O tiroteio rolou desde que chegamos ao morro Central, eu não estava sozinho, comigo havia parceiros, como Grego, Yarle (falecido), Pereba, Farinha e Prensado, outros que já conseguiram os seus também, quando cesou já era manhã, o dia clareava, cheguei vendo o meu novo lugar de morada, vendo corpos de um lado, casas com tiros, o antigo dono morreu e não foi em minhas mãos, só vi a cabeça, mandei entregar a viúva dele, por aqui é a lei.
Não foi assim que fizeram com os meus? Olho por olho, dente por dente, andei pela rua principal, tendo melhor noção do morro, era domingo de manhã, todo mundo escondido em suas casas, com medo. O antigo chefe cobrava dinheiro por tudo e pra tudo, se não eles assaltava sem direito a chamar os homens da bota preta, andei de cabeça baixa, vendo que o meu comando não ia ser diferente, só muda o dono, mas o jeito é o mesmo. o****o o povo monta em cima.
Junto ao cheiro de sangue, de fumaça, de lama, veio o cheiro de roupa lavada, continuei a andar, até ver os lençóis brancos com flores violetas sendo estendido, a pessoa estava atrás, só vi os pés no começo. — Bom dia Dona! — Cumprimentei sem ver, imaginei que seria uma louca pra ficar estendendo roupa depois de uma invasão. — Bom dia moço! — Respondeu me fazendo franzi o cenho, continuei a minha caminhada, distante vi o vestido azul amarrado na coxa direita, a pele alva, subir até me reunir com os parceiros, três anos passaram, e todos os domingos me acostumei a ver os lençois que foram envelhecendo serem estedidos no varal, houvesse sol ou não, dia nublado, ela estendia, eles rasgado ou não.
No começo não era tão gorda, mas bonita de rosto, a maneira como reluta com os cabelos pra prender, e até como ergue a barra do vestido molhado e amarra. O principal é a maneira é como não ganha dinheiro no mole, de sábado a segunda esta subindo o morro pra o ponto. Qualquer garota subia o morro pra ganhar facilidades, fazer um boquete, um sexo sem compromisso, deita na sinuca mostrar a b****a novinha, lisinha, mas ela nunca subiu, só queria um sorriso talvez, se fosse hoje aquele dia, teria esperado mais tempo atrás do lençol, me abaixado pra ver o seu rosto, perguntado o nome, qualquer coisa.
Quando soube que Caçambinha tava traindo Zaya, era normal, todo mundo trai todo mundo na quebrada, é tudo p**a, tudo corno, e segue o baile, maso barraco assunto pra um dos meus resolver. — Eu vou! — Avisei fazendo três deles me olhares. — Paulista eu poss... — Neguei balançando a cabeça, não era pra acalmar a situação, era pra ver, além da torre, saber como é ela de verdade, porque tem gente que a gente conhece, e tem gente que a gente inventa na cabeça, cria um jeito diferente de ser.
Desci o beco agrupado, os caras com medo de dá em policia, ninguém nunca ia saber da minha intenção na mulher de Caçambinha, que tem a cabeça mais enfeitada que arvore de natal, mas olhar e conhecer não custava nada, Gabrielle já estava pintando no meu juízo por causa da gravidez, se ela não me desse um teste de sangue em três dias, já sabe que vai ganhar chocolate.
Cheguei na rua principal vendo a multidão na porta. — Todos para casa agora, não quero aglomeração nessa p***a, Caçamba tu entra resolve teus bagulhos lá dentro com a tua... — Ao ver ele do lado de fora com uma mochila nas mãos, saindo, ela segurando ele pela blusa, esticando o tecido, até que a mulher ergueu os olhos para cima, esperei que ao menos uma vez ela me olhasse, mas não, seus olhos foram naquilo, nele, de fato não valia a pena.
Sempre lhe achei diferente, é gorda, mas trabalha pra c****e, acorda cedo, pega no pesado, por isso foi a primeira pessoa que eu vi desde que invandi o morro, estava estendendo roupa no domingo de madrugada, tinha sido um tiroteio louco na madrugada, apenas quatro e vinte da manhã o sol nem tinha nascido, mas aquela louca estava lá, que tipo faz isso na madrugada? Não tinha medo de morrer? Sorriu fraco, fazendo as dobras no rosto por esta gorda, mas ainda não me importava. — Ta´ouvindo Robson, entra vamos co...
