Cap.176
Ele seguiu até a sala de terapia, Nate tinha avisado que estariam ali, era o local que dava assistência a muitas pessoas, além dos próprios Seagreme, principalmente após períodos com machucados musculares.
— Cassius. — diz Nate, indo ansioso até Cassius.
— Algum problema? — pergunta ele já receoso.
— Talvez sim… — suspira Nate apreensivo.
— Fez alguns exames, descobriu algo?
— A notícia não é ótima, esse menino que você pegou, ele tem chances de não conseguir mais andar.
— Sério? — suspira apreensivo.
— Existe uma chance, ele vai ser transferido para uma clínica de nossa confiança, aquelas feridas nos joelhos, e supostamente ele adquiriu uma bactéria que pode está necrosando seus joelhos, eu não tenho muita esperança para ele, onde o encontrou?
— Em uma casa abandonada, o que ele tinha que levou a isso?
— Supostamente ele nasceu com problemas nas pernas, porém não foi tratado, ele precisava de terapias, remédios, se ele não tinha condição para cuidar, supostamente seu destino era esse.
— Isso com certeza. — comentou Ramis ao entrar na sala também. — Quando você saiu ontem, uma vizinha veio falar comigo, eles sabiam que aquele menino estava lá e também conheciam a sua condição, porém ninguém queria ajudá-lo.
— Então largaram ele para morrer?
— Não é o normal? Na época dos espartanos os bebês que tinham deficiência eram jogados do penhasco.
— Estamos em uma era moderna, se não percebeu. — comentou Cassius com frieza.
— Eu não devia nem mesmo ter nascido, eu não me importo se eu não vou mais andar, não tem mais nada que eu queira fazer na vida sem meu irmão.
— Você é um ferrado, seu moleque sem expectativa de vida, ainda assim, você está me devendo e vai pagar, cada segundo da sua vida vai ser para me pagar o que você fez com a minha sobrinha. — rosna Cassius indo até ele.
Nate e Ramis ficam sem reação, ao mesmo tempo que Cassius queria ajudar o menino, parecia querer matá-lo.
— Basta me matar! — grita aborrecido.
— Vai a merda! — rosnou em seguida indo em direção a Nate. — Marque a cirurgia e faça o possível para que ele esteja de pé, ele só morre quando eu quiser.
Cassius segue para fora da sala, Ramis o segue curioso.
— Você está dando uma de durão, mas sei que está com pena daquele moleque.
— f**a-se o que você pensa. — murmura seguindo para o elevador.
— Você reparou, não é? — perguntou ele encarando Cassius desconfiado ao entrar na cabine.
— O quê?
— Ele tem a mesma idade que eu quando você me encontrou, por acaso está procurando um novo step?
— ah… interessante, gostei da ideia, ele vai ser meu novo filho, você está descartado. — anuncia indiferente.
— Está falando sério? — assevera Ramis, cético.
— Claro, está na hora…
— Você é tão rancoroso assim?
— Sim! Quer saber? Vou trocar você e Lilith por esse moleque, assim vou ter alguém que escute e siga as regras. — a cabine abre e ele segue para sua sala sem se importar com Ramis, que nem mesmo acredita no que ouviu.
Hoje não seria o primeiro dia de trabalho de Lara, mas ela estava nesse exato momento criando coragem para entrar no departamento de esportes ansiosa para ver o filho de Kaleu.
Ela estava em frente a porta dupla, parada, ansiosa, se contendo.
— Senhorita Lara Seagreme? — pergunta uma voz a suas costas a fazendo levar um susto.
— Oi… sou eu! — se vira ansiosa, encontrando-o quem tanto estava ansiosa para ver, um rapaz alto, medianamente forte, um pouco magro, mas tinha um ar sério, demostrando até ser mais velho que a sua idade, cabelos negros, com um corte estiloso que deixava os fios do centro de sua cabeça maior que os fios da lateral, ele era muito parecido com Kaleu, sua versão mais jovem e mais magra.
— Soube que seria minha assistente, raramente isso acontece, porque não tenho muito o que fazer aqui, bom… eu me chamo Willy Kaleb ou me chame apenas de um desses.
— posso chamar de Will? — pergunta sem nem mesmo piscar ao encará-lo.
— faça como quiser, senhorita. — diz passando por ela seguindo até o balcão.
— Você está bem diferente da época em que eu te vi. — comenta de repente.
— Não me lembro de já ter te visto. — responde indiferente enquanto recolhe algumas roupas do armário.
— Bom… talvez não tenha me percebido.
— Sim, sim… ah… você começa amanhã, certo? Tenho que te explicar como serão as coisas, como tudo funciona, então até amanhã.
— tudo bem… — suspirou frustrada, ao mesmo tempo, também ansiosa para o dia seguinte. — Mas ainda é cedo, eu posso te acompanhar? — o filho de Kaleu o encarou confuso.
— Pode vir, vou para a quadra de futebol de salão, não tem muita coisa para fazer aqui, então eu vou jogar com alguns amigos, esse horário é sempre assim parado.
— Tio Cassius permite?
— Cassius não é seu irmão?
— Sim… mas é estranho, ele não age como meu irmão, parece o tio doido. Mas ele é meu irmão, sim.
— Você não é muito nova para trabalhar aqui?
— Não, já sou grande o suficiente.
Will de repente pára em sua frente a encarando sarcasticamente.
— Você é minúscula e tem cara de mimada, é uma filha do papai. — diz sorrindo educadamente tocando o topo da cabeça da menina ao mesmo tempo que se inclina a encarando.
— Eu não sou criança! — rosna afastando a mão dele, constrangida.
— Isso é o que você diz. — suspira entrando na sala de esporte onde encontra um grupo de jovem, imediatamente eles param o que estavam fazendo quando ver a menina de estatura mediana entrar ao lado de Will, Lara apesar de não ser tão alta com o restante dos Seagreme, ela era tão bonita quanto, com seu cabelo n***o ondulado, e olhos amendoados, a única coisa que mudava comparado aos outros era que ela não tinha um porte físico definido, tendo um corpo um pouco mais fora dos padrões, mesmo que não parecesse tanto.
— Quem é a menina? — pergunta um dos meninos a Will quando ele se aproxima.
— Não olha muito não, essa é a filha de Francis.
— Uau… tem alguma pessoa feia nessa família?
— olha… comparando as outras ela não é nada magnífico, mas é bem bonita, mas é muito novinha, então mantenha distância, além do fato dela ser irmã de Cassius, só gente da alta cúpula se é que me entende. — comenta ele batendo o dorso da mão no peito do seu amigo.
— Ainda assim… arriscaria só uns beijinhos, ela é tão fofa. — comenta o outro menino, mas Will segue para o centro do salão sem se importar.
— É pela conta e risco de vocês.
— qual é… então? Seu pai continua proibindo você de subir enquanto os Seagreme estão na academia?
— Não vai fazer mais sentido desde que uma delas invadiu meu espaço. Hoje vamos subir para a sala de tiro, ele só me deixa praticar quando a academia já está para fechar, mas depois de hoje… a minha rotina pode mudar. — comemora o menino.
Lara se senta na arquibancada observando os rapazes, muitas vezes ficando desconcertada com alguns olhares m*l-intencionados dos meninos.