Capítulo 3

1870 Words
Conheço o jogo que devo jogar atrás do bar para reforçar minhas gorjetas, mas m*al posso fingir que estou interessada agora. Ainda estou nervosa e ansiosa, imaginando por quanto tempo Margo vai me manter em suspense. Justo quando penso que não aguento mais um segundo, meu telefone começa a vibrar no bolso de trás. É tudo o que posso fazer para não deixar cair a garrafa de uísque enquanto a devolvo à prateleira na minha pressa para atender minha ligação. Indo para a parte de trás da área do bar, pego meu telefone e secretamente verifico o identificador de chamadas. É ela. Finalmente. -Me proteja? Eu murmuro para Tasha quando a vejo olhar na minha direção do outro lado do bar. Ela balança a cabeça e levanta os dedos cruzados. Respirando fundo, eu deslizo para o banheiro feminino com meu telefone na mão. -Oi, Margo. Como você está? Estou impressionada com o quão casual e calma pareço quando respondo, considerando que meu coração está batendo a cerca de 160 quilômetros por hora. -Dia longo. Diz ela. -O dono da galeria veio para reuniões comigo e com o resto da equipe. Acabei de sair cerca de cinco minutos atrás e vi seu texto. Eu me encolho ao lembrar do meu momento de fraqueza. -Sim, hum, desculpe, eu perdi sua ligação esta manhã. Eu estava trabalhando na nova peça e acho que não ouvi o telefone. De qualquer forma, eu não posso esperar para mostrar este para você. Acho que você realmente vai gostar. -Eu tenho certeza que eu vou. Você sabe que eu amo o seu trabalho. Diz ela. -E sou eu quem deveria pedir desculpas. Eu provavelmente não deveria ter deixado uma mensagem. Eu não faria se soubesse como as coisas seriam agitadas aqui hoje. Eu não queria mantê-la pendurado assim o dia todo. Há uma hesitação em sua voz que faz minha boca ficar seca. Vou até a cabine vazia mais distante e me fecho lá dentro para ter alguma privacidade e tentar abafar o barulho. Há um fluxo constante de clientes do restaurante tagarelando entrando e saindo do banheiro e a música do lado de fora da casa principal vibra nas paredes do banheiro. Margo não disse mais nada, e percebo que ela não está ligando para me dar boas notícias. -Algo está errado. Murmuro, tentando adivinhar o quão r**m o golpe vai ser. Normalmente, ela estaria me pressionando por detalhes sobre meu trabalho e quanto tempo antes que ela pudesse vê-lo, mas ela está se segurando. -Você não vai levar a nova pintura, vai? Ela fica em silêncio, então ela suspira baixinho. -Sinto muito, Ava. Seu pedido de desculpas me atinge como um golpe físico. Por um momento, estou tão atordoada como se tivesse levado um tapa. -Não, está tudo bem. Eu entendo. Você já tem muito do meu trabalho. Talvez possamos conversar sobre isso depois que outra peça for vendida, ou... -Ava. Ela diz, seu tom ficando ainda mais gentil agora. -Como eu disse, o dono estava aqui hoje. Conversamos sobre a implementação de algumas mudanças nas coleções da galeria. Vamos refrescar um pouco as coisas, abrindo espaço em algumas das exibições atuais para abrir espaço para alguns novos artistas promissores sobre os quais o proprietário se sente fortemente. . . E eu não sou um deles. Eu não a faço dizer as palavras. Não há necessidade. Eu sei que esta conversa não pode ser fácil para ela. Infe*rno, não é fácil para mim, também. Eu caio contra a parede de tijolos do banheiro e fecho os olhos. -Quanto tempo antes você precisa remover meu trabalho?" Ela solta um suspiro curto. -Me*rda, Ava. Você sabe que eu odeio isso, certo? Gostaria que a decisão dependesse de mim, mas... -Está tudo bem. Eu entendo. Não precisa dizer mais nada. Minhas palavras são cortadas e silenciosas, mas não de raiva. Não em Margo, de qualquer maneira. Ela é a única razão pela qual meu trabalho entrou na galeria em primeiro lugar. Dominion é uma das galerias menores da cidade, mas tem reputação de qualidade e visão. Também é conhecido pela disposição de correr riscos quando se trata dos artistas que exibem em sua pequena, mas respeitada, localização na Quinta Avenida. Margo Chan-Levine é gerente e curadora principal da galeria. Eu não sabia disso quando nos encontramos pela primeira vez há um ano e meio, nem poderia imaginar que ela gostaria do meu trabalho o suficiente para adquirir alguns para vender na galeria. Infelizmente, parece que seus instintos estavam errados quando se tratava de mim. -Domingos são meu único dia livre agora. Digo a ela. -Ou posso passar uma noite antes do trabalho esta semana e tomar providências para pegar minhas coisas. -Não, não se preocupe com isso. ,Ela me assegura. -Temos muitos eventos acontecendo na galeria agora, então honestamente não há pressa. Posso guardar suas peças por um tempo até que esteja pronta para pegá-las. Percebo que isso é um ponto cego total, e me sinto péssima com isso. Além disso, eu sei que você não tem espaço extra em seu apartamento. Deixe-me pelo menos fazer isso por você. Sua oferta para ajudar a estancar esta nova hemorragia em minha vida deveria ser um conforto, mas minhas velhas defesas entram em ação, me incitando a recusar. Não suporto a ideia de pedir a ela para fazer algo mais por mim do que ela já fez. Exceto que ela está certa sobre meu estúdio mobiliado de um quarto não ter espaço de sobra. É pequeno até para os padrões de Nova York, mas isso não é o