Não sou chegado em gordinhas, mas desde quando tomei o comando, sim, ela é primeira, que sai as sete e quarenta leva o mais novo pra escolinha na esquina, volta pra casa não demora ao mais velho sair correndo sempre atrasado com a mochila nas costas, a cara de sono, e por último ela sai de vestido florido, de algumas cores, sejam eles azul escuro, claro ou rosa, as flores coloridas enormes como estampa, de lado esquerdo sempre a mesma bolsa, marron é assim por anos.
A sapatilha no pé, não sou atraído pelo seu porte físico, que apesar de gorda não vacilava na cama, é pontual, seu filho mais velho não a puxou. — Me solta sua i****a, sai pra lá.— Ele a empurrou deixando cair, eu que lhe segurei ao tombar em meu peito. — Robson não faz isso, todo mundo tá olhando. — Eu já sabia de cor o seu nome na segunda semana morando ali no morro, e nem mesmo precisava ouvir a sua voz, falava baixo diferente dos outros que gritava, era apenas pela leitura dos seus lábios.
Ela ainda o olhava depois de tudo? Era isso mesmo que eu estava vendo? — ... com a tua esposa dentro de casa, resolve teus b.o lá dentro, os outros se saiam rebanho de desgraça. — Aviso ao pessoal que saiu em disparada, fazer parte do tráfico me fazia ser o superior do lugar. Muitos sabiam que eu cheguei com uma turma dos outros morro no lugar.
Ao ver que todos obdeciam a ordem, olhei entrando em casa, parecia cega, mas o choro lá dentro aumentou a vontade era entrar, mas eu não tenho nada com isso, até que ele saiu com a mala pronta, as roupas saiam para fora, naquele momento o mais velho chegavam em casa, presenciou a cena. — Pai? — Chamou aquele que já estava acostumado a chamar assim, mas Camçabinha nem mesmo olhou pra trás, pegou o beco em direção a rua dos flamingos, se mandou na curva, o moleque escurinho ficou olhando.
A mulher dentro da casa chorava sozinha, após ter agarrado as pernas do filho da p**a para não ir embora, eu tinha certeza que aquilo não era amor, pela maneira que ele ficava desfazendo dela na roda de fumo, dizendo que tinha um fogo, que fedia, que estava gorda, era feia, não elogiava a comida, mas batia na barriga dizendo que ia pegar o rango, se procurava b****a na rua, e não comida também é porque com certeza o rango é bom, mas quem acordava cedo sempre no seu corre, era ela, até a hora de chegar em casa a noite, ela é corajosa pra c****e, certo que acima do peso, virei vendo ela sair chamando por ele até o filho mais novo lhe chamar. — Gorda?
Ambos choravam. —O pai foi embora? — Ao erguer o rosto, passou a mão nas suas bochechas gordinhas, com sarnas, acariciou a sua cabeça. — Não querido, ele viajou. — Mentiu na cara dura, ela ia fazer o possível para trazê-lo de volta, mas os vizinhos falavam, eu queria que ele realmente fosse embora, apesar de não entender o que sinto por ela, se é apenas curiosidade ou não, faz tempo que ele não trabalha, só fica na rua usando porcaria, teve uma época que até tentou passar, mas usou tudo ficou devendo uma nota pra casa.
Vi entrarem pra casa e fechar a porta. Sorri ao ver que Caçambinha não fazia falta pra eles, com um curto tempo a cabeça baixa vi ela sair pra mais uma vez pra o trabalho. Segurando a bolsa com passos miudos até o ponto de ônibus todo mundo falava dela como se fosse invisível a sua frente, parecia não se importar muito. Corajosa pra c*****o, não tinha conhecido ninguém assim, nos se garante na arma, na bala, no tráfico, mas a mulher era braba.
