Não vou desistir dela.

1467 Words
Narrado por Edson Assim que a Leticia se distancia, eu solto aquilo que me incomodava. Não, não é um peido, são as minhas lágrimas. Pedro: Filho, vai dá tudo certo. Ela está bem, isso é o que importa. Quando ela sair do hospital e for para o seu apartamento aos poucos as coisas vão se ajeitando. Edson: Estou achando melhor ela ficar um tempo na casa do pai dela. Pedro: Vai desistir dela? Edson: Foi eu que causei tudo isso, nosso relacionamento foi rápido de mais, ela devia estar sob pressão. Pedro: Isso foi a desculpa mais i****a que você já deu... Edson: Mas, pai... Pedro: Mas nada, no momento em que ela mais precisa de você, vai abandona-la? Edson: Eu não estou a abandonando, só acho que ela precisa de um tempo para respirar. Pedro: Agora que ela perdeu a memória? Se ela não se lembra de você, porque precisaria de tempo para respirar? Está aí, uma lógica! Pedro: Você já viu aquele filme: “Como se fosse a primeira vez”? Que o cara tem que conquistar a mulher que ama todos os dias, porque sua memória é apagada toda noite? Edson: Você sabe que eu não gosto de filme de ficção, dificilmente se parece com a realidade. Pedro: Não é para parecer com a realidade, é para passar uma mensagem, que para o amor durar, é preciso reconquistar a pessoa amada sempre e não deixar o relacionamento esfriar. Edson: Não sei no que esse filme me ajudaria. Pedro: Está bem, você quer realismo, tem um outro filme interessante. Edson: Lá vem, em que esse filme seria mais interessante que o outro. Pedro: Esse é baseado em fatos reais. Isso despertou minha curiosidade. Pedro: O nome do filme é: “Para sempre”. A jovem perde a memória dos últimos 18 meses – exatamente o período que ela conheceu e se apaixonou por Kim (que no filme se chama Leo). Durante o filme, Leo luta para que sua amada se apaixone por ele novamente. Realmente é bastante interessante. Edson: O senhor está me propondo que eu assista a esse filme para pode reconquista-la? Pedro: Não! Eu estou te propondo que você deixa essa besteira, de querer dá um tempo para ela respirar e vá atrás de sua esposa... Eu penso um pouco, ele tem razão, se ela não se lembra do que aconteceu, como ela precisa de um tempo para respirar? Pedro: E depois, vocês já estão casados, não vai demorar muito para ela cair nos seus braços de novo. Edson: O senhor tem razão, eu não posso desistir dela, ela precisa de mim. Pedro: É assim que se fala, filho!!! Eu sinto a esperança bater a minha porta e meu apetite voltar. Eu tomo uma golada do meu cappuccino, mas, antes eu pergunto para meu pai... Edson: Como a mamãe está? O que ela teve? Pedro: Ela está bem! Agora sim, eu fico mais tranquilo e dou uma enorme golada no meu cappuccino... Pedro: Ela só está gravida. Merda! Acabei me engasgando com essa notícia. Edson: Isso também foi um resultado de algum filme? 50 tons por acaso? Meu pai dá um tapinha na minha cabeça. Pedro: Olha como você fala, o bebê vai ser seu irmão ou irmã. Edson: Desculpa! Eu ainda estou estressado com tudo o que aconteceu. Pedro: Está bem! Vai lá ver sua esposa... Eu me levanto e saio em direção ao quarto em que minha esposa está. Narrado por Tati Depois de ter visto e falado com o aeroporto de mosquito, (O coronelito) descobri que minha melhor veio parar no hospital, eu queria saber como está a mãe do Edson e acabei sabendo que a Andréia teve um susto psicótico. Se fosse comigo seria até normal, mas, se tratando dela... É impossível. Nunca vi uma garota tão ajuizada quanto ela. Eu me informo na recepção onde fica o quarto dela. Assim que abro a porta, sou barrada por alguém. Enfermeira: A senhorita está precisando de alguma coisa? Tati: Minha amiga está internada nesse quarto. Enfermeira: Desculpa, você não pode entrar sem autorização de algum parente. Quem ela pensa que é? Tati: Você sabe com quem está falando? Eu sou o grande amor da vida dela. Enfermeira: Achei que ela fosse casada... Eu engulo seco... Tati: Eu sou sua segunda opção... Ela me olha confusa... Enfermeira: