Chapter 03

1719 Words
Aria Bellucci O que será ser só, quando outro dia amanhecer? Será recomeçar? Será ser livre sem querer? Sentada naquela cama olhando minhas poucas roupas arrumada dentro de uma pequena bolsa de pano, eu tentava raciocinar oque seria de mim quando passasse daquela porta a fora. - Ta nervosa? - Valentine pergunta ao meu lado. - Não. - minto, óbvio que eu estava nervosa, que ideia. Eu acordei bem cedo pra arrumar minhas poucas coisas que tenho aqui para não deixar nada pra trás, não são muitas coisas e de longe são valiosas em dinheiro, mas eram em sentimento e eu não queria deixá-las para trás em nenhuma hipótese. - Oque está fazendo aqui a essa hora senhorita Coen? - Magdalena entra pela porta do quarto nos dando um baita susto com sua cara de bruxa. Valentine olha pra mim e eu seguro o riso e ela também e abaixa a cabeça procurando uma resposta, ela sabia que se Magdalena descobrisse que ela dormiu aqui e Magnolia não percebeu ou não fez nada, iria sobrar para nós três. - Eu fui chama-la cedo para me ajudar a arrumar minhas coisas e nos despedirmos, ja que hoje é o meu último dia aqui - respondo a mesma com firmeza na voz sem demonstrar que estava mentindo, eu era boa nisso. - Ah sim, fez bem em me lembrar o porque deu ter vindo aqui, preciso que venha a minha sala. - diz sem seu jeito assustador, parecia ter pena de mim, e era estranho ver Magdalena me olhar daquele jeito e eu logo me fiz mil perguntas. - Aconteceu alguma coisa? eu não serei liberada? terei que ficar aqui ? - confesso que em minha voz tinha excitação para ela dizer que sim. - Não! você estará pronta pra ir mas antes preciso lhe entregar algo. - diz e eu desfaço o semblante de esperanças para confusão mental. - Oque é então? -Termine de arrumar suas coisas e vá até minha sala e lá conversaremos. - não espera que eu diga mais nada, apenas sai do quarto me deixando ali morta de curiosidade. - Oque será que ela quer? - valentine finalmente pergunta. - Também quero saber, vamos rápido.. - digo me levantando e acabando de arrumar minhas coisinhas que valentine me ajuda. Após arrumar minhas coisas, nós ficamos alguns minutos nos despedindo e combinando que eu voltaria aqui no dia em que ela fosse liberada para buscá-la, e me fez prometer que eu iria viver minha vida, e aproveitar minha chance de viver longe daqui sem pensar no resto,apenas. Fui até a sala de Magdalena que era perto do corredor do medo, aquele lugar me causava arrepios, literalmente. Bato na porta e logo ouço Magdalena gritar de dentro me mandando entrar e eu faço. - Estou aqui como pediu.. - digo ainda perto da porta sem me mover. - Venha, sente-se. - pede e eu estranho seu modo de me tratar, totalmente diferente de antes. - Isso aqui é seu..- Me estende um envelope um pouco velho, mas não tanto. - Oque é isso. - pego o mesmo olhando e vendo que estava escrito meu nome na mesma. - Essa carta acharam na sua casa após tirarem suas coisas, haviam duas e uma delas dizia que essa é sua e era pra ser entregue a você.. - diz e eu a olho, e volto meu olhar para carta vendo ali, a letra de vovó. - E porque não me deram antes? - pergunto. - Você era nova demais, estava sofrendo e passando por um trauma, preferimos não lhe dar antes de você sair daqui. Haviam se passado anos mas eu lembrava perfeitamente de como a letra de vovó era perfeita, ela adorava escrever cartas de todos os tipos. Abro a mesma com receio e vejo no papel que havia dentro, uma figurinha da Hello Kitty colada nas quatros ponta e rapidamente a memória daquele dia vem a minha mente. - Pensamentos - Vovó, oque está fazendo? - pergunto ao aparecer em seu quarto, vejo várias folhas jogadas pela cama e vovó sentada em sua mesinha escrevendo algo. - É uma carta pra você, no futuro..- diz sorrindo e eu tento ler mas não conseguia. Porque vovó tava fazendo uma carta pra mim no futuro? - Mas porque vovó? - pergunto curiosa enquanto balançava meu corpinho prá la e pra cá feito uma boneca de pano. - Tem coisas que você só ira entender quando ja for uma adulta minha querida..- diz e eu aceno pra vovó mesmo sem entender. - Então eu posso colar minhas figurinhas preferidas? assim quando eu for adulta eu vou lembrar que eu gostava da Hello Kitty..- sorrio e sinto o vento passar sobre a janela que havia entre meus dentes, aonde havia caído dois deles. - Claro meu amor - eu não espero ela dizer mais nada e corro pra fora do quarto indo até o meu pegar minhas figurinhas da Hello Kitty que veio no meu caderno ~ - Pronto vovó, ficou bonito? - pergunto ao colar a última figurinha. - Ficou lindo..