Capítulo 3

1322 Words
— Fica calma, vai ficar tudo bem — Eu falei tentando acalmar a mulher que estava com o rosto irreconhecível de tanto sangue. — Eu vou morrer, eu vou morrer! — Ela grita desesperada — Tá doendo muito — Ela agarrou meu braço e começou a gritar ainda mais. — Calma, por favor tenha calma, você já está no hospital. Agora tudo ficará bem — falei e a empurrei para a sala de traumas. Quando voltei para emergência tinha mais feridos e a maioria com fraturas expostas e gritando de dor; eu corri pra entrada e fui levando os feridos para os atendimentos um a um. Foram horas de muita correria e desepero tanto dos pacientes quanto dos familiares. No final da noite chegou uma mulher também muito ferida e muito desesperada, ela tinha uma fratura exposta no antebraço direito e também uma fratura feia no fêmur esquerdo; era realmente complicada a situação dela. Peguei a maca dela para levar até a sala de emergência, ela segurou minha mão e começou a ter uma convulsão. Eu paralisei, fiquei sem reação na hora. Foi realmente um momento crítico, eu não sabia mais o que fazer, quando um homem se aproximou e segurou a mão dela. — Não tenha medo Cecília vai dar tudo certo. Fica calma que tudo ficará bem — Ele falou com uma voz forte e dominante, assim como a aparência dele — Você vai ficar aí parada me olhando ou vai atender a paciente? — Ele gritou comigo quando eu estava perdida em pensamentos. — Para sala de emergência. Vamos! — Falei empurrando a maca o mais rápido que consegui. Chegando lá a doutora Kátia a levou para o atendimento, foram minutos bem criticos até controlar a pressão arterial e os batimentos cardíacos da paciente. Depois de estabilizá-la, a doutora Kátia virou pra mim: — Oi, Alicia. Pode ir pra casa, você deve está muito cansada. Trabalhou o dia todo e esse é só o seu primeiro dia — Ela é uma pessoa muito calma e compreensiva, diferente do doutor Jonas, esse é muito mandão. — Tudo bem doutora, eu posso ficar mais, estou aqui pra isso. Eu tenho que me acostumar — Falei, mas realmente, eu estava exausta física e psicológicamente. — Tudo bem Alicia. Você já fez muito no seu primeiro dia. Uma muvuca dessas na emergência e no primeiro dia de residência não é pra qualquer um — Ela sorri — Vamos, vá pra casa descansar, amanhã você recomeça — Ela com certeza viu a minha exaustão. Eu aceitei, não aguentava mais mesmo. Eu peguei minha bolsa, me troquei e estava indo para o estacionamento quando dei um esbarrão em alguém. — Você está cega, p@rra! Olha por onde anda — O mesmo homem, aquele que gritou comigo antes, só para minha sorte. — Me desculpa senhor, eu não vi você — me desculpei calmamente. — É, você não vê mesmo. — Esbravejou — O que uma pessoa tão lerda tá fazendo em um hospital? Você vai matar os pacientes assim! — Ele continuou com a mesma arrogância e me atendendo. — Olha, você está errado. Eu não vou matar ninguém, estudei muito para fazer isso. Eu estou um pouco perdida mas é porque hoje é o meu primeiro dia de residência. Eu não esperava tantas pessoas feridas e tudo mais — tento me explicar, mas não sei porque estou fazendo isso — Eu até esperava mas por ser o primeiro dia eu não estava preparada. Eu vou aprender muito ainda, eu vou ser uma grande médica. — Desabafei e ia saindo quando ele voltou a falar. — Seu primeiro dia foi? Pois é bom você não se deixar impressionar com toda essa bagunça. Manter o foco é a primeira regra pra ser um bom médico, não se distrair, não ficar nervosa — Ele foi pontuando as regras e eu ouvi tudo calada. Que ironia, logo ele me dando conselhos. — Muito obrigada senhor! O conselhos são bons, eu vou seguir todos