O final é sempre triste, sério.
Eu tenho essa mania de viver como se não tivesse amanhã. O problema é que o amanhã sempre chega e chega com força!
Chegou segunda e eu fui trabalhar virada, quase cheguei atrasada e parecia que eu tinha sido atropelada. Óculos de sol na cara, muita maquiagem e uma coca-cola.
Meu chefe fez as gracinhas diárias dele e quando se tocou de que não iria conseguir nada, nem me irritar, voltou pro escritório dele. Eu fiz a mesma coisa da minha rotina chata de gerente, hoje a loja estava com um movimento até razoável.
Lucas: e ai, Lua. Quem vai almoçar primeiro?
Lua: Quer ir primeiro? eu vou depois de meia hora.
Lucas: demoro então. 13:40 eu volto. - Me mostrou o relógio e entrou pra bater o ponto.
Antes de sair ele foi ver com João se ele queria alguma coisa pra comer.
João: Vê ali se a minha gerente não quer, eu p**o pra ela. - Me olhou de canto e eu segurei a risada.
Esse macho é o auge viu, só por misericórdia.
Lua: Só por que você fica toda hora me oferecendo, dessa vez eu vou aceitar. - Arrumei minha blusa e ele me encarou. - Quero um almoço com você, daqui meia hora.
Lucas: Nada que eu possa resolver, então eu tô indo.
O Lucas saiu e o João se aproximou do balcão. A Julia que já tinha percebido mas estava com cliente, observava tudo de longe.
João: Finalmente tu vai almoçar comigo?
Lua: Até jantar, se depois a gente for sair pra comer uma sobremesa.
Ele sorriu de lado porque entendeu mas não conseguiu responder porque eu estava no caixa e uma moça se aproximou pra pagar.
Lua: Boa tarde. Tudo bem? - Sorri e ela só balançou a cabeça. - Ficou 214,97. Qual vai ser a forma de paga... - ela me cortou e colocou o dinheiro no balcão. - Muito obrigada e volte sempre.
Julia: Nossa, que mulher difícil de atender viu? - Revirou os olhos e o João encarou ela. - tem gente que é só por deus.
Lua: Já acostumei, é só não levar pro coração e parar de tratar todos os cliente iguais, começa a adaptar um atendimento diferente para cada cliente.
João: Por isso tu é minha gerente. - Deu um tapinha no balcão e virou pra ir pra sala dele. - Vai na minha sala que eu preciso falar contigo. - apontou.
Lua: agora eu tô no caixa, não vai dar.
João: Põe o Marcos no caixa e o restante fica no atendimento.
Chamei o Marcos e assim que ele assumiu o caixa eu fui na sala do João.
Lua: Licença. - Pedi antes de entrar e ele mandou eu entrar logo. - Pode falar.
João: Falar o que pô? achei que tu nunca mais fosse sair comigo. - deu aquele sorriso debochado dele e eu ergui a sobrancelha.
Lua: Não que você mereça né? - revirei os olhos - vai ser minha caridade do mês. - Sorri e ele riu e ficou me observando.
João: Tu é cheia de marra, tem como não pô.
Lua: e você é muito pra frente.
Ele ficou ali me temperando e eu não vou mentir não, adoro, adoro mesmo! João é um amor, me perturba muito, mas é um amor. Quando eu parei de ficar com ele foi por causa de ex dele, a mona era doida mesmo, pirada.
Lua: Ainda bem que você trancou a porta né? imagina se a sua ex aparece aqui outra vez. - Ri enquanto dava uns beijinhos no pescoço dele.
João: Nem fala da doida que é capaz dela aparecer.
Dei uma risada porque era impossível né? não ri da morte da garota, mas sim do medo mesmo com ela morta.
João: Mas não fala dela não, não fala que dá até raiva. Quero ouvir teu gemido só, que tava gostoso demais!
Não ficamos muito tempo ali porque a Julia veio bater na porta e me chamar pra ajudar ela a resolver um problema com a cliente.
Lua: Que foi? - Perguntei assim que sai da sala e cruzei os braços.
A menina olhou tanto pro meu pescoço que eu até achei que tinha alguma coisa. Mas eu sou treinada e vi antes de sair da sala dele.
Julia: Eu acabei passando o valor errado na maquininha. O Cliente tá bravo lá fora.
Já fiquei p**a né?
Lua: Errado quanto? Qual foi o valor do seu erro?
Julia: A compra deu 250 e eu cobrei 2.500 a vista, era no crédito.
Lua: Você tava fazendo o que no caixa cara? Eu não te coloquei pra atender?
Sério, tem dia que parece que é um teste atrás do outro.
Sai dali e fui até onde o cliente estava. A cara dele já mostrava o quão brabo estava e não era pra menos né?
Quando passei no caixa já dei uma olhada pro Marcos porque depois iria conversar com ele também.
Lua: Oi, me chamo Lua e sou a gerente. Tudo bem? - Forcei um sorriso.
Xxx: Estaria melhor se a sua funcionária soubesse ao menos fazer o trabalho dela.
Lua: Ela comentou comigo o que aconteceu e eu peço desculpas. Se você puder me acompanhar até a minha sala, vamos resolver isso, vou ligar no banco e já faço o estorno pra conta do senhor. Pode ser?
Xxx: Claro, pode ser sim. Mas a gente não pode demorar muito porque eu tô com viagem marcada hoje ainda.
Fui distraindo ele enquanto tentava resolver e no final deu tudo certo. Ou quase tudo né? porque pra tentar concertar o erro ele recebeu o valor integralmente, não pagou por nenhum item.
Lua: Agora eu quero saber quem autorizou você a assumir o caixa? - Perguntei pra Julia e ela cruzou os braços - E aí Marcos, me explica também porque esse era o seu posto.
Aproveitei que o Lucas tinha voltado e deixei ele lá com os funcionários da tarde que estavam entrando enquanto chamei os dois bonitos na gerência.
Marcos: Eu falei pô, mas ela saiu pegando a frente e quis fazer por ela mesma. - Falou sério e eu cruzei os braços enquanto olhava pra Júlia.
É difícil viu?