendo, mas acho engraçado e sorrio novamente. Ele dá uma última olhada, enquanto ajusta o retrovisor, passa a língua nos lábios me deixando tímida, porém quente e liga o carro seguindo a viagem. O caminho até sua mansão é silencioso, parece diferente da primeira vez que o fiz, virando uma grande tortura. Não entendo por que, mas meu corpo fica arrepiado sem minha permissão e não volta ao normal, minha boca fica seca, e meus olhos viajam perdidos no nada com a imersão em tantos pensamentos que permeiam minha mente, com sensações que desconheço. Sei que o lorde gera tudo isso em mim, não consigo evitar e nem deixar de gostar. O lorde está dirigindo, parecesse concentrado, então posso olhá-lo com calma. Observo seu lado direito, ele é lindo de perfil, seu rosto quadrado e perfeitamente barbeado; o pedaço do lábio que consigo ver parece que grita por mim, por meus lábios, até seu pescoço parece másculo. Suspiro fundo, tão fundo que se torna audível, então me encolho tentando disfarçar e vou para a janela, olhar a cidade, m*l a conheço. Gosto de ver as pessoas, as bancas espalhadas pelas ruas, as crianças brincando, correndo de um lado para o outro. As ruas pareciam um lugar feliz e não perigoso como mamãe dizia, elas são atraentes, “Que merda” digo a mim quando lembro que nos últimos dias tudo tem me atraído. Preciso esfriar minha mente, então penso na tentativa de fuga, no poder que a liberdade e a adrenalina geraram naquele momento, era como se fosse outra pessoa, forte, independente e dona de mim, anseio pela próxima oportunidade de viver o momento, sinto que naquela forma me encontrei. O lorde para em frente a um alfaiate, desce do carro com um semblante sério e inacessível, fica parado. “Vamos querida” a moça ao meu lado me chama, "sua vida começa a mudar agora". “Não é aqui a mansão” respondo observando o lugar. “Não” ela responde carismática “aqui é o lugar onde a mágica acontecesse”. Saio do carro tentando entender, que mágica é, faço questão de passar em frente a ele, empino o rosto e faço um semblante esnobe. “Talinara” ele grita para a moça, enquanto me encara “Transforme esse trapo em uma dama, volto daqui a uma hora”. “Ele me chamou de trapo” resmungo para ela querendo brigar, mas sendo contida pelo braço dela que me segura e me puxa, evitando que eu fale umas boas verdades para ele. “Ok, senhor, é tempo o suficiente”, ela responde me interferindo. “Por que chama ele de senhor?” pergunto curiosa. “Porque ele é meu senhor, sou sua escrava, na verdade, agora sua dama de honra, o lorde é um homem frio, mas não faz m*l as suas escravas, nas propriedades dele não tem estupros, ele não nos procura, quase não pune com chicotadas, então o tratamos bem. Se souber o levar, terá uma boa vida”. “Se fosse escrava como você, trabalharia pela boa vida, mas fui comprada como concubina, serei escrava s****l dele”, digo percebendo que os olhos se enchem de lágrimas. “Ei!” ela me chama quando perceber que chorarei “Você já era infeliz menina, agora as coisas podem melhorar, começando com as roupas, vamos?”. Entramos e Talinara conversa com liberdade com os funcionários do lugar, logo recebo um grande álbum, desenhado a mão pela estilista do lugar com vários modelos de vestido, recebo liberdade para escolher qual quiser e quantos quiser. “É assim que as mulheres compram roupas?” pergunto em voz alta, porque tudo o que usei era costurado, por mamãe e depois por mim. “Não” responde Talinara “Assim as pessoas ricas fazem compras”. Pude perceber o que a bela escrava falava sobre uma mudança de vida e comecei a me deliciar, escolhendo os modelos, as cores que mais gosto, era como se fosse uma lady, esqueci dos problemas por um tempo, me sentindo normal. Depois Talinara me levou a outro cômodo, nele tinha modelos prontos que podia experimentar e levar. Eu curtia cada modelo, tocava cada tecido, experimentava alguns, pedia para que Talinara colocasse outros e no fim, escolhi para mim e ela, sem acreditar que poderia levar todos, mais os encomendados. “Qual seu nome?” perguntou Talinara, tão feliz quanto eu. “Ava” respondi animada. “Vista esse para ir embora, não precisa mais desse trapo” ela levantou um vestido preto, um modelo moderno, que assentaria meu corpo, expondo todas as curvas, a saia era cumprida, mas a parte de cima deixava amostra parte do meu b***o “Ficará linda senhora Ava”. “Apenas Ava” respondo, pegando o vestido ansiosa para ver como ficaria, enquanto sinto o tecido com a ponta dos meus dedos. Assim que visto fico impressionada, o vestido era tão elegante e sofisticado, que tenho a impressão de que muda minha face, transformando meu rosto em algo nobre, meu corpo modela tão bem, me sinto linda, achando que é assim que as heroínas sensuais dos livros que li, se sentem. Estou de frente ao espelho quando Talinara enfia a cabeça no provador para me ajudar, ela fecha os colchetes de trás, depois arruma meus cabelos e coloca um chapéu em minha cabeça, não consigo acreditar que estou bonita. “Será que consegue usar?” ela pergunta me dando sapatos novos e me ajudando a calçar, fico impressionada, por serem meu número. Agradeço e dou mais uma boa olhada no espelho, sorrio para Talinara, sei que seremos grandes amigas e saio pronta para minha nova vida. Sei que o lorde está no prédio, pois o cheiro dele impregna o lugar, não sei se devo agradecer o presente, não sei quanto a gentileza me custará, olho para ele e recebo um olhar faminto, desde os meus pés, até a cabeça, sei que era par me senti com raiva, mas não sinto. Me sinto como uma gazela próxima de ser devorada e gosto disso. Saio rapidamente com Talinara, estava confusa e com medo, buscando abrigo na amiga que estava tentando fazer.
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