Sinto muito, você não pode entrar sem autorização de algum parente. Eu olho para ela com um pouco de malícia, sei como convencê-la... Narrado por Andréia Eu escuto a voz da Enfermeira do outro lado da porta, ela está falando com alguém... Ah, não! É a Tati! Droga! Quem a avisou? Ela vai encher minha paciência... Por outro lado, me deu tempo para voltar para cama e fingir que estava dormindo. Ouço a porta do quarto se abrir, ao mesmo tempo em que a porta do banheiro em que estava a Letícia. Letícia: O que você está fazendo aqui? Tati: Eu te pergunto a mesma coisa. Não basta ter quase ferrado com o namoro da minha amiga uma vez, agora vai ferrar com o estado de saúde dela também? Droga, Tati!!! O pior, é que a Tati tem razão! Tati: Eu não vou deixar que você atrapalhe o casamento deles, nem que eu fique aqui 24 horas por dia, até que ela saia do hospital. Aff! Ninguém merece, preciso sair daqui logo. Eu abro um pouco o olho para ver o que está acontecendo. A Tati se joga no sofá e ainda pega uma refeição que foi preparada para mim. Aff! Até que não seria uma má ideia, eu me esquecer dela de verdade. Leticia: Eu não vou precisar atrapalhar o casamento deles, ela teve um ataque psicótico e não se lembra de ter conhecido o Edson. Tati: Eu não acredito em você, ela jamais se esqueceria do amor da vida dela. Letícia: Então, espere ela acordar e veja por si própria. Tati: Se acontecer alguma coisa com minha amiga, eu sei de quem foi a culpa. Letícia: Se você se intrometer no meu caminho, você vai ser a próxima e ficar num leito de um hospital. É impressão minha, ou ela acabou de ameaçar a Tati? Tati: Está me ameaçando? Letícia: Não, é apenas um aviso. Não foi muito inteligente da parte da Letícia, ela não conhece a Tati. Tati: Se eu for parar num hospital, você vai parar no cemitério. Letícia: Está me ameaçando? Tati: Nãoooo! É apenas um aviso... Ouço a Tati falar isso com tom irônico. Acho que essa discussão está indo longe demais, é melhor acordar. Eu finjo uma tosse e abro os olhos. Letícia: Já acordou? Ainda não passou o efeito do remédio... Andréia: Com essa gritaria toda, até um paciente em coma acordaria. Do que vocês estavam falando? Letícia/Tati: Nada! Tati: Que bom que você está bem, achei que não suportaria a uma picada de cobra. A Tati fala apontando com a cabeça para a Letícia. Letícia: Bom, já que acordou vou chamar o médico para te examinar. A Letícia sai do quarto e eu me sento na cama, estou cansada de fingir que não estou bem e se a Tati ficar aqui até a hora de ir embora, eu tenho que fingir que estou melhorando. Tati: O que aconteceu com você? Eu detalho o acidente da minha mãe, para não levantar suspeitas. Tati: Mas, sua mãe morreu há um ano... Andréia: Agora, eu sei disso. Parece que de repente, eu tive um ataque, perdi a memória de 1 ano. A Tati me olha de um jeito estranho, como se tivesse me analisando. Tati: Sei! Está bem! Como você pode deixar que a Letícia cuide de você? Ela está jogando verde, para ver se eu mordo a isca. Andréia: Porque não deixaria? Ela é uma médica atenciosa. Tati: Ela já atrapalhou seu namoro com o Edson, ela não deveria chegar perto de você. Eu não respondo nada, na verdade, eu nem tenho o que falar. Essa situação me deixa preocupada. Tati: Não vai perguntar quem é Edson. Andréia: Já me disseram que estou casada com ele. Tati: Só isso? Não tem mais nada a dizer? Andréia: Ele até que é bonitinho... Tati: Bonitinho? O Edson é o cara mais gostoso que você já ficou? Isso, eu tenho que concordar... Tati: Acho que ela vai aprontar com você. Não tenho dúvida que a Daniela está por trás disso. Tenho que admitir que a Tati é muito perspicaz. Tati: Essa mulher é perigosa, ela já ferrou com você uma vez e vai ferrar de novo. Andréia: Eu sei, mas... Droga! Eu já estou falando demais, ela vai desconfiar. Eu finjo uma tosse. Eu olho para ela e ela levanta uma sobrancelha. Tati: Sabe é? Merda! Tarde de mais. Para minha sorte, a porta do quarto se abre...
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