Anésio bateu na porta da casa de Maya, e ela abriu com os olhos assustados, sem saber ao certo o que esperar.
– Tudo bem? – perguntou ele.
Maya hesitou por um momento antes de responder, seu coração batendo acelerado. – Não muito. Minha mãe não gostou muito de saber de você. – confessou ela, desviando o olhar, preocupada com a possível reação de Anésio.
– Mas vou falar com ela, mesmo assim, Maya. Não sou um rato para me esconder. – afirmou Anésio, suas palavras carregadas de sinceridade.
Maya sentiu um leve alívio se infiltrar em seu peito tenso, pensou que ele desistiria. Ela sabia que não seria fácil, mas o apoio de Anésio significava muito para ela. Com um aceno hesitante, ela o convidou a entrar, sabendo que enfrentariam juntos o desafio de conquistar a confiança de sua mãe.
Cícera encarou Anésio.
– Não é bem vindo e não apoio o seu namoro com minha filha, ainda por cima é mais velho, deve andar com o carro cheio de garotas.
– A única garota que entrou em meu carro foi a sua filha e a amiga dela. E a única mulher que entra é a minha mãe.
— E o seu pai? __ Cícera perguntou.
– Não sei, senhora. Ele me deixou bem amparado financeiramente, mas minha mãe nunca disse quem era.
– É filho bastardo?
– Talvez, senhora, muito possivelmente, mas isso não interfere que eu goste da sua filha. Eu vim falar com a senhora, porque a minha me ensinou respeito.
— Não o quero perto de minha filha.
– Sinto muito, mas se a sua filha disser que me quer perto dela, não posso obedecer a senhora. Posso prometer respeitá-la e não abandoná-la, não importa o que aconteça.
– E espera que eu acredite? até mesmo fala como adulto, deve fazer o mesmo com várias moças.
– Não senhora , a sua filha vai ser a minha primeira namorada.
— Não se depender de mim, vou mudá-la de escola.
– mamãe..
— Eu não p**o a escola mais Yuni, para que?
– Senhora. Não sou moleque, nem bandido, se a senhora quiser trago o meu boletim para que veja, trago meu histórico escolar e trago a minha mãe para conversar com a senhora. Eu não bebo, não fumo e não estou metido com nenhuma bagunça. Tenho três vagas em universidades me esperando.
— Não me importa nada disso, o pai dela também tinha, me engravidou e foi embora. Minha mãe me abandonou, juntei os pedaços sozinha.
— Não vou fazer o mesmo.
– Vamos esperar para ver. __ Cícera respondeu.
Cicera partiu, e Maya chorou.
Anésio a abraçou.
– Vai melhorar..Maya, ela cede depois.
– Vou entender se quiser desistir.
– Não vou, Maya, posso conviver com a sua mãe, ela não precisa gostar de mim, você precisa gostar.
Maya fechou a casa e partiram.
Pegaram Emma na casa dela, e foram estudar.
Anésio a abraçou.
— Eu sinto muito por ser a causa da briga entre você e sua mãe,mas eu precisava namorar você, pequenininha.
__ Não é sua culpa, foi a vida que foi muito injusta com ela, foi isso, Anésio. Tenho prova, então não saio para o intervalo, porque demoro mais que os outros para fazer.
— Mas a espero para irmos juntos para casa, espero Emma também, meu amor.
– Do que me chamou?
– Meu amor.. e ficou vermelha, mas vou esperar você se acostumar.
Ela foi para aula.
Na hora da prova, Maya fez a prova de maneira paciente, sempre precisando de calma, ou não conseguia. Era uma prova de história, e ela tinha usado o resumo do namorado, Anésio, para conseguir estudar. Sabia que estava indo bem somente por isso. Cada questão parecia mais fácil que a anterior, graças ao resumo de Anésio.
E ele era seu namorado.
O resumo estava repleto de anotações detalhadas, cuidadosamente organizadas. Anésio era um excelente estudante e suas anotações sempre foram de grande ajuda. Na noite anterior à prova.
Enquanto Maya escrevia suas respostas, ela se lembrava das histórias que Anésio contava para tornar os fatos históricos mais interessantes. Ele sabia transformar datas e eventos em narrativas vivas, o que fazia toda a diferença para Maya, que sempre teve dificuldade em decorar informações sem um contexto claro.
Ao terminar a prova, Maya revisou cada resposta com cuidado.
Entregou a prova e voltou a se sentar para guardar os materiais.
Maya estava sentada na cadeira, quando percebeu o exato momento em que a men.struação chegou. Um misto de ansiedade e desconforto tomou conta dela, adiantando tudo. Ela fechou os olhos por um instante, tentando se concentrar e não deixar transparecer o que estava acontecendo.
No entanto, ela se viu numa situação difícil. Não podia simplesmente se levantar, pois a calça jeans clara que estava usando poderia revelar manchas e a camisa masculina branca da mãe, que tinha pego emprestada e acabou gostando, não ajudaria a disfarçar. Maya sentiu um pouco de pânico, tentando pensar em uma solução rápida.
Enquanto isso, o fim da aula chegou, mas ela permanecia sentada, incapaz de se mover. Foi então que Emma, notou sua hesitação e a chamou.
— Maya?
— Não posso me levantar, menstruei e acho que a calça sujou.
— Não é impressão sua?
— Não, não. Eu sei, sempre sei.
Emma procurou uma blusa de frio na mochila, não tinha.
A blusa de frio de Maya estava no carro de Anésio, porque ela estava com calor quando desceram.
Logo, ele apareceu.
___ O que houve?
Maya fechou os olhos envergonhada, era muito íntimo.
— Conte a ele, Maya. É o seu namorado e vai poder ajudar.
Mas Maya se sentiu envergonhada, não convivia muito com homens.
Mas respirou fundo.
— Estou mens.truada, quer dizer, aconteceu agora, e acho que estou com a calça suja.. Não era para ter acontecido hoje, acho que o embate com a minha mãe me deixou nervosa. Não tenho absorventes na bolsa e Emma também não.
Anésio tirou uma necessaire de dentro da mochila.
– Comprei para você, tem tudo o que precisa.
Anésio tirou a camisa que vestia e amarrou na cintura dela.
— Vá ao banheiro, espero e partimos para casa.
Emma foi com ela.
— Ah, Maya, ele está tão na sua, ele fez uma necessaire para você, comprou absorventes.
Emma olhou dentro da necessaire:
— lenço umedecido e chocolates. Ele é um amor.
– Ele gosta de mim, mesmo, não gosta, Emma?
– E muito, nunca vi um garoto fazer isso.
Maya se arrumou no banheiro, tinha uma calcinha extra na bolsa e resolveu tudo com o que Anésio entregou. Quando ela saiu, ganhou um sorriso dele.