(Esther)
Depois que tomei o meu banho ouvi risadinhas no quarto, então me vesti com o meu roupão e saí do banheiro indo em direção ao interruptor acendendo as luzes.
- Surpresa! Minha cama estava cheia de mulheres. Todas elas sorrindo e muito bem vestidas.
- O que vocês estão fazendo aqui? Perguntei já não podendo conter o riso que estava preso na boca.
- É a sua última noite como solteira! Luísa respondeu, com seus cabelos vermelhos feito em um maravilhoso r**o de cavalo bem volumoso.
- É Esther! Naná continuou. - Temos que comemorar!
A Cínthia namorada do tio Osvaldo era linda, uma mulata de aproximadamente um metro e setenta muito bem distribuídos. E com um sorriso empolgante desceu da cama com uma garrafa de algo que eu não sabia bem o nome, mas imagino que seria alguma bebida bem forte e olhou pra mim.
- Desculpe Esther! Mas você vai ficar com o champanhe sem álcool, devido a sua linda gravidez!
- Tudo bem! Sorri ainda não entendendo.
- Ótimo! É bom que você esteja sóbria, para poder lembrar no dia seguinte do que essas malucas são capazes de fazer!
E todas gargalharam em uníssono. Ariadne me colocou sobre a cama, junto delas e começou a me explicar.
- Esther enquanto você estava no banho todas nós escrevemos perguntas e colocamos nesse vidro! Ela me mostrou um pote com vários papéis brancos.
- Você terá que ler em voz alta! Pâmela continuou falando.- E cada afirmativa para a pergunta a gente bebe! Certo?
- E como se chama essa brincadeira? Perguntei entusiasmada.
- O feitiço contra a feiticeira! E eu gargalhei já imaginando onde isso ia dar.
- Mas antes! Cinthia falou levantando o seu dedo. - Isso é um chá de lingeries, e você irá escolher uma daquelas sacolas e vestir a lingerie que estiver dentro!
- Vocês estão malucas?! Eu tenho vergonha! Respondi corada.
- Vem logo Esther! Luísa pegou meu braço me puxando da cama. - Quem dera eu tivesse o corpo que você tem! E me deu uma das sacolas.
- Vai no banheiro e coloca, depois você volta aqui e tenta descobrir quem te deu o presente!
- Tabom! Respondi indo em direção ao banheiro. E observando Cinthia encher vários copinhos com a bebida transparente e rindo maliciosamente.
O primeiro presente foi tranquilo, a lingerie era toda branca e formada em rendas. E eu já poderia apostar quem tinha me dado.
Saí do banheiro com o roupão por cima, enquanto elas estavam sentadas todas muito ansiosas na cama esperando eu deduzir quem seria.
- E então Esther? Luísa perguntou.
- Eu tenho quase certeza que foi a Diana, quem me deu! Respondi esperançosa.
Todas voltaram seus olhares para ela que sorriu abertamente mostrando a minha primeira vitória.
- Sim fui eu! Ela disse levantando seu dedo indicador.
- Vai ter que beber! Cinthia apontou os copos sobre a escrivaninha. Meu maxilar caiu quando vi Naná virando o copo sobre a boca e colocando vazio sobre a mesa.
- Uhull! Todas aplaudiram enquanto eu fiquei assustada com a facilidade que ela teve para beber.
- Vai Esther! Sortea o primeiro papel! Luísa falou. Elas sentaram na cama, cada uma com um copo na mão esperando eu ler. Peguei um pequeno papel dentro do vidro e abri silenciosamente, as deixando mais curiosas.
- Gente!! Falei surpresa. - Qual de vocês fizeram uma pergunta dessas?
- Anda logo Esther! Lê logo isso! Luísa gritou.
- Okay! Respondi e comecei a ler envergonhada. - Qual de nós seis já tiveram o melhor orgasmo esse ano?
Todas ficaram paralisadas! A pergunta foi bem direta e todas entenderam, mas quem seria a primeira descarada a virar o copo.
- Um brinde pra mim! Luísa virou o líquido sobre a boca entornando a sua cabeça para atrás. - Humm... Tequila! E passou a língua sobre os lábios.
- Saúde! Cinthia virou o seu copo e caiu na gargalhada junto com as outras.
Eu só fiz amor com o meu Pither, mas não tenho o que reclamar. Por isso enchi o meu copinho da minha bebida separada e sem álcool, e entornei também fazendo elas baterem palmas entusiasmadas.
- Próxima pergunta Esther! Luísa pediu já enchendo os copinhos.
- Que beba quem de nós já transou em lugares inusitados? Eu dobrei o papel lembrando da minha noite com Pither na cozinha, e comecei a rir enchendo o meu copinho outra vez.
- Olha as máscaras caindo! Luísa gritou quando me viu beber o segundo copinho. - Sorte a sua que está grávida! Se não, é a que ficaria bêbada primeiro!
E Cinthia gargalhou também virando a sua bebida sobre a boca, e encheu o terceiro copinho com satisfação.
- Tá! Peguei o terceiro papel e li em voz alta. - Que beba somente as meninas que estão apaixonadas!
Luísa foi a primeira que bebeu, e eu fiquei muito feliz pois ela estava assim pelo Matheus. E depois eu bebi logo em seguida... Cinthia bebeu depois de mim, e por último a Diana.
Foi um escândalo no quarto! As meninas se jogaram todas em cima de Diana depois da sua confissão. E eu ri descontroladamente sabendo quem estava fazendo o coraçãozinho dela pulsar mais forte.
Diana se recompôs extremamente vermelha, e eu continuei com as perguntas para que as garotas a deixassem em paz.
- Qual de nós, valendo as comprometidas pegaria o Miguel mesmo que por um dia?
E eu fiquei pensando quem faria uma pergunta dessas?!
- Não só por um dia! Cinthia pegou seu copinho e bebeu sem pestanejar.
- Bom... Luísa começou a falar e eu balancei a cabeça imaginando que não ia sair coisa boa. - Se eu não estivesse comprometida... Porquê não?! É um Monteiro e também é gostoso!!!
E virou o seu copinho na boca. E eu só conseguia pensar... "Misericórdia senhor!"
- Meninas, que nossas confissões morram aqui! Pâmela disse também bebendo o seu primeiro copinho.
- Relaxa gata! Amanhã a maioria de nós nem vai se lembrar! E Cinthia voltou a encher os copinhos vazios.
- Um brinde ao meu irmão gostoso! Falei rindo e todas elas aplaudiram.
Voltei ao banheiro me trocar, e dessa vez a lingerie era mais ousada. Tinha cinta-liga e era um vermelho provocante, fiquei em dúvida entre Luísa e a Cínthia.
Cheguei ao quarto, e vi que Luísa tirava fotos com a sua máquina fotográfica. E agora eu não estava mais tão tímida.
- Quem te deu essa beldade? Naná perguntou impressionada. E eu sorri dando o meu palpite.
- Bom meninas! Confesso que estou em dúvida, mas acredito que seja a Cínthia!
Ela gargalhou assentindo com a cabeça.
- Tu é boa, hein garota! E virou seu copinho descendo o líquido para dentro. - Agora me diz?! Estou alegre o bastante pra te perguntar.... Como fez para fisgar um dos solteiros mais cobiçados que eu já conheci?
De imediato eu fiquei sem resposta, não saberia dizer a ela ao certo uma resposta convincente.
- Aaaah! Não me diga que são os bebês pois não acreditarei! Há meses Pither está longe das noitadas, e isso é coisa de homem apaixonado!
- Isso! Esther botou ele na linha! Luísa gritou enchendo o seu copinho e todas nós rimos. - Um brinde aos idiotas que nos perderam, ao sortudos que nos conheceram, e aos privilegiados que ganharam o coração de cada uma que estão aqui!
- Viva!!! Todas nós batemos nossos copinhos e bebemos de uma só vez!
(Pither)
- Eu não acredito que vocês fecharam uma boate pra essa noite?! Senti meu estômago revirar. - Cara! Se tiver stripper eu vou embora!
- Relaxa Pither! Matheus me olhou. - Eu não sou tão i****a assim! E não se esqueça que eu também estou comprometido!
Desci do carro cercado de homens em minha volta. Papai abriu a minha algema e balancei meus pulsos me sentindo liberto. Passamos pela porta e eu pude ouvir a música alta que percorria o lugar.
André parou um garçom que vinha com sua bandeja, nela havia dois drinks de Whisky puro.
- Toma! Ele me ofereceu um. - Se beber não case! E eu sorri da sua piada clichê.
