Eu ainda estou paralisada. Não sei como reagir. Como não pensei que esse cara podia ser Adam Beckett? O bilionário no ramo de telecomunicações? Na verdade, na época não liguei muito para quem ele devia ser, apenas me importei com seu desempenho. E que desempenho. Mas como devo agir?
- Casey? – Eva me tira dos meus pensamentos.
- Oh, é um enorme prazer conhecê-lo, senhor Beckett.
- O prazer é todo meu em finalmente poder saber seu nome inteiro – Adam diz olhando nos meus olhos e sinto que vou desmoronar.
- Como assim? Por acaso já a conhecia? – Sr Philips parece tão perdido quanto Eva.
- Digamos que o destino foi bem generoso com nós dois, – Adam comenta – mas estou ansioso por saber o que a senhorita Casey é capaz de fazer.
Ele me lança aquele olhar de que sabe exatamente do que sou capaz.
- Bom, vamos nos sentar. Aposto que as meninas estarão muito interessadas no que os senhores têm a oferecer – Sr Phillips fala.
- Ah, elas vão adorar – Matthew fala olhando de soslaio para as pernas de Eva.
Eva parece não estar gostando muito. Parece que seu interesse por Matthew desapareceu tão rápido quanto apareceu.
- Então, senhor Phillips, começamos pelo senhor – Eva fala ignorando os olhares de Matthew - o que o senhor decidiu ?
Sr Phillips se remexe na cadeira, meio desconcertado e desconfortável. Seu olhar fica distante um pouco e volta a se concentrar.
- Depois de algumas reuniões com o Conselho, minha equipe e eu decidimos que o Escritório Lauren&Lauren detém o que achamos necessário a nosso favor. Lamento, senhoritas.
Eva parece que vai jogar o garfo nele a qualquer momento. Ponho minha mão sobre a dela, num gesto de calma.
- Nós é que lamentamos, sr Phillips, mas não se pode ganhar todas, não é mesmo?
- Casey, você tem absoluta certeza, mas não fiquem se lamentando, minha empresa tem o maior prazer de indicar o seu escritório as melhores empresas e é por isso que essa dupla dinâmica está aqui.
Sr Phillips aponta para Adam e Matthew que parece mais lobos numa caça que qualquer outra coisa.
Não estou gostando disso.
- Sim? E qual seria a proposta? – Eva pergunta num tom beirando a irritação. Chuto a perna dela por baixo da mesa. Seu temperamento iria estragar tudo.
- A proposta da sua vida, senhorita Connor – Matthew responde a Eva sorrindo.
Eva faz uma careta e antes que ela possa dizer qualquer coisa desrespeitosa sobre ele, eu assumo.
- E qual seria essa proposta? – pergunto num tom casual.
- Como vocês sabem, nossas empresas detém o maior número de empregados do país e recentemente, o contrato que tínhamos com uma certa empresa acabou e como estávamos insatisfeitos com o trabalho que eles estavam desempenhando, bom, estamos resolvendo de uma maneira diferente.
- Buscamos agora escritórios menores em cada cidade para servirem durante um breve tempo de teste – Adam fala – é um contrato diferenciado, com determinado prazo de tempo, porém se os resultados forem satisfatórios, podemos prolonga-lo.
Eva me olhou com uma cara de euforia e preocupação ao mesmo tempo e balançou a cabeça.
- É uma proposta fabulosa, poderia nos dar tempo? Para pensar? – Eva fala.
- Claro, Matthew e eu ficaremos na cidade até o fim dessa semana e depois partiremos para a Grécia numa reunião – Adam informa – temos até lá para discutirmos tudo.
- Ficaremos ansiosos pela ligação – Matthew fala.
Terminamos o almoço e eu quase corri da saída para o estacionamento com Eva atrás de mim. Meus saltos não ajudavam e meu coração estava a mais de mil.
Posso chamar isso de sorte, mas tenho quase certeza de que esse almoço e nosso encontro não fora nada casual. Ou seria? Que interesse ele teria comigo depois de tudo?
- Cas! – Eva grita atrás de mim, ainda arfando com sua pequena corrida.
Eva era sedentária de carteirinha. Tentei convence-la a ir para a academia comigo, mas ela estava com a boca muito cheia de comida para responder algo positivo. Ela odiava se exercitar. Odiava suar. E não engordava uma grama. Se não fosse minha amiga, eu a demitiria.
- Me fala que o cara que você teve sexo quente não é o bilionário que acaba de te comer com os olhos no almoço de negócios?!
- Como eu poderia saber que era ele?! Eu nem pensei em procurar nada sobre ele depois daquela noite.
Ela cruza os braços.
- Sim, entendo, mas você nunca o viu na TV? Ou nos jornais? Ou nos outdoors da vida?!
- Não, claro que não. Como esse cara pode ser tão famoso assim e eu nunca o vi?
- Eu te disse para não ficar muito tempo na academia – ela comenta indo para o lado do passageiro no carro.
