CAPÍTULO 09

1112 Words
Entro no carro tentando conter minha alegria, mas é impossível, estou muito feliz. Observo Talinara, está com um sorriso mais largo que o meu e me dou ao luxo de relaxar, curtindo o momento maravilhoso de ver tantas sacolas, com tantos vestidos de tecidos nobres, algo que nunca havia tocado antes. “Obrigada senhorita” disse Talinara pegando em minha mão, e percebo que ela não parece ser mais velha que eu, “Muitas vezes estive nesse Alfaiate, mas nunca ganhei nada”. “Agradeça ao Lorde que pagou a conta” respondeu brincando “Seu trabalho será cuidar de mim?”. Pergunto com um sorriso leve, enquanto encutvo levemente meu corpo para ela, na intenção de mostrar interesse. “Sim” ela responde com um sorriso aliviado, "a senhorita parece ser igual a mim”, ela rapidamente coloca a mão na boca se repreendendo, enquanto esbugalha os olhos. “Não se preocupe” respondo enquanto tiro o chapéu rapidamente “sou mesmo igual a você, servia como escrava em minha casa, era responsável por tudo, mas sem salário, nos daremos bem” suavizo e percebo que os ombros dela relaxam, quando penso em perguntar como é a vida nas dependências do lorde, ele entra no carro e fico muda. O lorde olha para trás me examina mais uma vez, seus olhos negros criam dois assustadores abismos, que puxam, me engolem, enquanto institivamente mudo o semblante feliz, para uma proteção, com a cara fechada, enquanto levanto o nariz e olho para fora, fingindo ignorar ele e o calor que causa nas partes intimas. Ele examina Talinara, que também perde o sorriso, e abaixa a cabeça, depois olha para frente, suspira fundo e liga o carro, dando partida ao meu destino. O caminho para a casa do Lorde é silencioso de palavras, mas meus pensamentos fervilhavam sem parar, queria saber tudo, inspirada nos livros sobre Sherlock Homes, que investigava, desejava fazer o mesmo em relação a ele e tudo que o envolvia, estava curiosa para saber como era a rotina, seus negócios, seu hábitos, sua vida e tudo com que estava ligado, mas desejava principamente descobrir como me safar dele. É estranho, empolgante e excitante o imaginar como meu dono, pretendendo o desafiar se fosse necessário para obter minha virgindade intacta, mas ao dar uma olhada nos músculos dele, tinha certeza que perderia em uma luta física, por isso preciso conhecer suas fraquezas. A minha mente não para, me pergunto como será a abordagem dele, agora que sou escrava, não devo relutar ao meu mestre, meu dono, mas não me sinto pronta. Uma confusão se formava em minha mente, quando ele olhava pelo retrovisor do carro, meus pensamentos ficavam embaraçados e perdidos. Me fazendo cruzar os braços e bufar, insatisfeita comigo. Novamente me deparo com a frente da mansão do lorde, dessa vez está vazia, e parece um ambiente de paz, não sei até onde terei acesso, então por isso observo cautelosa, os lugares de fuga. Não entramos pelo mesmo lugar da outra vez, agora estamos na porta principal, e a visão é totalmente diferente, desço do carro com um semblante saboroso, porque trouxe minhas agendas para desenhar cada detalhe do lugar, e criar um mapa, suavizo minha sentença, pensando que posso transformar minha passagem no local, uma aventura de investigação e fuga, e a idéia me alegra. “Acomode-a Talinara, alimente e certifique-se que seja hidratada, depois limpe, ao longo de uma semana, espero que esteja com um semblante melhor e não essa cara de morto vivo”. “Como ousa” reajo sem pensar, fechando o espaço entre nós dois, me colocando na ponta dos pés, em uma intenção falida de posicionar meus imensos olhos azuis ao abismo dele. Estamos tão perto, percebo pelo som que das pessoas ao redor, posso contemplar com clareza seus lábios, e o aroma de uma colonia, um odor atraente, que combina com ele. Todos param ansiosos pelo próximo ato, ele deveria me ignorar, mas não se move, permanece firme, consigo notar que as pupilas dilatam, e que seu semblante passa a mudar, não parece ser raiva, pois a feição fica relaxada, parece prazerosa. Não entendo como, nem porque, meus olhos não se desviam um segundo do rosto dele, e observo um volume aparecendo por cima de sua calça, ele nota, tira o chapéu e esconde o volume,. Noto que venci, porque estou fervilhando e minha calçola está molhada de uma sensação boa, porém não visível, coro ao pensar que meu semblante pode ter mudado e ele deve estar sentindo, assim como a minha respiração ofegante, e me afasto com vergonha, mas a sensação de vitória. Fico em silêncio e mais uma vez torço o nariz, mirando o olhar para o lado. Não consigo evitar o sorrizinho cínico que nasce em meus lábios, com uma ideia de que a sedução pode ser uma forte arma contra o lorde. “Vamos” diz Talinara com um semblante aflito, enquanto o lorde dá de costas e sai sem dizer nenhuma palavra, andando desconfortável, “Ava, não desafie o lorde, sei que está dificil, mas não brinque com a morte, ele é um homem generoso com seus empregados, mas boatos sobre coisas ruins circulam em toda a cidade, nunca ouviu?”. “Nunca sai da fazenda” respondo percebendo que ela estava aflita, “Acha que ele me oferece algum risco?” pergunto curiosa, na intenção de conhecer mais sobre ele. “Vamos, mostrarei seus aponsentos, lá teremos privacidade”. “Tudo bem” respondo enquanto meu estômago solta um ruído, revelando que estou com fome, me deixando sem graça. “Também trarei algo para comer depois do banho?”. “Banho?” pergunto sem graça. “Sim, te ajudarei”. “Porque se posso fazer sozinha?”. “Ajudava minha antiga ama”. “Te dispenso da tarefa” respondo pousando minha mão no ombro dela. “Parece muito curiosa” ela diz observando meu comportamento observador. “Aqui parece um lugar grande, é melhor prestar atenção nos caminhos” justifico, enquanto me esforço para memorizar o máximo que puder e criar uma rota de fuga o mais rápido possível. Enquanto ela abre a porta esperando que eu entre. Vejo no corredor, outros escravos trazendo minhas coisas, e no final, uma mulher muito bonita, com cabelos compridos, tão lisos e brilhosos, que me causam inveja, ela é bonita e tem um olhar penetrante. Talinara a cumprimenta e me força a entrar no quarto com o olhar, fico curiosa ao respeito da mulher, depois que tenho a sensação que estamos fugindo dela, também a cumprimento, mas ela me ignora.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD