Durante aqueles três dias, Megan e Antony não tiveram tanto contato, ela estava ocupada acertando os últimos trâmites da viagem e arrumando suas malas, uma certa angústia estava em seu peito, nunca havia ficado tanto tempo longe de seu pai, mas ela já estava certa de que aquilo era o certo, o melhor a se fazer.
No aeroporto, Megan estava abraçada a seu pai por longos minutos, Antony olhava a cena com ternura, era lindo de ver o enorme amor entre pai e filha. O portão de embarque se abriu, em uma enorme tela ali, foi avisado que em breve o voo partiria, então Oliver se afastou de Megan e se aproximou de Antony.
— cuide bem da minha menina Antony.
— não se preocupe Oliver, cuidarei bem dela.
Enquanto caminhavam em direção ao portão de embarque, Oliver tentava enxugar algumas lágrimas do rosto, mas eram tantas, estava vendo sua amada filha ir embora, sua companheira desde o nascimento, era difícil para ele e para ela também, que tinha lágrimas nos olhos, que transbordaram ao olhar para trás.
— em breve podemos fazer uma surpresa para seu pai e visitá-lo. — Antony sussurrou na tentativa de acalmar toda aquela emoção de despedida.
— obrigada Antony.
Enquanto o avião decolava, Megan olhava pela janela sua amada cidade ficando para trás, a saudade já estava apertando, então mais uma vez chorou, era um misto de emoção, saudade, medo do novo, vontade de desbravar o novo, era confuso, mas Megan era forte e determinada e iria viver aquilo da melhor forma.
Los Angeles, Califórnia, era noite quando eles enfim chegaram, Megan saiu do carro, olhou aquela enorme mansão que agora seria sua casa e suspirou, seu pai tinha lhe proporcionado uma vida boa e cheia de luxos, mas aquela enorme mansão dava a entender que Antony era milionário, e realmente era.
— bem vinda a seu novo lar. — disse Antony, ela lhe deu um sorriso sincero, então disse.
— obrigada.
— deve estar cansada e querendo descansar, vou lhe mostrar seu quarto, por favor, leve as malas dela. — ele pediu a um dos empregados que havia surgido ali para recebê-los. Ao entrar na enorme mansão, Megan olhou cada canto que passaram com atenção, até que chegaram ao quarto e ele abriu a porta para ela. — fique a vontade, se precisar de algo pode pedir aos empregados, ou me procurar, meu quarto é o último do corredor e meu escritório fica lá em baixo.
— Ok. — após ele ter a deixado no quarto, Megan deitou-se na cama, estava exausta, fisicamente e psicologicamente.
Cerca de três horas depois, Megan decidiu sair do quarto, queria conhecer melhor o ambiente, pois não havia conseguido se acostumar ainda. A casa estava calma, não se ouvia um barulho sequer, ao chegar ao topo da escada, Megan viu Antony entrando em uma porta que ficava na sala, mas o que mais lhe chamou atenção não foi isso, e sim o fato dele estar sem camisa, dando visão de seu perfeito e atrativo físico.
— aquele deve ser o tal escritório. — disse ela, então seguiu até lá quase que instintivamente, já em frente a porta, ela deu três toques e escutou.
— entre. — ela então entrou, em suas mãos ele tinha um copo e uma garrafa de Whisky.
— oi.
— oi, pensei que estava dormindo. — disse
— não estava conseguindo, ainda não me acostumei com a casa, é tudo tão novo e estranho, então decidi dar uma volta pela casa, para me ambientar, espero que não se importe.
— de forma alguma, a casa é sua.
— a casa está tão silenciosa.
— é que os empregados já foram embora, restando apenas os seguranças lá fora. — saber que estava sozinha com aquele atrativo homem fez uma chama se ascender dentro dela e sua mente trabalhar de forma libidinosa.
— entendi...posso? — ela perguntou apontando para o copo que ele preenchia de Whisky.
— você ainda não tem idade para beber. — disse ele, afinal a idade adequada para o uso de bebidas com álcool nos Estados Unidos é vinte e um anos.
— quem se importa?
— seu pai talvez.
— não tanto.
— ele sabe que você bebe? — Antony perguntou erguendo a sobrancelha.
— algumas vezes bebi, mas nada demais, obviamente contei a meu pai.
— sendo assim...— disse ele, então passou o copo para ela, que após pegá-lo, caminhou até o sofá e sentou, logo ele pegou outro copo e encheu. — mas peço que por aqui não beba, existe muitas pessoas más intencionadas.
— não se preocupe, não lhe darei trabalho.
— imagino que não, seu pai me falou apenas coisas boas de você, falo por sua segurança, escuta, Oliver havia me dito que aquele rapaz com quem você estava na festa era seu ex, mas vocês estavam aos beijos na festa e dormiram juntos.
