Enquanto esperava a professora chegar, Maya notou que alguns meninos estavam olhando para ela. Ela tentou ignorar, mas o sentimento de ser observada a deixava ainda mais nervosa. Estava tentando encontrar algo interessante no seu caderno quando uma garota se aproximou dela.
— Oi, você deve ser a aluna nova. Eu sou Emma — disse a garota, com um sorriso amigável.
— Oi, sou a Maya Yuni — respondeu, aliviada por alguém finalmente ter falado com ela e por esse alguém ser uma menina.
— Seja bem-vinda à Roosevelt High! Se precisar de ajuda com alguma coisa, pode me chamar. — Emma sorriu e voltou para o seu lugar.
A professora de Inglês, a Sra. Jenkins, entrou na sala e começou a aula com uma introdução ao novo livro que eles iriam ler. Maya tentou se concentrar, mas sua mente estava cheia de pensamentos sobre como seria o resto do dia. No final da aula, a Sra. Jenkins apresentou Yuni a turma, ela queria sumir para dentro do chão, mas não podia, infelizmente.
— Classe, esta é a Maya Yuni. Ela é nova aqui, então vamos todos ser amigáveis e ajudá-la a se ajustar.
Yuni deu um pequeno aceno e um sorriso tímido para a turma, sentindo seu rosto ficar quente. Ganhou um olá de um garoto, mas travou e não respondeu, só ofereceu um sorriso tímido.
No intervalo, Maya foi até o refeitório. Pegou sua bandeja de almoço e procurou um lugar para se sentar. O refeitório estava lotado, e ela não queria se sentir ainda mais assustada. De repente, Emma apareceu novamente.
— Maya, aqui! — chamou Emma, acenando para ela de uma mesa no canto.
Yuni sorriu, sentindo um alívio enorme. Sentou-se com Emma.
Elas conversaram sobre as aulas, os professores e os eventos da escola. Yuni começou a se sentir mais à vontade, Emma era alegre e não parecia uma garota problema.
Um garoto passou por elas, e olhou para Maya que desviou o olhar.
__ Esse é Horus Anésio Constantino Kobayashi. Ele é um garoto problema, problema diferente.
– Diferente?
– É ,ele não mexe com ninguém, se ninguém mexer com ele, ele deu uma surr@ em um garoto que me empurrou.. mas nem esperou eu agradecer, tentei falar com ele, mas fui ignorada.
Maya se sentiu curiosa e o olhar que recebeu era diferente também.
Voltaram para a sala de aula.
As aulas da tarde passaram rapidamente. Maya Yuni teve Matemática, Ciências e História. Em Ciências, a professora Sra. Rodriguez fez um experimento divertido que envolveu misturar diferentes substâncias para ver como reagiam. Yuni adorou a aula prática.
A última aula do dia foi Educação Física. Maya se sentiu nervosa novamente, pois não sabia como seriam as atividades. O treinador, Sr. Miller, os dividiu em times para jogar voleibol. Maya nunca foi muito boa em esportes, mas se esforçou para participar. Durante o jogo, ela fez alguns bons passes e até marcou alguns pontos, um dos garotos deu um assobio em direção a ela.
Ela fingiu que não ouviu, queria que não notassem a presença dela.
Depois da aula, enquanto se trocava no vestiário, uma das meninas do time se aproximou.
— Você jogou bem hoje, Maya. Meu nome é Sisi. Quer se juntar ao nosso time de voleibol? — perguntou Sisi.
— Ah, obrigada! Vou pensar sobre isso. Nunca joguei em um time antes, mas parece divertido.
Mas não aceitaria, times, torcidas e líderes eram o seu pesadelo.
O sinal final tocou, indicando o fim do primeiro dia de aula. Maya pegou suas coisas e saiu do prédio, encontrando sua mãe no carro, tinha sobrevivido por um dia.
— E aí, como foi o seu dia? — perguntou a sua mãe.
— Foi bom, mamãe. Acho que melhor do que eu esperava. E o meu irmão?
_ Na creche, dorme lá hoje..
— Mas faz dois dias que ele não dorme em casa.
__ Eu sei, Maya, mas preciso fazer algumas horas extras.
A mãe trabalhava muito, porque cuidava dela e do irmão sozinha, por isso, Cícera tinha medo que a filha engravidasse e seguisse os passos dela, que era trabalhar e trabalhar até conseguir pagar todas as contas.
No caminho para casa, Yuni refletiu sobre o dia. Ela se sentiu grata por Emma .