Capítulo Oito - O lado sombrio de Madeline - Hope Vol 1

2070 Words
Ele para o carro em frente a um casarão branco, me pergunto se é uma casa ou se ele comprou uma pousada. Ele desce do carro e eu continuo parada até ouvir a porta de Ana bater, passo a mão sobre o rosto e aperto a palma da mão com as unhas. Saio do carro e vou a encontro dos dois que me esperavam parados na porta, Ana arregala os olhos e me encara sério, fico sem entender, faço uma careta e meu pai fecha a cara. — Madeline, que sangue é esse? — Ele puxa minha mão e é vê as marcas de unhas sobre a palma de minha mão, acho que descontei minha raiva um pouco forte demais. Fico quieta e apenas o Encaro. — Será que tem como você me mostrar logo o meu quarto? — Pergunto baixo e ele me encara, e pela segunda vez hoje ele me encara de uma forma diferente. — Leeds! — Ele grita e eu olho o meu velho relógio prateado no pulso vendo que concerteza Leeds já deveria ter chegado da escola, ele abre a porta encara Ana, o pai dele e seus olhos param em minhas mãos, ele as olha por um tempo, e levanta seu olhar para mim. — Quem ela matou? —Reviro os olhos, e ele ri de lado. — Leeds leva Ana para o quarto dela, por favor — O garoto loiro a minha frente assente e sai com Ana pela grande sala de estar. Entro logo atrás do meu pai, e observo os mínimos detalhes, havia vários vasos sobre a casa, de longe pude perceber que todos eram caros, quadros com enormes flores de girassol cobria as paredes brancas e sem graça de toda a casa. Ele sobe a escadas e eu continuo caminhando atrás dele, que para em um longo corredor coloca a minha mala de frente a uma das porta mais caminha comigo até a última porta do corredor. Ele abre e dá espaço para eu passar, e assim que olho dentro da pequena sala noto que se trata de um pequeno escritório, com um sofá cama do lado e uma mesa no centro, e ao redor enormes estantes de livros. — Sabe quem desenhou essa casa? — Ele pergunta é eu balanço a cabeça em negação, ele ri de lado olhando para cada canto do cômodo, ele caminha até uma estante e pega um quite de primeiros socorros e se senta no sofá batendo ao lado para me sentar ao seu lado — Sua mãe — Ele diz calmo. Depois desse seu comentário eu olho ao redor enxergando a casa de outra maneira, minha mãe desenhou essa casa? Ela era uma grande arquiteta, mais achava que trabalhava fora da cidade, sei que ela é minha tia nasceram aqui, mais as duas se mudaram para o Londres assim que atingiram a maioridade. — Com exceções dos girassóis, ela sempre amou rosas, rosas brancas — Ele me encara e da um sorriso de lado, eu amo rosas brancas, ele pega o algodão e passa no antisséptico e depois limpa o sangue de minha mão — Mais Victória prefere girassóis — Ele diz com a voz baixa, tenho certeza de que ele preferia rosas brancas assim como eu e a mamãe. Ele limpa todo o sangue de minhas mãos, deixando somente os buracos por onde minhas unhas entraram na pele, sempre tive esse tipo de problema, tia Alissa pediu para eu aprender a canalizar meus sentimentos de outra forma. E sim eu aprendi, eu Encaro cada sentimento de uma forma, nenhum e da mesma maneira. Luto, sentimentos ruins eu prefiro caminhar ficar até tarde sentando em um lugar fixo olhando para o nada. Desespero medo eu me mantenho de pé com o corpo em forma ereta e visualizo minhas opções, caso não tenha nenhuma, deito no chão em posição fetal e começo a chorar..... Era o que eu fazia, agora contento em apertar bem forte as unhas contra as palmas da minha mão. Nem sinto mais a dor, as vezes passo do ponto e isso acaba acontecendo, era poucas as vezes, ultimamente isso vem acontecendo com mais