Capítulo Dois - O lado sombrio de Madeline - Hope vol1

2009 Words
Termino de me organizar e já consigo ouvir o som alto lá em baixo, reviro os olhos me perguntando o porquê de eu ter aceitado fazer essa festa aqui em casa. Desço as escadas já vendo uma quantia considerável de pessoas na sala, só peço que não quebrem... A quer saber quebrem logo a m***a dessa casa tô nem aí. Olho ao redor tentando procurar o David, e avisto ele bebendo um líquido verde em um copo transparente, reviro os olhos e só penso que não vou cuidar de ninguém essa noite não. — Aí cara, tu já bebeu isso aqui? — Estende o copo na minha direção e eu faço uma careta encarando ele sério, ele usava uma blusa de botões branca e estava meio aberta mostrando um pouco do peito dele. Ele usava uma calça Jeans e o cabelo arrepiado, pego o copo da mão dele virando de uma vez e fazendo uma careta. — Skol beats? — Ele assente e eu reviro os olhos, e caminho pela casa tentando desviar daquele bando de adolescentes suados, e completamente chapados. Quando eu avisto ela, no quintal onde não tinha quase ninguém, ela fumava algo e olhava ao redor, e para o olhar na irmã que dançava com um cara. — m***a — David diz do meu lado — Não acredito que ela tá dançando com o Vitor — Reviro os olhos e saio de perto dele me aproximando da Madeline que só percebe minha presença quando eu estou do lado dela. — Oi — Ela me encara de cima a baixo, eu estava usando uma calça Jens e uma blusa de magas ambas pretas. Ela estava usando um vestido colado preto que tinha um decote no peito, onde dava pra ver uma parte de uma tatuagem que ficava no meio dos seus s***s. Assim que ela percebe pra onde eu tô olhando respira fundo soltando a fumaça do cigarro. — Meu rosto e aqui em cima — Leva o cigarro a boca novamente e me encara enquanto traga o mesmo, confesso que fiquei curioso pra saber que tatuagem era aquela. — O que tá achando da cidade? — Ela dá de ombros jogando a bituca do cigarro no chão e pisando em cima. — Normal e só uma...Cidade — Ela diz e volta a encarar a irmã. — Vocês eram da onde? — Ela me encara por um tempo e respira fundo. — Vou procurar alguma coisa pra beber — Sai e me deixa falando sozinho, esse ar de mistério dela é o que tá me encantando cada vez mais, o que eu acho estranho, já que faz tanto tempo que eu não me sinto atraído por uma pessoa, não dá mesma forma que eu tô por ela. Volto para o lado de David que resmungava, mais para assim que vê a garota loira se aproximando, reviro os olhos, mais penso bem, será que eu consigo tirar mais alguma coisa dela? Sobre a irmã? Encaro o David que está fascinado, i****a, quero só ver aonde isso vai dar. — Oi meninos, vocês viram minha irmã por aqui? — Encaro ela por um tempo e o David me encara. — Ela falou que foi pegar uma bebida — Digo e a garota assente. — Pode me levar até ela? — Pergunta pra mim e eu Encaro o David, que franzi o senho, dou de ombros e me levanto acompanhando a garota até a parte de dentro da casa. Mais aí ela me puxa para um canto, e eu Encaro ela sem entender. — Tu tá afim dela né? — não esboço nenhuma reação, apesar se estar confuso e curioso — Okay — Ela abaixa a cabeça respirando fundo — A Madeline não é uma garota que você vai querer ter por perto, vai por mim, eu sou irmã dela, sei do que eu tô falando — Ela ia saindo mais logo volta — Para de querer saber do passado dela, se ela descobrir não vai ficar muito boa contigo não — Ela ia saindo mais esbarra em alguém. — Ele tava mexendo com você Ana Maria — Reconheço a voz e me viro encarando ela. — Não, vamos curtir a festa — Tenta sair mais a irmã segura o braço dela. Me encara e depois encara a Ana, por um tempo e depois solta a irmã que me encara por um tempo e sai. Quando eu digo que isso é muito estranho ninguém acredita, a Madeline me encara por um tempo apertando os olhos. — Tu não é o garoto que puxou assunto comigo lá fora? — Assinto, é ela da de ombros — Se for se aproximar dela de boa fé, pode até se casar com ela, agora se for de má fé — Ela para por um tempo me encarando — A gente se encontra lá na frente. Ela sai caminhando e virando o copo com algum líquido laranja, essa garota me chama cada vez mais atenção. — Espera — Ela se vira me encarando com os olhos apertados. Faço um movimento com a cabeça chamando ela pra um lugar mais afastado daquele barulho de funk juvenil. Ela da de ombros e