Desativo o alarme e jogo minha bolsa no assento de trás.
- Tá, o dano está feito – eu falo – e o que você acha disso?
Ela balança a cabeça e liga o ar primeiro.
- Sabe o que eu acho? Falando como advogada? Que esse é negocio de nossas vidas e não podemos perder. E falando como sua amiga? Tá na cara que ele quer repetir a dose – ela sorri – e não seria nada m*l.
- Para com isso – eu falo mexendo nervosamente no meu cabelo – eu também senti isso. Como se ele estivesse oferecendo o serviço apenas para se deitar comigo.
- Não importa, vamos pegar esse serviço e você dá um fora nele – ela sorri e imagino ela sonhando com cifras.
Sim, certo.
Porque é muito fácil resistir aqueles músculos, aquela boca e aquele pênis.
Certo.
Quando chegamos no escritório, resolvi as ultimas pendencias e resolvi ir para casa. Estava com muita dor de cabeça. Eva preferiu ficar conferindo uns relatórios. Sai de lá enquanto Liam, que era o nosso assistente, dava em cima de Eva. Coitado. Não sabe onde se meteu.
Quando chego ao meu apartamento, jogo minha bolsa no sofá e corro para o banheiro. Tomo uma ducha rápida e um tylenol, visto apenas uma lingerie velhinha e confortável e fecho os olhos.
Acordo com a campainha tocando incessantemente. Com raiva, atiro os lençóis pro alto amaldiçoando Eva por esquecer as chaves de novo.
- Eva, por que você não.. – abro a porta, mas não é Eva.
- Oi, Casey Donovan – Adam sorri e foca na minha lingerie – é um prazer te ver. De novo.
Eu até pensei em me beliscar para saber se realmente eu não estava sonhando nem algo do tipo. Mas antes que eu falasse qualquer coisa, Adam invadia meu apartamento, adentrando na minha sala como se fosse normal ele está ali. Todo gostoso. Impossível. Balancei a cabeça, clareando meus pensamentos e fechei a porta. Me virei e tentei ser o mais formal possível, porem minhas pantufas deixava claro que isso não iria acontecer.
- Posso saber o que o traz aqui, senhor Beckett?
- A senhorita sabe muito bem – ele se senta no meu sofá e sorri no maior descaramento.
- Como assim?
- Não se faça de inocente – ele se levanta e vai até mim. Eu tenho recuar e ele avança. Eu recuo de novo e quando percebo, já estou presa na porta.
Ele coloca seu braço perto da minha cabeça, me encurralando, como se eu fosse à presa.
- Casey Allisson Donovan, 23 anos, nasceu em Boston cursou Direito e se mudou há um ano quando descobriu que sua irmã a traía com seu namorado. Exatamente um ano que encontrou Adam num bar e fodeo com ele e o deixou apenas com seu primeiro nome.
Arfei. Meu coração batia tão forte que pensei que ele poderia ouvir. Ele era algum tipo de bilionário doido que perseguia mulheres, as matavam e saiam impunes?
- Como sabe disso? – perguntei.
- Tenho meus contatos – ele dá de ombros – porque você fugiu? Porque não me contou que estava indo embora?
- Você era um estranho, Adam. Ainda é – eu me afastei e me sentei no sofá – e eu não vejo como isso o afeta. Não é exatamente os que os homens fazem? Trepam e fogem?
- Não eu – ele ruge e vem pra cima de mim no sofá.
Seu corpo ali pressionado contra o meu me trouxeram lembranças ainda vivas do nosso pequeno encontro. Já estava molhada em segundos. Não acreditava no efeito que esse homem me causava.
- Você imagina as noites que eu a imaginei assim? De como o meu p*u ficava duro só de imaginar essa linda boquinha ao redor dele? Eu imaginava te fodendo e comendo essa linda b****a todas as noites – ele fala no meu ouvido e não me contenho e gemo. Droga. Ele estava me deixando mais excitada do que assustada.
- É difícil acreditar nisso – eu falo para ele – você deve ter milhares de mulheres aos seus pés.
Ele sorri, meio convencido.
- Sim, mas quando eu as fodia, pensava em você. Nessa b****a me apertando. Nessa boca e esses seios... nossa. Você está maravilhosa.
- Espera um pouco – empurro-o do sofá e me recomponho – você me stalkeou, me seguiu até aqui. Não me diga que aquele almoço de negócios e a tal oferta para o meu escritório é somente porque você me comeu e quer repetir a dose?
Ele se levanta.
- Claro que pretendo te comer. E repetir as doses várias vezes. E admito ter perseguido você. Porem a oferta é real. Minhas empresas estão procurando escritórios soltos. E o seu escritório está na lista.
- Que coincidência, não é? – eu falo e depois rio – e espera, quem você acha que é para dizer que vai me comer e repetir a dose? Você se acha muito, não é mesmo? Pois fique sabendo que não.
- O que? – ele parece curioso.