pior. Em mais algumas semanas, nem terei aquele teto escasso sobre minha cabeça. Meu prédio foi vendido há alguns meses e vai se tornar um condomínio. Aguentei enquanto a lei permitia, mas meu tempo está quase acabando. Tenho o aviso de despejo para provar isso. -Diga alguma coisa, Ava. Você vai ficar bem? -Sim. Claro que vou. Estou bem. Minha boca está no piloto automático, minha cabeça girando enquanto meu estômago parece pronto para se revoltar. Tenho muitas decisões pela frente — a maioria das quais não estou ansioso para tomar. Agora, eu só preciso passar a noite e chegar em casa para que eu possa começar a descobrir o que vou fazer. E no fundo da minha mente, eu sei que essa conversa acabou de solidificar o fato de que eu também vou precisar me ocupar fazendo as malas para. . . em algum lugar. Sinto as paredes me esmagando quanto mais tempo fico na linha. Eu preciso estar em movimento. Preciso estar ocupado ou vou gritar. Eu limpo minha garganta. -Ouça, estamos realmente cheios ​​aqui esta noite. Eu tenho que voltar para o bar. -Ah, claro. Eu pensei ter ouvido o barulho do restaurante ao fundo. Estou a caminho de casa agora, então se você precisar de alguma coisa esta noite, se você só quiser conversar um pouco mais, me ligue, ok? -Eu ligo. Eu minto. -Ava, eu realmente sinto muito. -Eu sei. Eu entendo, e está tudo bem. Eu me sinto estranha e inferior, e não posso negar que também estou um pouco de coração partido ao ouvir que minha arte não era boa o suficiente para o dono de Dominion. E estou chateada comigo mesmo por realmente pensar que poderia ser. -Eu tenho que correr agora. Eu te ligo em alguns dias. Obrigado, Margo. Por tudo. Aperto o botão terminar, então inclino minha cabeça para trás contra a parede e expiro uma mald*ição. Que dia*bos eu vou fazer agora? Quando eu volto para o bar, Tasha não me dá nem um segundo para me reagrupar antes que ela esteja na minha direção. -Então? Diga-me! O que ela. . . Ah, fod*a-se. Meu rosto, sem dúvida, diz tudo. -Oh querida. Venha aqui. Aos vinte e sete anos, ela é apenas dois anos mais velha que eu, mas ela desliza sem esforço para o modo de criação, passando o braço em volta dos meus ombros e me afastando da área mais movimentada do bar. -Diga-me o que aconteceu. -Perdi meu lugar no Dominion. Eles estão trazendo alguns artistas melhores e precisam do espaço, então estou fora. -O que? Tasha não esconde sua indignação e, para meu desgosto, cerca de uma dúzia de pessoas sentadas no bar olham em nossa direção. -Isso é treta. Você é um artista incrível, Ava. Você merece estar lá tanto quanto qualquer outra pessoa. Eu dou uma risada frágil. -Aparentemente, a clientela da galeria não se sente assim. Nem o dono. -Bem, eles estão errados. Os olhos escuros de Tasha me estudam com uma preocupação cada vez maior. Ela coloca a mão no meu antebraço, me forçando a segurar seu olhar. -Fo*da-se eles, Ava. Estão todos errados. Eu balanço minha cabeça e me afasto de seu toque reconfortante antes que sua ternura me faça rachar. -Não é grande coisa. Na verdade, eu sabia que esse dia estava chegando. Eu só vendi uma peça todo esse tempo. Margo acredita no meu trabalho, mas não administra uma instituição de caridade. E Deus sabe que a bondade também nunca pagou meu aluguel. O que me lembra que tenho clientes para cuidar... Tasha entra no meu caminho para bloquear minha fuga. -Você está bem? -Sim. Eu seguro seu olhar preocupado, muito sábio, então dou de ombros. -Acredite em mim, eu sobrevivi a coisas piores. Estou bem. Ela não se move. Não me libera de seu olhar. Atrás dela, um dos garçons a chama com um pedido de bebida. Tasha ergue o dedo para ele em resposta, todo seu foco em mim. -Eu sou sua amiga, droga. Não me irrite agindo como se eu não fosse. As coisas estão tão ruins para você agora? Eu quero negar isso abertamente, mas as palavras não vêm. Eu nunca consigo esconder muito de Tasha, e sua expressão me diz que eu não a enganaria mesmo se tentasse. Mas assim como ela me conhece desde que trabalhamos juntos, ainda há coisas que ela não sabe. Coisas que ninguém sabe sobre mim. Não aqui nesta nova cidade, nesta nova vida que estou tentando fazer para mim. E tanto quanto eu gostaria de manter meus problemas pessoais atuais em segredo de Tasha, ela obviamente não está disposta a me deixar calá-la agora. -Meu prédio está sendo transformado em condomínios e estou sendo despejada do meu apartamento. Eu deixo escapar sem tomar fôlego.-Tenho duas semanas antes de comprar minha casa ou sair dela. -Meu Deus, Ava. Algumas semanas? O que você vai fazer? -A única coisa que posso fazer é sair. Não posso me dar ao luxo de ficar e, mesmo que tivesse dinheiro, não gostaria de comprar naquele prédio infestado de baratas. -Me*rda, querida. Para onde você vai? -Não sei. É a verdade. Mesmo que eu possa sentir a Pensilvânia apertando seu controle sobre mim onde estou, ainda não estou pronto para admitir a derrota total. Eu não estou pronto para desistir. Tasha acena com a cabeça, contemplação girando em seus olhos carinhosos. -Se você precisar de um lugar para ficar enquanto você resolve as coisas, Antonio e eu podemos abrir espaço para você na casa. Não temos um quarto vago, mas há um sofá-cama na sala que é seu pelo tempo que você precisar.
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