frequência. Ele ficava olhando fixamente para a palma de minha mão. — Isso vem acontecendo com frequência Madeline? — ele levanta o olhar e me encara, desvio os olhos para um livro qualquer na estante e escuto ele respirar fundo — Sabe o que é engraçado? — Volto a encara-ló novamente com curiosidade — Ana e extremamente parecida com sua mãe, se você tivessem tido a chance de conhecer ela, veria que realmente são um clone, mais na hora da raiva, ela é igualzinha a mim — Faço uma careta — Sim Madeline eu surto, quebro tudo, passo as mãos concerta brutalidade no cabelo, Respiro fundo — Ele ri — Você e igualzinha a mim, já deve ter percebido isso, mais na hora da raiva, você é igual a ela, você prefere se machucar, se ferir, do que gritar, surtar, quebrar as coisas, você trata tudo com ironia e deboche. Você não demonstra fraqueza, você tem uma parte dela... A porta se abre revelando uma mulher com longos cabelos castanhos claros, iam até a metade de suas costas, ela usava vários cordões de prata no pescoço, tinhas várias pulseiras nos braços, estava muito bem vestida, e tinha uma aliança em sua mão, de ouro, não sei bem porque mais aquilo me incomodou um pouco. Talvez pelo fato do casamento deles ter ocorrido uma semana depois da morte da mamãe, como eles providenciaram tudo em uma semana? Não tem como, o que me faz pensar que ele já estavam planejando tudo a bastante tempo. Ela me encara por um minuto, e coloca uma mexa de seus longos cabelos atrás da orelha. — Nathan será que a gente pode conversar um pouquinho? — Ela diz com uma voz doce e calma, ela era realmente muita atraente, isso nem eu poderia negar. Meu pai a encara, e isso me dói, ver que em seu olhar não tinha nada, ele não a amava, mais ainda sim estava ao lado dela. — Já estou indo, espera eu acabar aqui — Ele diz e ela dá mais uma encarada no local e assente saindo e fechando a porta. Meu pai coloca um curativo na minha mão e joga o algodão no lixo, guarda a caixa de primeiros socorros e vai até a porta abrindo a mesma e dando espaço para eu passar. Ele para em frente a porta que ele deixou a minha mala e me entrega uma chave. — Tentei deixar da forma que você gosta, mais depois de entrar no seu quarto hoje vi que falhei miseravelmente — Ele diz com ar de graça mais eu não dou nenhuma risada, apenas rodo a chave na fechadura e abro a porta vendo o meu mais novo quarto. Entro no mesmo olhando ao redor ele e bem maior que o meu antigo, mais bem maior mesmo, os móveis estão em tons de branco, todos os móveis, inclusive a minha cama, mais as paredes são pretas, e o forro da cama também. Olho ao redor, até que eu gostei, sei que vou passar a maior parte do meu tempo aqui dentro mesmo, então é melhor eu me acostumar a uma vida preto no branco. — Gostou? — Ele está encostando no batente da porta, olhando ao redor, mais para seu olhar em mim, sei que ele está se esforçando, mais ao mesmo tempo ele tá me tirando da minha zona de conforto. Me tirou da minha tia, ao qual cuida de mim desde que eu me entendo por gente. Ele nunca foi um pai de verdade, nós víamos praticamente uma vez no ano e olha que morávamos na mesma cidade, e mesmo assim era coisa de minutos, quando nos esbarrava-mos na rua. Apenas assinto e coloco a mala em cima da cama abrindo a mesma, ele respira fundo e se afasta do batente da porta olha para alguma coisa atrás. — A segunda porta depois do escritório e o banheiro, o jantar é às oito, Victória prefere que fazemos todas as nossas refeições juntos, então não se atrase — Reviro os olhos, que isso? Projeto de família feliz? — Fique a v*****e Mel vou tomar um banho — Me viro imediatamente encarando ele, ele