- sorri. - Posso mostrar a mamãe e o papai? - peço. - Nao! - Porque vovó? - Essa carta será um segredo nosso, tudo bem? papai e mamãe não pode nunca saber dela. - diz e eu não e entendia porque, estava tão bonito e eu demorei meia hora pra colar certa as figurinhas mas apenas concordei. - Tabom, será nosso segredo. - As memórias invadem minha cabeça, eu lembrava perfeitamente de tudo naquele dia, até dos longos minutos que eu demorei para colar perfeitamente minhas figurinhas preferidas da Hello Kitty. Sorri com lágrimas nos olhos lembrar de vovó, mas não chorei. Abro a carta e vejo a letra de vovó linda sobre o papel e então leio oque a carta dizia. ~Carta~ Oi minha querida, se essa carta chegou em suas mãos receio que o pior aconteceu a mim e a seus pais, como ja era imaginado a muito tempo; seus pais se enfiaram em uma guerra que não deveriam, agiram sem pensar no amanhã e em você, peço que os perdoe pôs mesmo com todos os erros eles te amavam e fizeram de tudo para te proteger e reverter seus atos mas receio que seria tarde demais para isso; Mesmo não estando mais ao seu lado em vida hoje, deixamos pessoas para cuidar de você por nós e sei que eles não irão falhar conosco e nem com você, sei que você deve se perguntar porque disso,mas a vida não é como queremos e as coisas acontecem sem que percebemos ou merecemos, mas mesmo com tudo isso, você jamais estará só. Na hora certa você irá descobrir tudo que lhe é de direito saber, existe muita coisa por trás de tudo isso mas você descobrirá quando estiver em segurança, seu pai deixou um amigo de confiança para cuidar e lhe amparar quando mais precisar, e eu também me assegurei que isso acontecesse. Tem uma amiga bem antiga que irá cuidar de você e lhe dar amparo caso precise até você  ela irá te explicar tudo que precisar saber e cuidará de você como uma mãe, tenho certeza que com ela você estará em boas  mãos e condições, sei que não é oque você queria e nem desejou e lhe peço perdão minha querida por ter falhado com você, mas saiba que sempre estarei ao seu lado seja aonde for, eu vou lhe proteger e irei vê-la crescer e ser uma excelente mulher e uma pessoa de coração puro e amável como sempre foi. Boa sorte em sua jornada meu amor. Endereço xxxxxx.xxxxxxx.xxxxxx Rua xxxxxx Procurar por Rúbia Limpo as lágrimas que insistiram em cair, meu peito doía por lembrar dos meus pais e minha vó, mas eu sabia que eles mesmo longe estão cuidando de mim. Tive curiosidade em saber oque papai e mamãe se meteram, mas na carta não dizia, porém talvez a tal Rúbia ou Rafael saiba sobre algo e me conte, mas como vou chegar até ela se m*l sei onde este lugar fica, por incrível que pareça parecia que está carta havia caído do céu, pôs eu estava perdida, completamente perdida sem saber oque fazer, e agora pelo menos, tinha alguém para procurar e que talvez pudesse me ajudar como vovó dizia. - Você esta bem? - Magdalena pergunta me tirando das confusões dentro de mim. - Sim,aonde fica este lugar? na carta diz que é pra mim procurar uma pessoa lá. - pergunto mostrando o endereço a mesma e vejo a mesma arregalar os olhos mas logo se recompoe voltando ao normal. - É um pouco distante daqui, tem certeza que quer ir la? talvez com todos esses anos essa pessoa não esteja mais la.. - olho pra mesma estranho,mas ignoro sua reação - Tenho sim, se vovó disse que la eu teria ajuda, eu acredito que terei, sabe ou não aonde fica? - falo um pouco ignorante e com impaciência - Sei, irei chamar um táxi para levar la - diz pegando o telefone. - Mas eu não tenho dinheiro, como vou pagar um táxi? - pergunto e a mesma põe o telefone encima da mesa e mexe em uma gaveta me entregando um outro envelope que não tinha nada escrito, mas que mostrava está um pouco abarrotado. Abro vendo notas e mais notas de dólares e eu quase caio pra trás, de onde veio esse dinheiro. - De aonde veio isso? eu não posso ficar com isso - estendo o envelope a devolvendo. - Isso é seu, foi deixado pelos seus pais, era a única coisa que eles lhe deixaram, não posso ficar com algo seu - diz e eu estranho pos papai e mamãe m*l tinham dinheiro para pagar as contas e deixaram dinheiro pra mim? - E caso essa pessoa que você va procurar não te ajude, esse dinheiro pode ajudar, você pode alugar um quarto pra ficar e comprar algo para comer e arrumar um emprego pra se sustentar longo o tempo e com ele você também pode pagar transportes para se locomover pela cidade caso precise- me explica e eu faço uma anotação mentalmente sobre aquilo e assinto. Hoje será o dia que eu irei desaprender o que tinha aprendido até ontem e recomeçarei a aprender.
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