Em casa, Maya Yuni fez o dever de casa e jantou com a mãe que sairia para trabalhar, ela estava sempre trabalhando.
– Não saia, Yuni.
– Eu não conheço ninguém na cidade, e não seria louca de sair depois do que me aconteceu. Demorei até mesmo a voltar a respirar normalmente.
– mas não foi a sua culpa, minha filha. Só se atente para nunca ser a sua culpa e para não fazer besteira como eu fiz.
A besteira era ela e o seu irmão, Maya sabia que ser mãe solteira era tremendamente difícil, mas doía ser classificada assim.
Depois do jantar, ela foi para o quarto e se preparou para dormir.
Sentiu-se satisfeita por ter superado o primeiro dia, apesar da ansiedade inicial e ainda mais grata por Emma.
Antes de dormir, Yuni pegou o seu diário e começou a escrever sobre o dia. Expressou os seus medos, as suas alegrias e as suas esperanças para o futuro. Estava confiante de que, com o tempo, se adaptaria completamente à nova escola e faria mais algumas amigas.
Se lembrou do garoto problema da escola, ele tinha traços orientais e era bonito, muito bonito, alto e..
Ela balançou a cabeça, não podia nem se imaginar olhando para um garoto, o sono e foi embora, se levantou e ficou um tempo na janela, observando alguns garotos andarem de bicicleta, depois, ela percebeu um garoto andando de Skate, soube quem era.
Anésio deslizava pela praça com habilidade , seu skate fluindo suavemente sobre o concreto. Enquanto ele executava as suas manobras, um olhar atento vinha da janela do quarto de Maya. Ela observava, com admiração evidente, nunca tinha visto um rapaz tão bonito e elegante.
Seus olhos brilhavam com fascínio enquanto ele se movia com destreza.
Mas ele notou o olhar dela.
Anésio, ao notar o olhar de Maya, a olhou.
E acenou.
Ele era bom no que fazia, mas ela fechou a janela e se recusou a pensar naquele garoto.
Se deitou.
Ela fechou os olhos e disse para ela mesmo que garotos eram sempre problemas, e que por causa de um havia ido parar no hospital.
Demorou para dormir.
E finalmente, quando conseguiu mergulhar no sono, os seus sonhos se tornaram tumultuados e perturbadores.
Ela se viu no meio de uma multidão, cercada por líderes de torcida que pareciam exalar uma energia ameaçadora. De repente, Yuni se viu no chão, sentindo uma dor lancinante percorrer seu corpo. O barulho ensurdecedor da multidão ecoava ao seu redor, misturando-se com os seus gritos de agonia.
Era como uma partida de futebol, mas ela era a bola em campo, porque era chutada, a costela quebrada.
Enquanto ela lutava para se levantar, os líderes de torcida continuavam a dançar e a torcer, ignorando sua angústia, mas alguém a chutava também e ela não conseguia gritar.
Yuni sentiu-se impotente e assustada, incapaz de escapar daquele cenário opressivo.
Acordou, mas permaneceu tremendo embaixo das cobertas.
— Não pode olhar para um menino Yuni, não pode Maya Yuni olhar para um menino, ainda o menino mais bonito de toda a escola. Não pode.
Yuni repetiu aquelas palavras até se cansar e dormir novamente.
E por causa do pesadelo acordou cansada..
Foi para o chuveiro se acalmar, mas na hora de vestir, ela foi pegar uma camisa masculina da mãe, assim não chamava tanta atenção. Nesse momento, ela só queria ficar viva para se formar em alguns anos e seguir uma vida tranquila.