— sim, ele é meu ex e melhor amigo, então decidimos ficar como forma de despedida, mas não passamos a noite juntos. — mentiu ela, ele sorriu de canto então disse
— ele me disse que havia dormido no quarto de hospedes, mas estava nervoso demais, não sou inocente Megan. — ela tomou um gole do whisky, em seguida suspirou e disse.
— ok, nos transamos. — disse ela sem muita cerimônia, ele ficou um tanto surpreso com a forma sem pudor dela falar.
— então vocês já foram namorados, seu pai não implicou com isso?
— de início sim, ele ate proibiu, dizia que eu era muito nova para namorar.
— e quantos anos tinha? — ele questionou demonstrando interesse.
— quinze.
— realmente muito jovem, mas e ele, quantos anos tinha?
— quinze anos também.
— então era só um namoro adolescente.
— uhum, quando meu pai viu que não daria certo impedir, ele deu todo apoio, e agora ele gosta do Aidan.
— mas não estão mais juntos? — ele questionou enquanto sentava ao lado dela no sofá.
— não, parece bem interessado. — ela disse o encarando.
— sim...bom, faz nove anos, quero ficar por dentro da sua vida novamente, resgatar o tempo perdido.
— não acho que seja possível, eu mudei muito.
— não entendi, você não quer mais ter algum vinculo comigo?
— não é isso, você parece estar buscando em mim aquela garotinha que deixou no aeroporto, ela ficou no passado e aquele antigo vinculo se perdeu em meio ao tempo, mas nada nos impede de criarmos um novo vinculo. — ela disse colocando a mão sobre a perna dele, então seguiu falando. — tem que me desvincular daquela garotinha, e começar um vinculo com a Megan do presente.
— acho que você tem razão, em nenhum momento parei pra imaginar ou me preparar para a mudança que havia acontecido, e agora estou confuso sem saber ao certo como agir com você.
— mas está no caminho certo, procurando saber mais de mim, mas claro, também quero saber de você.
— o que quer saber?
— está namorando?
— não e você? — ele questionou em um impulso, era a pergunta que faria a qualquer mulher.
— não, estou solteira e disponível. — disse ela enquanto acariciava levemente a coxa dele, ele olhou bem para a mão dela, aquele gesto fez seu corpo se ouriçar.
— é...e seu pai, como ele é com você, muito rígido?
— não, ao contrario, ele é bem liberal, apesar de sermos pai e filha, também somos amigos e nos contamos quase tudo, mas nos últimos meses ele anda um pouco distante, ocupado com o trabalho, o que não me agradava nada, gosto de receber muita atenção.
— você sempre foi assim, desde criança. — disse ele, logo em seguida tomou todo conteúdo do copo.
— sim, mas agora tenho você e espero receber toda sua atenção, sem ter que dividir com ninguém, assim como era no passado. — disse ela, que levou a mão até o cabelo dele e arrumou uns fios bagunçados, estava agindo com malicia, mas ouvindo aquelas palavras tudo que ele conseguiu lembrar foi de sua ex, a que havia lhe traído no passado.
— e sua madrinha, ainda tem contato com ela?
— como sabia que eu estava falando dela?
— ainda tenho uma boa memória, ela competia com você pela minha atenção como se a criança da história fosse ela.
— não tenho contato com ela, não quis mais saber dela depois do que fez, e ela também não fez muita questão, nunca me procurou, na verdade ela nunca gostou muito de mim e você sabe, acho que só aceitou ser minha madrinha porque estava namorando com você.
— provavelmente.
— mas agora você está solteiro e sua atenção é só minha. — disse ela, então ele direcionou seu olhar ao dela e notou um pequeno sorriso nos lábios dela, ela se aproximou um pouco eles se encararam com ainda mais intensidade e ele disse.
— seus olhos continuam iguais, lindos. — ela olhava com atenção os lábios dele, os desejava, ele era bem o tipo de homem que ela gostava, mais velho, másculo, bonito e inteligente.
— obrigada, mais Wisky? — ela questionou.
— sim. — ela levantou e caminhou até a mesa do escritório onde estava a garrafa, ele admirou o corpo dela naquele curto e justo vestido, mas logo ela se virou e foi até ele lhe preenchendo o copo. — não vai beber mais?
— não, não costumo beber, como lhe disse antes, só bebi umas poucas vezes.
— entendo. — ele disse novamente encarando o corpo dela.
— mas não se preocupe, fico lhe fazendo companhia.
— não...não será necessário, vou deitar, amanhã cedo tenho que ir trabalhar.
— tudo bem então. — ele desviou seu olhar, então tomou todo o conteúdo do copo e levantou, logo em seguida ele caminhou até a mesa e colocou o copo sobre a mesma. — você continua muito bonito, acho que até mais do que antes.— ele virou-se para olha-la, não sabia bem o que responder e, ela pôde notar ele um tanto envergonhado.
— obrigado...bem, vou indo, boa noite, estarei no meu quarto caso precise de algo.
— boa noite e bons sonhos. — Antony caminhou em direção a porta, então Megan sentou-se no sofá e disse a si mesma. — que homem perfeito, gostoso.