Cap.182.
Quando Cassius chegou estavam todos reunidos em frente a porta do quarto dela, até mesmo Caio e Layla, aquela situação parecia inusitada porque parecia que não havia ninguém no quarto com ela.
— Parece que eu fui um dos últimos a chegar… — Murmura com Laysa ao seu lado.
— Na verdade quase isso, ninguém tem visto o filho de seu irmão adotivo breando. — Diz Caio.
— O Brendo ainda não apareceu? — Pergunta surpreso.
— Não, e nem mesmo atende a ligação, como sempre meu irmão Breando some sem deixar notícias. — Comentou Braston desanimado.
— Vamos resolver isso, e a Kity? Como ela está?
— Te esperando, ontem quando os médicos nos avisaram que ela havia acordado ela não queria ver ninguém antes de ver uma pessoa em especial e acredito que seja justo mesmo que me incomode um pouco. — Comentou Caio.
— Ela quer falar comigo? — Pergunta surpresa.
— Boom… já disse, então apenas vá e fale com ela, eu quero abraçar a minha filha.
Caio não estava nem um pouco feliz com o pedido de Kity, já que estava ansioso para ver ela e saber como ela está.
Cassius entra curioso no quarto, ela está encolhida na cama, deitado virada para o lado da janela com os braços apertando o próprio corpo e as pernas encolhidas.
— Como está a princesa suicida do tio? — Pergunta gentilmente a fazendo se levantar ansiosa.
— Hum, você e seus apelidos estranhos… Você demorou tanto… como pode demorar tanto? — Resmunga chateada.
Cassius fica ao pé da sua cama a observando sério, enquanto seus olhos marejam e seus lábios tremem sem conseguir falar o que pretendia, mas ele entende aqueles olhos desesperados.
— Está pensando naquelas coisas? — Pergunta e ela confirma com a cabeça, ele estica um discreto sorriso demonstrando ternura e se aproxima dela.
— Eu não sei como eu vou viver, como meus pais vão me encarar… — Lamenta balançando a cabeça em negativa.
Cassius desliza sua mão pela bochecha úmida da menina e acaricia tranquilo.
— Ninguém vai fazer nada além de te abraçar e agradecer por ter sobrevivido.
— Mas aquelas coisas… estarão para sempre em minha vida… — Choraminga escondendo o rosto entre os joelhos dobrados.
— A verdade é que nem eu mesmo vi e quem viu foi a pessoa que excluiu tudo, também não contei a sua família sobre o conteúdo e se está pensando que alguém ainda tem, não tem, fomos até a fonte, apagamos qualquer link arquivo, nem mesmo os aparelhos, ninguém mais vai te atormentar.
— Você não contou a ninguém? — Pergunta surpresa.
— Não era uma informação que valia a pena ser passada, você tem uma vida toda pela frente, tem coisas que ninguém precisa saber.
— Você será para sempre meu herói, um segundo pai para mim! — Confessa se ajoelhando na cama e o abraçando pelo pescoço.
— Um herói? — Pergunta confuso.
— Sim, meu herói. — Diz empolgada voltando a se sentar, mas inesperadamente Cassius acha graça a fazendo ficar confusa.
— De tudo nessa vida, eu nem chego perto de ser um herói.
— Mas você faz coisas que…
— Não! Eu sou egoísta, um herói protege o mundo, eu protejo apenas minha família, eu sou o cara que o herói olharia e pensaria, o vilão perfeito! Porque eu tenho o poder de controlar uma cidade inteira e uso isso para fazer mais dinheiro e crescer o meu poder na máfia e me torna cada vez mais influente, eu gosto de poder, e de usufruir ele com a minha família, mas para isso eu a quero segura e protegida de outros vilões, só existe um cara tentando ser herói nessa cidade e ele não sou eu!
Kity sorri ternamente o observando.
— Então você é meu vilão favorito.
— Sim, nisso eu sou f**a! Baby, agora eu vou sair, seu pai deve estar ansioso e querendo me matar por você escolher me ver primeiro.
— Obrigada por tudo, tio.
— Não agradeça por algo que é só a minha obrigação é minha missão de vida.
Cassius se retira da sala então ela finalmente pode ver a todos, além de mais aliviada porque ninguém viu todo aquele conteúdo, se sentia animada em poder seguir mais em paz.
