Tomás
— Pérola, não é hoje que a sua irmã chega na cidade? - indago com curiosidade ao sair do banheiro apenas com uma toalha.
— Meu Deus! - ela levanta-se depressa da cama, me fazendo rir. — Eu me esqueci completamente da Eva! Sou uma péssima irmã, p***a!
A garota ficou tão desnorteada que começou a tirar a roupa na minha frente, prendendo minha atenção no seu corpo magro falso.
Falso porque a Pérola tinha curvas, b***a e p****s, só não era nada exagerado como o corpo da Jade, minha namorada, e eu me vi perdido nos traços perfeitos na minha melhor amiga.
Geralmente ela parecia um anjo, mas agora vestindo apenas a p***a de uma lingerie vermelha na minha frente, poderia afirmar com toda certeza do mundo que era uma diaba e eu daria a minha alma de bom grado em troca de uma noite dentro dela.
Gostosa pra c*****o!
Mas para ser sincero, eu consigo ver bem mais que o físico perfeito, porque ela é uma das melhores pessoas que conheço. Completamente envolvida em causas nobres. Um ser humano iluminado.
Voltei a realidade quando a Pérola estalou os dedos próximo a minha cara e eu sorri sem jeito.
— Sei que é a primeira vez que você me vê quase pelada, porém eu preciso de uma carona até a rodoviária. Sério, a Eva vai me m***r e com toda razão.
— Um dia, Pérola. - aproximo minha boca do seu ouvido e coloco minha mão na sua cintura. — Você vai implorar para eu te f***r com força.
— Tomás... - meu nome sai da sua boca em um gemido.
— E vai gemer meu nome assim, só que talvez um pouco mais alto.
— Vai me dar carona? - ela se afasta lentamente de mim, tentando mudar de assunto.
— Claro. - respondo e solto minha toalha.
O olhar da minha amiga vai direto no meu p*u que está meia bomba e ela morde o lábio inferior.
— Tem quantos centímetros? - ela pergunta, me pegando desprevenido.
— Eu nunca medi, sua doida.
— E eu não tenho nada a ver com isso, né meu anjo. - Pérola volta ao normal. — Você tem namorada e eu a conheço. Não somos amigas entretanto é s*******o fazer uma pergunta desse nível.
— Verdade. Que f**o ficar perguntando o tamanho do p*u de homem comprometido. - brinco e recebo um soco no peito.
[...]
Estávamos na garagem da minha casa quando minha mãe apareceu e eu respirei fundo.
Lá vem sermão...
— Não adianta bufar com raiva, meu filho. O Roberto irá com vocês sim. - ela avisa apontando para o segurança e eu o cumprimento com um aceno de cabeça.
— É para o seu bem. - Pérola enfatiza, recebendo um olhar de agradecimento da minha coroa.
— Tá certo, mãe. - lhe dou um beijo na bochecha e vou em direção ao meu carro, sendo acompanhado pela minha amiga que eu queria que fosse mais que isso e pelo meu novo guarda costas.
Tinham várias opções de modelos, um ao lado do outro e a maioria eram carros muito caros. Acho que um dos mais baratos era um que custava um milhão de reais e tinha o meu que não era barato, mas também não era luxuoso como os da minha mãe ou os do meu irmão.
Nascemos em uma família privilegiada e mesmo assim o meu pai sempre deixou claro que queria que fôssemos discretos no nosso estilo de vida, porém depois da sua morte durante um assalto, acho que alguns membros esqueceram disso, especialmente a sua esposa.
O meu irmão gasta mais dinheiro do que costumava, mas o lance dele é ir para as favelas, curtir bailes funks, encher o cu de drogas e voltar dias depois. O cara já sumiu durante três meses e todo mundo achou que o Erick tava morto. Não tem limites.
A Pérola namorou com ele durante quatro anos e viveu um inferno na vida dela durante o relacionamento totalmente abusivo. Foi humilhada, agredida e o c*****o a quatro. Lembro de geral se perguntando o porquê uma mulher como ela aceitava tudo aquilo e a resposta era simples... Dinheiro.
Não, ela não é do tipo interesseira, bem longe disso, mas é de origem humilde e precisava de grana para se sustentar aqui na cidade. Por mais que a menina nunca tenha aceitado dinheiro do seu ex namorado, namorar alguém como o Erick facilita a vida de uma maneira surpreende.
Imagina você tá passando necessidade, fome e tendo que fazer economia e de repente, surge convites para você trampar de modelo, atriz, seu i********: bomba com diversos seguidores novos, consequentemente começam a chegar coisas de graça no seu apartamento só em troca de divulgação.
Porra, quem não ia se deixar levar?
Na última briga dos dois, o meu irmão foi longe demais e foi quando ela deu um ponto final.
Saiu nos jornais, em todos os sites de fofocas e redes sociais de subcelebridades e o povo militou pra c*****o, porque feminista não pode encontrar uma brecha para lacrar que tá lá fazendo textão. Ajudar de verdade que é bom, nada.
Não tenho muita paciência para essa galera de esquerda e é o único motivo de eu ficar brigando com a Pérola, porque ela é totalmente voltada para política que defende as minorias e eu, honestamente, não acho que ninguém deve ser tratado diferente, com regalias e muito menos vou defender que bandido bom é bandido ressocializado.
Pelo amor de Deus, perdi o meu pai por causa de um cordão. Um moleque de quinze anos achou que a bijuteria era uma jóia e tentou arrancar do pescoço dele e quando não conseguiu deu dois tiros no meu peito do meu velho na minha frente.
Perdi o meu herói por causa de um marginal que muitas pessoas colocam como vítima da sociedade e na moral, eu só queria que todos ladrões, assassinos e e**********s morressem. Nada, absolutamente nada, justifica tirar a vida de alguém e destruir uma família inteira só porque tá revoltado com o sistema capitalista.
— Tá tudo bem? - Pérola toca o meu ombro, me fazendo olhar para ela e eu assinto. — Sei que esse negócio de ter um segurança na sua cola, te faz lembrar do seu pai, então posso pegar um Uber para buscar minha irmã.
Ela tava certa, afinal minha mãe tá preocupada que aconteça comigo o que aconteceu com o seu marido, porém não acho legal transparecer essas minhas fragilidades.
— E perder a oportunidade de conhecer a minha cunhada? Não mesmo! - zoo, tentando nos distrair.