amanhã. Melhoras para sua amiga — Falei e o comprimentei com um gesto de cabeça. — Tudo bem. Doutora, Alicia Silver, bonito nome. Eu sou o Oliver — Falou lendo o nome no meu jaleco e estendeu a mão. — Olá senhor Oliver. Muito prazer e deculpe por tudo — Nós apertamos nossas mãos e eu juro que senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo assim que sua mão tocou a minha. Fiquei olhando o homem na minha frente e só consegui pensar numa frase " que homem, Jesus que homem! " , ele é alto tem um metro e noventa, ombros largos, braços fortes e as pernas também; com cabelos negros e ainda caindo nos olhos e os olhos, são outro espetáculo, lindos olhos verdes completando com um sorriso perfeito, é, essa deve ser a imagem da perfeição. Eu fico tão focada na beleza dele que nem percebo que estou exageradamente admirando, eu fiquei com tanta vergonha que nem tive coragem de falar mais nada, mas ele teve. — Vejo que você gostou de me olhar. Me achou bonito? — Ele pergunta com um olhar inexplicável. — D-desculpa. Eu, eu não quis lhe ofender. Foi realmente muito indiscreto — Eu até gaguejei de tanta vergonha. — Sem problemas, Alicia. Bom, deixa eu ir verificar a situação da minha amiga. Até qualquer hora — Falou e saiu rindo. Eu nem sei quantas vezes me repreendi por ter p**o esse mico, aliás, mico não um king Kong, mas é quase impossível não fazer isso, o homem é muito, muito lindo. Pior é que ele não sai da minha cabeça, Oliver, esse nome é bonito é perfeito para o dono dele. Foi assim que começou meu tormento, meu coração ficou caidinho por alguém que não deveria ter, isso me causou muitas, muitas lágrimas. Enquanto eu fiquei pensando no Oliver em minha casa, ele estava muito ocupado no hospital acompanhando sua amiga e secretária Cecília. Eles trabalham juntos há anos e nesse dia a Cecilia saiu do escritório e acabou se envolvendo no acidente de trânsito. A história do Oliver é tão ou mais complicada que a minha, nós na verdade estamos ligados desde o passado. Seu pai Otávio Moretto e meu avô são inimigos; eles tiveram disputas e meu avô levou a melhor, enquanto meu avô ficou finalmente livre o pai do Oliver foi sepultado e isso fez um buraco n***o se abrir entre nós dois, com o ódio como barreira nós dois tivemos que enfrentar muitas batalhas. ... - Anos atrás - — Solta a arma Silvério Silver. Eu estou mandando, você está preso! — O sargento Otávio Moretto falou enquanto andava para mais perto do homem. — Sabe quando você vai me prender seu soldadinho de merda? Nunca, NUNCA! entendeu ou quer que eu desenhe? — O homem mais procurado pela Interpol fala engatinhando a arma. — Eu mandei largar a arma! — Otávio fala, mas em seguida é atingido por um disparo. — Pai, papai! — Um garoto chega correndo _ Pai aguenta, eu já liguei pro socorro — Ele se ajoelha perto do homem baleado. - Dias atuais- — Quem fez isso com você vai pagar. Eu juro que vou me vingar! Finalmente chegou a hora dele pagar pai. Eu Oliver Moretto jurei no túmulo do meu pai. Quando meu pai morreu eu era apenas um garoto mas agora sou um homem, forte e poderoso. Eu comando as indústrias Moretto. Tenho filiais dentro e fora do país, minha empresa trabalha em vários ramos de negócios, na construção civil, indústria têxtil, exportações... Hoje sou um dos ceos mais influente e rico do país. Tudo em mim hoje é forte e muito dominante. Eu trabalhei duro durante anos para conseguir alcançar o topo e só assim eu vou derrubar aquele que me tirou tudo, eu vou devolver na mesma moeda e não vou parar até conseguir meu objetivo, ou não me chamo Oliver Moretto. Continua...
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