Cap. 175
Ainda era madrugada quando Braston estava acordado, abraçado a Molly que já estava em sono profundo, apesar de todos estarem tristes com a perda de um m****o que pensavam estar fazendo intercâmbio em outro país, Braston era um dos que estava mais triste.
Mal conseguiu cochilar, se levantou e seguiu e saiu do quarto, o corredor na penumbra, a única luz que ele conseguiu ver bem era de um único quarto onde a luz escapava por debaixo da porta e foi para aquele quarto que ele seguiu.
Entrou silenciosamente e se sentou em uma poltrona ao lado de uma cama, onde ela estava deitada.
— Mama Lizi… — suspira inconformado tocando a sua mão enrugada, em seguida entrelaçando seu dedo e fracos. — Você já não pode mais puxar minha orelha. — diz entristecido. — Tem acontecido algumas coisas chatas, eu tenho tentado não surtar mais como antes, mas é bem difícil, às vezes é tão pesado ao ter uma família e precisa manter-se calmo, se obrigar a sempre ser racional quando quero extravasar tudo, porque a cada dia algumas pessoas que amamos sofre ao nosso redor… cada dia tenho menos de você… às vezes você passa uma semana inteira sem se lembrar… — sua voz falha e ele tenta segurar as lágrimas.
— Nem mesmo meu nome, estou te perdendo aos poucos mesmo estando viva…
Braston abaixa a cabeça e deixa algumas lágrimas pingarem sobre a calma pijama, ele sente os dedos magros dela apertar sua mão.
— Você me tem por todos os dias da minha vida. — ouve sua voz arrastada e arranhada. — até meu último suspiro, você já não é mais aquele homem duro, acredito que ter uma família fez bem para você, às vezes alguns têm que ir, e está tudo bem, mas não se esqueça de tudo que vivemos, eu vou, mas as lembranças com você fica. — diz ternamente estendendo a mão com dificuldade para tocar seu cabelo o acariciando.
Braston passa longas horas ali ao seu lado, até Molly sentir sua falta e ir o buscar, ela fazia isso todas as noites, todos os dias, ele estava sempre ali, e eram raros os dias que ela se lembrava dele, mas uma vez ou outra poderia acontecer, ele só em algum momento causa essa reação e fazê-la lembrar, mesmo que logo depois ela fosse esquecer de novo.
Pela manhã estavam todos no hospital, exceto Lilith e Brendo, Cassius não queria deixá-la, ainda assim, ela nem mesmo teve forças para levantar da cama, estava desanimada, sem apetite e sem forças.
Estavam todos preocupados com a notícia de ontem, porém não conseguiram mais notícias de Brendo e nem de seu pai Breando.
Kity não havia acordado, passou apenas por uma cirurgia devido aos cortes profundos, mas todos estavam aliviados, estar fora de risco já era o melhor que poderia ter acontecido, após ela ter chegado quase morta ao hospital.
Ninguém entendia porque Brendo não havia ido naquele dia, ainda assim ele nem mesmo atendia o telefone, o que deixou todos seus amigos preocupados.
Após a visita à Kity, Cassius seguiu para a academia, mesmo com todos os problemas, ele ainda tinha a terceira potência da cidade e alguns assuntos da máfia para pôr em ordem, assim que entrou em seu escritório encontrou Ramis, estava concentrando ao lado de Kaleu que também analisava alguns documentos e fazia cálculos.
— O que faz aqui tão cedo? — pergunta Cassius para Ramis.
— Pensei que minha esposa viria com você. — diz com ironia.
— Não força, depois reclama se eu cortar seu p*u fora.
— Bom… mudando de assunto, o clima está ficando pesado para uma manhã tão bela, cheia de notícias boas. — comentou Kaleu.
— Está falando de Kity?
— não só dela, hoje a sua irmã veio aqui com seu irmão caçula, ela pediu uma vaga no departamento de esportes, estranho? Só um pouco, mas ela estava bem ansiosa.
— A Lara ainda está com esse assunto? — pergunta sério.
— Sim, sim… — confirma desanimado.
— Você deu uma vaga a ela no departamento de esporte?
— Era o que ela queria.
— Desde quando a Lara tem querer? Aquela desorientada nem mesmo sair de casa sozinha.
— Pois ela agora quer alcançar sua independência.
— Mas seu filho trabalha naquele departamento.
— Algum problema? — de repente Kaleu se levanta com um sorriso discreto e leviano demonstrando querer intimidar Cassius.
— Calma, até parece que ameacei seu filho. — sorri Cassius com ironia.