acabou de me chamar de mel? Ele fecha a porta e me deixa sozinha naquele quarto enorme. Saudades do meu quartinho pequeno nas cores azul marinho, saudades de almoçar e jantar com a tia Alissa, e revirar os olhos quando ela falava sobre meu ponteiro de Ouija. Levo a mão até meu cordão encostando no mesmo, me lembrando da primeira vez que comecei a usá-lo como pingente. Tá louca Madeline, dá onde você tá tirando essas coisas? Tia Alissa falou furiosa, e eu dei de ombros, acho que isso era o que mais irritava ela, minha indiferença. Me sento na cama, e olho ao redor pego a minha mochila escolar e vou até a escrivaninha, pego o caderninho preto assim como a caneta, e me sento na cadeira abrindo ele. Tia Alissa pediu para mim aprender a canalizar meu sentimentos de outra forma, na época eu não sabia como, ela me entregou esse mesmo caderno e disse, escreva algo, poema, poesia, um texto, talvez te acalme. Bom, fiquei horas encarando aquelas folhas em branco, e não sabia o que escrever, então o fechei e o guardei na última gaveta de minha antiga escrivaninha, durante anos eu tentei escrever mais nunca conseguia. Mais não sei por qual motivo hoje me deu uma v*****e de escrever. Pego a caneta e continuo olhando para o caderno em branco, e de repente as palavras começam a se forma em minha cabeça, de uma forma estranha, e eu começo a escrever. Veja-a Veja, as pessoas conseguem ser o que não são. Não é bem assim. Veja, aquela linda mulher tem tudo pela frente. todos pensavam assim. Veja ela tem um bom marido, e um lindo filho, e está grávida novamente. Éramos para estar contentes? São uma linda família, não tem defeitos. Nada é perfeito. Veja, são gêmeas, que alegria! Você precisa de terapia. Veja ela está diferente, algo deu errado? Seu coração está machucado Ele não a vê mais, aonde ele está? Com outra ao seu lado. Mais ele ainda é casado, como pode se apaixonar? Ele se sente culpado Veja ela se foi E ele a deixou ir sem ver, sem enxergar que ela era o grande amor de sua vida. Ouço batidas nas portas e logo a voz de Ana toma conta do quarto, enxugo as lágrimas e guardo o caderninho na última gaveta da escrivaninha, e fico totalmente irritada por ver que ela não tem tranca. Pego uma roupa na mala e abro a porta vendo Ana com os cabelos molhados. — Vai tomar banho? — Assinto — Mana a casa é enorme. — Ele conversou com você também? — Ela assente — Então você sabe quem desenhou a casa? — Ela abaixa a cabeça confirmando, Respiro fundo e saio do meu quarto fechando a porta — Aonde é o banheiro Ana? — Ela aponta para a segunda porta perto do escritório. — Vou voltar para o meu quarto — Ela fala e eu Assinto caminhamos juntas até a porta do quarto dela, onde ela entra e eu continuo até a porta do banheiro, de onde Leeds sai passando a toalha na cabeça. — Maninha — Reviro os olhos — Eu tava pensando, e agora seu o motivo por você gosta desse lance de falar com espíritos — Dou um sorriso de lado. — Pedi para moby de visitar essa noite — Entro no banheiro por debaixo de seu braço. — Quem é moby? — Pergunta ele olhando para as escadas. — Um amigo espírito, ele foi um Serial killer — Dou um sorriso e bato a porta na cara dele, tranco a mesma e começo a tirar a roupa. Sei que Ana está sofrendo com a mudança, eu estou sofrendo com a mudança, Alissa está sofrendo com a mudança, isso é difícil para todas nós. Entro debaixo do chuveiro e deixo a água quente relaxar o meu corpo, e nesse momento deixo todos os meus pensamentos irem, como se escorre-se pelo ralo. Gosto de momentos assim, sem pensamento nenhum na cabeça, sem nada, apenas eu e o nada.

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