O lugar estava escuro mas pude perceber que Matheus tinha honrado a sua palavra. Eu jamais magoaria Esther na véspera do nosso casamento! E então dei o meu copo para o Tio Osvaldo.
- Toma! Eu não preciso disso para me divertir! E ele bebeu sem exitar.
Papai estava à vários anos fora das festas, mas se enturmou muito rápido com os garotos. Me fazendo rir com a sua dança desajeitada.
Fui até o bar e pedi uma bebida mais leve do que eu estava acostumado a beber.
- Quero um Dry Martine! E o barman atendeu o meu pedido. Olhei para atrás e vi André e Lorenzo dançando sobre a pista de dança. Eles eram ridículos dançando, mas a galera parecia gostar.
- Isso se chama Chá Bar! Tio Osvaldo falou se aproximando e eu assenti. - Então porque está bebendo feito uma mocinha virgem?
- Estou em abstinência! Respondi enquanto comia uma azeitona.
- Não seja i*****l! Ficará na coleira pelos próximos cinquenta anos. Tenha pelo menos a decência de se despedir com honra!
- Você fala como se casar fosse uma tortura?! O cotuquei sabendo da sua alergia para compromissos sérios.
- Não é a toa que estou fugindo há trinta e sete anos! Ele disse pedindo outra bebida.
- A Esther é especial! Falei tomando um pouco mais do meu martine.
- É sim! Se não, não estaria com os quatro pneus arriados por ela! Ele disse e eu gargalhei.
Olhei para a pista de dança e vi os meninos gritarem.
- Olha Pither! Mandamos fazer em São Paulo... Eles tiraram as jaquetas e todos estavam com camisetas iguais, com um emblema na frente escrito Game Over!
Me voltei para Tio Osvaldo ainda rindo.
- Olha pra isso! E olha que a noiva é a irmã deles!
E ele abriu o zíper da sua jaqueta mostrando a sua camiseta.
Perdemos um soldado na batalha! E eu não pude conter o riso...
- Vocês são muito patéticos!
Até Papai entrou na onda das camisetas personalizadas, a dele estava escrita Corre Pither que ainda dá tempo!
Eu ri a beça com as frases e as imagens das camisetas. Os meninos tinham pensado em tudo, até nas músicas. André cantava uma versão bêbada junto com o som.
- Quem pegou pegou pegou não pega mais... Quem beijou beijou beijou não beija mais... Eu não conseguia parar de rir um só minuto das maluquices que eles aprontavam sobre o palco.
Vi Miguel sair pra fora com o seu celular no ouvido e fiquei pensando que poderia ser alguma coisa com as meninas. Papai me disse que elas também fariam uma despedida para a Esther, com direito a lingeries e tequilas. Só imagino a loucura que não está por lá!
Comi todos os aperitivos da rodada, vi Papai jogando truco em cima da mesa do bar. E todos os meus primos tentarem uma coreografia sobre o poli dance.
André me puxou para dançar e eu fui, as luzes piscavam sobre as nossas cabeças. Mas eu sentia falta dela.
- Galera! Miguel falou sobre o microfone. -Tenho uma surpresa para o noivo da vez... Pither muda essa cara de cachorro abandonado, que a sua mulher tá chegando aí!
Eu quase não acreditei quando vi as meninas chegando, todas bem arrumadas e de salto alto. Esther apareceu logo atrás com o seu sorriso lindo, e me viu em meio aos meninos.
Ela me abraçou, estava com um vestido branco curto e maquiada, cheirando a colônia feminina.
- Oi amor, está se divertindo? Ela perguntou. Eu assenti beijando a boca dela, sem se importar com quem estava olhando. - Você não parece bêbado! Ela sorriu.
- E porque não estou! Respondi - E você andou bebendo champanhe, mocinha?!
- É sem álcool! Ela disse alto por causa da música. - Vem! Me ensina a dançar?! Esther me puxou e me levou para o meio do salão.
A gente dançava e ríamos conforme a música. Os irmãos dela não perderam uma oportunidade de nos sacanear.
- Olha pra eles Matheus! André gritava.- Ele, ela juntinhos.... "Veja o que acontece, o que virá depois, esses pombinhos vão se apaixonar, seremos só nós dois ..."
A música do Rei leão contagiou o espaço, até às meninas que pelo que percebi estavam pra lá de Bagdá, cantavam todas em uníssonos a música inteira.
Eu achei muito engraçado pois eu era leonino, e o tinha como referência desenhada sobre o abdômen.