— Em primeiro lugar, você é problemático, em segundo, eu enfiei meu filho no departamento de esporte porque lá é isolado de todos seus queridinhos, porque se tem uma coisa que eu não vou tolerar, é você intimidar meu filho, então se quiser ter seu p*u agarrado a seu corpo, não dirija a palavra a ele.
Queria desejar conseguir se teletransportar para dentro do computador para rir, Cassius juntou as sobrancelhas sem palavras.
— Pensei que éramos amigos, por que eu intimidaria seu filho intocável?
— Porque a Lara é assistente dele.
— ah! Filho… — Kaleu ergue uma das sobrancelhas em repreensão. — tudo bem, foi Lara que queria ir para lá, mas seu filho é gay mesmo, nem vou me importar.
— ah, ele é gay? — pergunta Kaleu com falsa surpresa.
— é, fica enfiado em um depósito de esportes que só entra macho.
— Isso eu vou elevar. — comentou Kaleu.
— porque é verdade.
— Se você diz. — suspira ele segurando o riso.
— mas porque Lara quereria ir trabalhar lá?
— Por que será né? — diz Kaleu e Ramis sincronizados.
— Qual é a situação lá? — pergunta Cassius sério.
— nenhuma, apenas se lembre que se mexer com meu filho, eu arranco sua única fonte de prazer nessa vida fodida que você tem.
— Ah… já está indo longe, não acha? Não tenho motivos para implicar com seu filho, afinal ele já está a três anos trabalhando sem dar problemas.
— Mesmo se ele trouxesse problemas, esse problema seria meu e não seu, então, não faça nenhuma besteira.
— Como eu disse, não tenho motivos e também acredito que não terei, só que não quero Lara naquele departamento. Minha irmã é muito nova para ficar longe de meus olhos nesse lugar, não sei o que deu em nosso pai para deixá-la vir trabalhar aqui.
— Arruma um emprego para ela em outro lugar. — rosna Kaleu voltando a se sentar demonstrando mau-humor.
— está estranho, você sempre foi tão calminho, parecia uma mocinha. — brinca Cassius sentando-se ao lado de Ramis.
— uma mocinha de quase dois metros arrancando sua alma com um estilete.
Cassius engole em seco confuso com o mau-humor de Kaleu, mas ele não gostava que seu filho ficasse perto de nenhum dos herdeiros Seagreme justamente para evitar problemas para o filho dele, sabendo da personalidade de Cassius.
— Ok… a mulher só pode ter negado fogo hoje, calma aí, jovem monge, ainda nem sei porque está estressado, mas se vier para cima eu fodo.
— É mais fácil sua mulher negar fogo, afinal você é o único aqui que faz merda.
— Cassete! Qual o problema agora? Por que não fala diretamente?
Kaleu apoia os cotovelos na mesa, se mantendo pensativo.
— O lance é o seguinte, eu não quero a sua irmã, ela sabe muito bem porque eu deixei meu filho lá, ele é um rapaz maduro apesar da idade e sabe bem do que estou falando e me obedece, mas qualquer pessoa que se aproxima de seus queridinhos entra em problema.
— qual é? Somos quase uma família.
— Eu sei, mas não como uma de verdade, da mesma forma que você quis mandar Ramis para longe sendo sua família, você pode implicar com meu filho por pouca coisa, só estou me precavendo.
— Olha… pelos anos de amizade, pelos momentos difíceis que passamos naquela época r**m, nenhum motivo seria justificável para tocar em seu filho, eu já aprendi a minha lição.
— certeza?
— Sim, continuamos amigos? — pergunta Cassius estendendo a mão.
— Não deixamos de ser, só temos interesses diferentes quando se trata de nossas famílias.
— sua família é minha família. — responde com convicção.
— Você ainda não respondeu como está minha esposa. — pergunta Ramis quebrando o clima.
— Porque você não vai para o inferno? — rosna Cassius em seguida se retirando do escritório.
— ainda acredito que vai dar problema. — comentou Kaleu.
— ah, vai… — suspira Ramis, vou ficar de olho naquela garota mimada, certeza que ela está interessada em seu filho e por isso insistiu em trabalhar naquele departamento.
— Meu filho já tem dezoito anos, e ela é muito nova, que educação seu pai dá a essa menina? — resmunga Kaleu indignado.
— Ainda não sabemos a real intenção de Lara lá embaixo.
— Que seja, mesmo que ela tenha interesse em meu filho, ele não vai se atrever a tocar nela. — diz com convicção.
Cassius por sua vez agora seguia até a ala hospitalar onde Nate atendia o menino que ele deu uma segunda chance.