A dor no meu corpo foi horrenda. O primeiro impacto eu senti como se tivesse levado um facada, ou talvez pior. Só não gritei porque não consegui. O meu coração galopava dentro de mim para aos poucos abrandar, a minha respiração agora já se acalmava e eu deixava de sentir a dor frustante. Olhei para Mitchell tentando encontrar no fundo daquele azul cinza uma alma piedosa e necessitada como aquele menino que nem tinha dez anos ainda quando perdeu os pais. Tentei, mas o que encontrei foi um profundo tédio. Me recusei olhar para ele e fechei os meus olhos, não sabendo se os voltaria abri-los outra vez. Mitchell A sua respiração foi ficando tranquila, tranquila até demais. Fiquei mais alguns segundos olhando o corpo que jazia à minha frente, o rosto pálido e ao mesmo tempo roxo e