Já Laura oscilava entre momentos sonolentos e gritos histéricos, somente quando pôde tomar um banho e esfregar cada partícula do seu corpo conseguiu se acalmar um pouco, mas ainda se negava a comer qualquer coisa. A irmã com muita insistência conseguiu que ela tomasse um copo de suco.
_ Quando poderei ir para casa?
_ Ainda precisa se recuperar, Laura.
_ Nunca me recuperarei disso, só quero me afundar na minha cama e ficar protegida por lá. Sou maior e posso sair daqui.
_ Preciso contar algo a você. Lembra que houve uma época que a mamãe dizia que nossos maridos seriam escolhidos pelo papai?
_ Lembro, mas no fim vocês escolheram, eram homens honrados e o papai aceitou. Pelo menos você e a Carmem serão felizes, eu nunca vou me casar, não depois do que houve.
_ Ainda pode ser feliz e encontrar alguém que a ame.
_ Não quero que ninguém me ame, não vou passar pelo que passei novamente.
_ O que sofreu foi uma violênci@, a intimid@de pode ser diferente.
Laura correu para o banheiro e vomitou, nunca mais suportaria o toque de um homem novamente, não teve escolha na noite anterior, mas se certificaria de nunca mais estar sozinha novamente, homem nenhum a acharia desprotegida. Depois de acionar a descarga Laura escovou os dentes e voltou para cama.
A irmã percebeu que não podia falar sobre nada que se referisse a inti.midade de um homem e uma mulher que Laura tremeria de med0, mas precisava dizer sobre Marco a ela.
_ Laura eu sinto muito, mas você tem um noivo.
Laura parou no tempo por um momento, não tinha noivo, porque com certeza saberia, mas existiam sussurros durante as recepções que eram obrigadas a ir, falavam sobre casamentos arranjados, de um grupo seleto de homens que escolhiam suas futuras mulheres a dedo, mas com certeza ela não se enquadrava nesse mundo. Ainda mais agora manchada da maneira em que estava, nem na igreja seria aceita. Sempre sonhou em ficar livre dos cultos de quarta e domingo, agora finalmente tinha conseguido, mas havia perdido algo que não estava pronta para perder. Ainda mais através de uma violência extrema que sofrera.
_ Não tenho um noivo, e se tivesse ele não ia querer alguém como eu, não agora.
_ Tem um noivo, desde os 14 anos existe um acordo entre o pai e ele para que se casassem, só estavam esperando a formatura para contar.
Laura começou chorar, depois de tanto choro e gritos de d0r e desespero ela não tinha forças mais para gritar, então deixou as lágrimas correrem livres, os pais não eram o modelo sentimentalismo, mas a amavam. Não podia acreditar que a fizeram de palhaça todo esse tempo e que brincaram com o destino dela sem nem mesmo a consultar, mas agora ficaria livre. O noivo havia pedido a mão de uma menina virgem e confiante, não de uma mulher atacada e quebrada.
_ Quem é meu noivo?
_ Ele se chama Marco Wolf.
Laura gelou, o nome era conhecido, a fama de um homem como aquele não passava batida, os boatos diziam que Wolf havia mat@do o próprio pai, ninguém conseguia provar e por isso a justiça não foi feita, mas os sussurros estavam ali para quem quisesse ouvir.
_ Como o papai iria me entregar a um homem como aquele?
_ O papai não teve escolha, como não tem agora. Acredite.
_ O que quer dizer? Ele sabe o que aconteceu?
_ Sabe e não mudou de ideia.
_ Não vou me casar com ele, prefiro a m0rte.
_ Ele tem nossa família em suas mãos, se não se casar com ele, o papai, a mamãe e boa parte dos homens da família ficarão sem nada, e ainda irão parar na cadeia. Não me pergunte como ele é capaz de tudo isso, mas o cara tem poder. Estamos no São Felix e ele esvaziou uma ala só para você.
Laura começou a gritar, estava rouca, mas precisava extravasar a d0r e o med0 de alguma maneira, quando um enfermeiro entrou no quarto para a sedar ela entrou em pân.ico com a proximidade do homem.
O enfermeiro se aproximou da cama.
_ Não se aproxime, não quero que me toque.
_ Só vou fazer o meu trabalho.
Foi a resposta fria e distante que Laura e irmã receberam, mas no momento em que o homem se aproximou mais da cama alguém se aproximou da porta e voz forte feito trovão foi ouvida.
_ O que está acontecendo aqui?
Laura não foi capaz de responder, se encolheu na cama. A irmã respondeu por ela.
_ Desculpa, senhor, mas Laura não está confortável com o enfermeiro, por ele ser homem e está em pân.ico.
Magda havia conhecido Marco na noite anterior, ela não queria admitir, mas o cunhado a intimida.va, ou melhor amedrontava.
Marco se voltou para o enfermeiro,
_ Qual parte você não entendeu que não deve se aproximar da cama?
_ Sou vou aplicar o sedativo, antes que ela se machuque.
_ Saia e encontre uma enfermeira para fazer isso, se não a única pessoa machuca.da nessa sala será você.
O enfermeiro se precipitou para fora. Marco notou que Laura havia ficado com med0 dele também, mas ainda foi capaz de perceber a camisola minúscula em que ela estava e isso o irritou. Não havia pacientes na ala, mas ainda existia enfermeiros como aquele transitando, e não a queria mais exposta do que já tinha ficado. Saiu do quarto xingando mentalmente todos os palavrões que conhecia.
Logo uma enfermeira entrou no quarto e aplicou o sedativo em Laura que apagou depois de poucos minutos.
Marco aproveitou a oportunidade e entrou no quarto. A irmã a cobriu com o lençol porque achou que Laura estava exposta demais aos olhos dele, Marco percebeu a intensão.
_ Sabe que ela é minha, não sabe?
_ Ainda não estão casados.
_ Isso é só uma formalidade, sua irmã é minha.
O Olhar dele foi tão duro sobre Magda que ela não teve coragem de responder, havia sido criada para obedecer aos homens, apesar de todo estudo que tivera.
_ Avise a seus pais que amanhã à noite volto para casa, e vou levar minha mulher comigo, toda a documentação do casamento já está pronta, Certifiquem-se que ela assine, porque ela vai comigo estando legalmente casada ou não. Diga isso ao seu pai e sua mãe, tenho certeza que dona Conceição não irar desej@r uma filha dela em minha cama sem ser realmente minha esposa.
Magda engoliu em seco, e deu graças a deus pela irmã está desacordada, Laura entraria em pâ.nico se ouvisse, o homem não parecia ser nutrido por sentimentos, pelo menos não sentimentos bons. E a irmã de Laura se viu sentindo pena da irmã, que era só uma menina tendo que conviver com um homem feito, ainda mais agora que Laura estava quebrada. Suportar o toque dele a faria sucumbir de vez.