Vi quando entrou no busão, partiu pra o trabalho, os moleques ficaram pela rua, a vizinha uma vez ou outra chamando pra casa, voltei pra os meus negócio, já era noite quando vi chegar, conversou um pouco com a vizinha desde que chegou ao morro, fiquei observando da laje, saber que agora estava solteira, era bem melhor que casada, pelo menos pra amizade. Senti as mãos me abracarem pelas costas, virei olhando Juliana atrás de mim.
— E ai qual foi? — Sorriu me olhando. — Mercadoria nova e da boa, né? — Assenti olhando pra a mulher de cabelos escuros, atrás de mim. — Qual é a novidade tu aqui hoje? — Sorriu e suspirou fundo. —Vontade de ficar em paz um pouco, Paulista, meu pai tá enchendo meu saco de novo. — Lamentei por ela Pedro é um fila da p**a que só não já rodou por que é pai dela, a única fiel que tá do meu lado. Não como mulher, mas como parceira mesmo.
Vi Zaya entrando em casa chamando os meninos, o saco de pão nas mãos. — O que ele quer que tu faça agora? — Perguntei focado na casa azul. — Sair com alguns sócios dele, odeio quando aqueles velhos ficam babando igual cachorro pitbull em mim. — Dei risada balançando a cabeça. — Pelo menos eles tem respaldo fia, tu vem dá pra traficante de graça aqui na favela, Ju. — Revirou os olhos, senti a sua mão desce em minha cueca. — Dizem que as de trafica é bem melhor, Chefe. — Senti acariciar o moleque me olhando. — Safada, é por isso que teu pai te coloca de aperitivo.
— Vamos descer tô doida pra ganhar leitinho direto da fonte. — Sorriu me puxando pelo braço, travei lhe olhando sério. — Ajoelha, quero que tu mame em mim aqui. — Parou rindo, a minha frente, olhou em volta, vi a malícia em seus olhos verdes. — Hum.. que t***o, aqui? — Afirmei pra a mulher que adora uma fantasia, ajoelhou a minha frente no contrapiso de salto, enrolando os cabelos na mão, tirei a pistola colocando na meia parede a minha frente, ao ver a sua mão abri a minha bermuda abaixando junto a minha cueca, ao ver o meu moleque saltar pra fora.
Sorri agarrando com a mão macia, o cheiro de dondoca do asfalto dominando tudo, sorriu largo deslizando nos lábios a ereção me tomando em cheio, o meu p*u ficando veioso na sua boca. — Engoli logo essa p***a Juliana. — Sorri ao me ouvir, segurei os cabelos ondulados na minha mão, forcei até ver engoli os meus bagos na sua boca. Indo e vindo num jeito bem gostoso, babando todo enquanto me punheta, bem safada. — Ocupado chefe? — Os olhos nem lacrimejam mais, tá acostumada.
Neguei ao parar de olhar, vendo Paçoca chegando puxou a cadeira, sentou nos olhando. — Hum que delicia! — Gemeu a minha frente, engolindo tudo em seguida, meu p*u todo babado. Virou-se olhando pra Paçoca sentado. — Adoraria fazer uma dp contigo —Segurei seus cabelos, forçando sua boca no meu p*u, voltou a chupar e punhetar novamente, Paçoca nos olhou começou a se mastubar disfarçando na bermuda. — Vem carinho, posso.
Ele veio com medo, nunca quis nada sério com Juli, ela é de boas, mas tem uns problemas complicado com o pai, começou a reverzar chupando entre os dois, até que gozei em sua cara, lhe vendo saciar o prazer que sente por isso. Sai deixando os dois na laje, desci as escadas conferi a mercadoria. Olhei de uma a outra que os maloca colocando sobre a mesa mostram feliz por chegar mercadoria nova pra eles passarem.
— E aí o que achou? — Assenti olhando pra ela, Paçoca veio logo atrás cabreiro, o povo tem mania de somar casal, mas nada além de sexo entre mim e essa maluca que eu amo de graça. — Da boa! — Sorriu ao escutar. — Agora é separar, embalar, pesar, e cada um pegar suas quantidades. — Assenti ao escutar Paçoca falar. Fiquei na pesagem até tarde, já era noite quando subi vi Zaya andando de rua em rua atrás dele. Alguém seria assim por mim? Não, apenas pelo meu dinheiro tive certeza.