Esther abraçada a mim curtia a cantoria.
- "...Final feliz escrito está , que má situação... Sua liberdade está quase no fim! Domado está o leão!"
Esther e eu aplaudimos a música e voltamos a nos abraçar.
A vida as vezes era muito engraçada, quantas vezes saí na noite para pegar mulheres, e hoje aquela boate não tinha nenhum sentido enquanto ela ainda não tinha chegado... Eu estou diferente! Eu sinto isso! Eu não tenho mais a necessidade de beber, e nem sinto vontade de ficar com outras mulheres... Pela primeira vez na vida me sinto completamente preenchido!
(...)
A nossa festinha de despedida deu o que falar... Ainda bem que os noivos foram os únicos que saíram ilesos daquela festa.
Vi André beijando duas vezes a boca da Ariadne, Tio Osvaldo e a namorada dele dançarem sem pudor. Vi Luísa morder o Matheus a festa toda, e na volta jogaram o meu pai de roupas e tudo dentro da piscina.
A risada continuou em meios aos quartos. Eu despedi de Esther e voltei para o meu, amanhã é o grande dia e depois que a bebida passasse eu queria ver a cara de cada um de vergonha. Quando as lembranças começassem a voltar.
No dia seguinte acordei com Esther me chamando suavemente.
- Oi! Ah meu Deus já são nove horas? Levantei assustado procurando as minha roupas.
- Não Neto calma! Ela acariciou meu rosto. - São sete e meia da manhã!
Olhei pro lado meu pai estava dormindo profundamente. Ela estava vestida com um robe sua camisola semi amostra.
- Não vai me dizer que você está aqui para desistir? Falei passando minha mão sobre o rosto.
- Não! Claro que não! Ela sorriu.- Te chamei para ver uma coisa! Ela pegou na minha mão me levando até a janela. - Olha pra tudo isso!
Olhei para o jardim e vi várias pessoas caminhando apressadamente. Umas com arranjos, outras com cadeiras e algumas carregavam pilastra sobre os ombros.
- O que significa isso? Ela perguntou assustada.
- É obra do nosso vovô querido! Respondi ironicamente.
- Você disse a ele que eu queria algo pequeno? Ela me encarou nos olhos.
- É... Falar eu falei, mas acho que ele não prestou muito a atenção! Respondi olhando pela janela e percebendo a quantidade de coisas que chegavam.
- Você está chateada? Perguntei.
- Não! Ela balançou a cabeça. - Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Nada pode mudar isso!
Eu sorri e beijei a sua mão, depois fui até a minha gaveta e peguei uma caixinha.
- Toma é pra você! Entreguei em sua mão.
- Neto os presentes são depois!
- Não é presente! Isso te pertence...
Ela abriu a caixinha com seus olhos curiosos e tocou o que nela havia delicadamente.
- É o colar da mamãe! Disse com o olhar emocionado.
- Eu quero que você use hoje! Toquei com o polegar o seu rosto. - Sei que soa meio gay mas eu vou usar também, por baixo do terno!
- Aaaah Neto! Ela deu um sorriso imenso. - Você não vai parecer gay! Esses colares representam as nossas mães!
- É sim! Elas precisam estar presentes hoje.... Respondi dando um meio sorriso.
- Eu te amo! Ela disse e fechou a caixinha. - Agora preciso ir me arrumar!
- Tudo bem! Assenti ainda segurando a sua mão.
- Você não parece nervoso! Ela disse me analisando com cautela.
- Não estou! Respondi. - Estou certo do que eu quero.... Uma vez você me pediu para que eu não te deixasse até o meu casamento, e hoje quem vai se casar comigo é você!
Ela sorriu timidamente como se lembrasse daquela época.
- Eu já tive medo de me casar! Hoje eu não tenho mais.... Por que sei que é o que eu mais quero na minha vida, ficar contigo pra sempre Esther!
Ela se emocionou, e eu passei meus dedos ao redor dos seus olhos.
- Eu te amo Pequerrucha! E a envolvi nos meus braços.
Depois de alguns minutos ela se afastou ainda emocionada.
- Agora eu preciso ir meu amor! Ela disse indo em direção a porta.
- Nos vemos lá embaixo! Falei acenando.
- Eu serei a de branco! Ela respondeu e deu uma piscadela.
E eu senti meu peito latejar de tanta felicidade que eu estava sentindo.