CAPÍTULO 3

1073 Words
Lua: Você vai me explicar, tentar justificar ou eu posso pedir pra você assinar sua demissão? Júlia: Eu quis tentar pra aprender, queria ver como funcionava. Lua: Marcos, espera ali fora que eu já vou te chamar. - Pedi e esperei ele sair da sala. - Quando for pra você aprender alguma coisa, eu vou colocar alguém pra te treinar. Dinheiro e mercadoria não é brinquedo. - Pausa - Toda a sua "venda" foi prejuízo pra gente, além do tempo, do dinheiro perdido também tem a imagem da loja! Julia: Eu sei, desculpa. Lua: Desculpo, claro que desculpo. Mas o dinheiro vai ser descontado do seu salário! Qualquer dia desses eu coloco alguém pra te treinar no caixa, você precisa lembrar que é uma das áreas que você precisa ter mais atenção. Não dá pra fazer conversando, paquerando, olhando o celular e nem nada. Achei que ele fosse debater em alguma coisa, porque tentou falar enquanto eu falava. Mas no final só escutou tudo e concordou. Lua: Obrigada Julia, pode ir embora que o seu horário já passou um pouquinho. - Falei séria - Chama o Marcos quando você sair por favor. Não demorou nada pro Marcos entrar e quando ele encostou a porta eu sentei. Lua: E aí Marcos, como você deixa ela assumir sua função assim? Marcos: Pô Lua, você conhece a Júlia né? Ela tava de flerte com o cliente, por isso queria atender ele. Foi entrando no caixa e não tinha como eu bater boca com ela na frente do cara né? Desculpa mesmo. Lua: Quando for assim pode falar que ela não vai atender, não deixa, se ela entrar na sua frente você entra na frente dela, chama o cliente pra perto de você. Porque ela também não vai bater boca, então da a última palavra. Marcos: Beleza pô, desculpa mesmo.  Lua: Pode voltar pra lá, obrigada! Esperei uns minutinhos e fui lá pra frente da loja.  (...) Acabou que no final fui almoçar super tarde. Comi com o João como o combinado e depois voltamos juntos pra loja.  O dia foi todo naquela mesma coisa e sem mais nenhum imprevisto.  João: Tu vai querer ir em casa primeiro? - Me perguntou assim que eu fechei a loja.  Lua: Vou, preciso tomar banho e trocar de roupa né? João: Te deixo lá na sua casa então, vou me trocar e te busco.  Fomos conversando o caminho todo, mas dessa vez foi mais sobre a loja e os novos produtos.  João: Quando tu estiver pronta me avisa, que eu venho.  Lua: Beleza, mas não demora muito lá porque eu vou me arrumar rapidinho.  Desci do carro e a primeira pessoa que eu vi foi o Índio.  Ele estava de costas pra mim e conversando com uns dois caras, do ladinho da minha casa.  Passei sem falar com ninguém e não por falta de educação, mas porque eu estava com pressa mesmo.  Entrei em casa rapidinho, tomei banho, arrumei meu cabelo, coloquei um vestidinho e um saltinho baixo, mas super delicadinho, nem parecia que era meu. Antes de fazer a maquiagem avisei o João que ele já podia sair de casa.  Quando terminei escovei meus dentes e sai de casa. Ele disse que já estava chegando, então achei melhor ir descendo a rua pra ele não precisar subir tudo isso.  Fiquei uns minutos parada esperando o João, mas antes dele chegar o Índio me viu e fez questão de dar ré no carro pra falar comigo.  Índio: E aí, ta de boa? te vi mais cedo mas nem consegui falar contigo.  Lua: Tô ótima! Eu  te vi também, mas você parecia estar meio irritado, então não falei não. - menti né? quem tem boca fala o que quer mesmo.  Índio: Que nada pô, estava só perguntando como ta as coisas por aqui. Fiquei sabendo até que arranjei mulher bêbada por aí. - Falou olhando pro outro lado e depois me encarou.  Fiquei toda sem graça né? que ódio desse macho!  Lua: Sério? - fiz a sonsa e ele riu e balançou a cabeça.  Índio: Tu é maluca pô, como sai falando essas coisas por ai?  Lua: ué, não falei nada não. - Ele cruzou os braços - não mesmo! Eu estava voltando pra casa com os meus amigos e uns caras queriam assaltar a gente, meus amigos que falaram isso aí e eu só entendi depois, ainda falei que eles deveriam ter falado isso.  Índio: Ia ser assaltada onde? que papo é esse? Lua: aqui perto mesmo, uns cinco passos pra lá.  Índio: Bando de filho da p**a. - Xingou baixo - vai sair? - me olhou toda e eu concordei.  Não deu nem tempo de falar porque o João chegou.  Lua: Chegou, tô indo! - Avisei e sorri antes de ir até o carro do João.  João: Estava querendo me abandonar já? Lua: Hoje a multa é só sua, fica tranquilo. - debochei e ele riu.  João: Quem não conhece acha até que é brincadeira, mas sair contigo é isso mesmo.  Fazer o que né n**o? quer minha companhia pós dia doido de trabalho e eu ainda vou poupar? precisa me agradar um pouquinho mesmo.  Só ri porque a resposta ficou ali só pra mim na minha cabeça.  Lua: Onde a gente vai?  João: No restaurante que você gostava de ir antes, lembra?  Lua: Aquele da lula maravilhosa?  João: Esse mesmo.  Não posso reclamar né? desde a segunda vez que saímos ele já tinha reparado em tudo que eu mostrava gostar e fazia com gosto. Era até bonito de ver.  O João é aquele cara BEM cafa quando tá solteiro, mas se começa a gostar é um fofo, eu acho uma graça. Mas meu lado vagabunda não deixa eu me entregar né?  Ele merece muito uma mulher f**a com ele, mas só arranjou umas doidas, uma mais doida que todas inclusive, chegava a dar medo dos surtos dela. Acreditem ou não, mas até exigir que ele me demitisse ela tentou.  João: Hoje eu lembrei da primeira vez que a gente foi lá. - me olhou de lado e sorriu.  Lua: Foi incrível. - Ri - Mas você não valia um centavo, me deu cada papo, que só por Deus.  João: Tu também não valia muita coisa não pô, pode nem falar nada de mim. 
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