Quando conversou com Lilith, esperava que ela tocasse no assunto, porém era como se nem mesmo lembrasse, mas ela lembrava muito bem, mas Lilith não gostava de tocar em assuntos ruins que a fazem sofrer também e ela sabia que aquilo também não fazia bem a Kity, apenas jogou no esquecimento.
Após todos os adultos irem embora, ficando apenas caio como sempre e os herdeiros que estavam enfiados no quarto de Kity conversando com ela que encarava ansiosa cada rosto procurando o rosto.
— Não sabemos mais dele, desde que aconteceu seu incidente o pai dele levou ele embora. — Explica Leydi.
— Eu sei que ele ficou muito m*l… — Murmura com a voz falha.
— Sim, naquele dia a gente acabou descobrindo alguns segredos que envolvem a família dele. — Comentou Brady.
— Bom… talvez seja um assunto para outra hora, não acham? — Pergunta Liz sentada ao lado de Lilith que prestava atenção curiosa.
— Eles devem continuar, o que eu não posso saber? Esses dias eu estava um pouco ausente, mas por que Brendo foi embora?
— Bom… não é nada de mais, Lili, além disso…
— Sabem que não podem tentar esconder as coisas de mim, certo? Eu não gosto quando fazem isso depois de começarem. — Diz alterada.
— Tio Cassius avisou para não tratar desse assunto perto da Lilith, a Abigail ainda é um assunto isolado.
— O que tem ela? Já vai voltar o intercâmbio? Nossa… tomara, Brendo sempre evita falar dela e fica tão triste por estar longe, eu até entendo porque eu não gostaria de ficar longe de meus gêmeos, eles são tão parecidos e fofos. — Diz fazendo uma voz engraçada.
— Bom… — Suspira Kity desconfortável assim como todos.
— Por que estão com essa cara? Não diga que serão mais anos longe? Eu falei com meu pai, ela também é uma de nossos membros, é sobrinha do tio Braston legalmente então é nossa prima, eu vou pedir para ele trazer ela de volta, eu sou um gênio aqui na minha cidade mesmo, ela pode ser o que quiser daqui mesmo! — Diz indignada.
— Lili… a Abigail ela já está morta há alguns anos… — Conta Kity fechando os olhos sem coragem de ver a reação dela.
Lilith fica petrificada seu olhar se perde como se não encarasse o nada, por um momento tenta digerir a notícia.
— Mas o tio disse… — Murmura com a respiração pesada, Brady indica para que Ayrlon fica de frente a porta para a impedir de sair. — Tudo bem… eu não vou a lugar algum, só fiquei um pouco… na verdade não sei o que dizer, mas esperava que ela se juntasse a nós. — Nos resta saber onde está brendo, ele pode está precisando de vocês. — Comentou imparcial seguindo tranquila para a saída.
Deixa todos na sala e segue para o elevador, ao entrar na cabine seus olhos piscam pausadamente e apenas uma lágrima escorre, segue pelo estacionamento como se não tivesse rumo, ela nem mesmo veio de carro, então pensava apenas em andar um pouco até ouvir o barulho constante de uma buzina a fazendo tapar os ouvidos.
— Não queria causar tanto incômodo, mas… você está um pouco distraída, não ouviu quando eu te chamei. — Comentou ele saindo do carro para a buscar.
— Ethan! Isso é tão desnecessário… — Resmunga tristonha.
— Eu te chamei só umas três vezes e você não me ouviu, o que aconteceu? — Pergunta abrindo a porta do carro para ela entrar em seguida entrando.
— Abigail está morta.
— Ah… Cassius avisou para não te contarem.
— Está tudo bem, eu nem conhecia ela, mesmo que seja triste… não sei bem o que pensar, além disso ela foi tão jovem, mas… como o tio Braston está?
— Ele já está com a cabeça bem cheia, está sendo difícil para ele ver a única figura que ele tem como mãe indo embora aos poucos, com 86 anos ela, pelo menos, viveu bastante, não é?
— Com certeza, a mama Lizi viu vocês todos crescerem e se tornarem o que é hoje, ajudou a criar cada um, ela viveu e viu de tudo, mas não duramos para sempre… — Diz ternamente ao segurar a mão dela entrelaçando seus dedos.
Ele segue viagem a levando dessa vez para a casa dela, mesmo que ela tivesse resmungando e ido contra sua decisão, mas era isso ou comprar briga com Cassius, mesmo que ela tivesse dezoito anos ela ainda era a responsabilidade dele até quando ele decidisse parar.