me segue, caminho até a biblioteca dos meus pais, entro e ela entra logo atrás, mais seu olhar para em um ponto específico. Ela entra esbarrando em mim e para de frente a alguns livros fecho a porta seguindo ela, faço uma careta ao ver o livro que ela pegou. — São Cipriano? — Pergunto e ela dá de ombros — Isso nem é o estranho — Ela me encara — Porque que os meus pais tem livros de bruxaria? — Ela dá de ombros folheando o livro — Você gostas dessas coisas né? — Só porque eu peguei um livro de São Cipriano? — Me sento em uma cadeira. — Você é bem.... — a*******e, ignorante, tolerante, estressante? — Ela me interrompe e eu faço uma careta — Já me falaram isso. — Misteriosa, vive trás um ar de curiosidade e mistério — Ela fecha o livro dando uma risada de lado sem mostrar os dentes. — É a primeira vez que falam isso de mim — Se senta na poltrona do outro lado da biblioteca e me encara — Porque você acha que eu tenho uma ar de mistério? — Você é irmã gêmea da Ana Maria mais de parecidas não tem nada, nem aparência muito menos personalidade — Ela morde os lábios olhando pra porta, depois me encara de volta, claro que tinha mais coisas mais eu não iria falar né? Tipo o fato da Alissa, guardiã legal dela ser bem religiosa, e ela não parecer ser nada disso. — O tempo me fez ser assim Miguel — Faço uma careta. — Como você sabe meu nome? — Ela da outro sorriso de lado sem mostrar os dentes. — Sou uma pessoa observadora — Ela se levanta puxando um cigarro do bolso — A gente se vê na escola — Sai da biblioteca batendo a porta. Respiro fundo indo até o livro que ela havia pegado e colocando sobre a estante novamente, saio da sala entrando novamente naquela mansidão de adolescentes, e vejo meu amigo totalmente bêbado dançando com a Ana Maria no canto da sala. Bom.... Ele conseguiu o que queria né? Ao contrário de mim, que não conseguir tirar nem o nome da antiga cidade de onde elas moravam. Olho ao redor e a vejo fumando outro cigarro, e vejo o Anderson se aproximar. Me encosto na parede com uma latinha de cerveja observando ele tentando puxar assunto com a Madeline, que apenas o ignorava e olhava pro céu soltando a fumaça do seu cigarro. O som estava alto e não dava pra ver muito bem sobre o que eles estavam conversando, mais de longe dava pra ver que ela não tava nem aí pro que o Anderson estava falando. Ou ela só estava simplesmente chapada. Olho pro lado vejo meu amigo se aproximando dos dois, junto com a Ana que sorri ao ver a irmã. Ao contrário da Madeline, a Ana estava bem alterada, saltitante, a Madeline faz uma careta e encara o David f**o. Uma coisa que eu pude perceber através dessa festa, é a forma de como ela trata a irmã, concerteza essa festa não tem nada haver com ela, nem muito menos, as pessoa com estão presentes nela. Mais ela veio, tenho quase a certeza de que foi a Ana que a implorou, talvez por ela sempre estar ao lado da irmã. David fala alguma coisa que faz a Ana e o Anderson rir, a Madeline apenas sorri de lado sem mostrar os dentes. Ela nunca sorri por inteiro, ou esboça alguma reação, e sempre indiferente ou com um sorriso de lado. Olha na direção da mesa de salgado, que eu nem sei quem montou, e vejo a Angela, reviro os olhos e bebo o resto de líquido que tinha na minha latinha. Ela se aproxima e para na minha frente. — Oi meu amor — Me abraça, eu não retribuo e ela se afasta me olhando estranho — Você nunca muda esse teu jeito né? — Encaro ela. Estava com os cabelos amarrados em um r**o de cavalo, usava um conjunto de blusa e saia amarelo colados ao corpo, e um batom nude, que fazia sua boca parecer bem mais carnuda. — Não tô afim de nada hoje não Angela — Me afasto dela e entro na casa, sentindo tantos adolescentes suados e completamente bêbados esbarrando em mim. — Poxa Miguel, o que tá rolando — Ela segura a barra da minha blusa me fazendo a encarar. — Angela, olha o tanto de garoto nessa festa, de todos os jeitos tipos de todos as formas, sai do meu pé — Ela para e aí eu vejo que peguei pesado — Eu não quis dizer isso... — Então é isso né? — Ela sorri com lágrimas nos olhos, dava pra ver longe que era um sorriso irônico — Você nunca gostou de mim né? Aceitei o relacionamento aberto com você porque eu queria ter você do meu lado, nem que fosse somente por alguns momentos, mais você nunca se importou. — Angela não é bem assim cara... — Já entendi Miguel, vou te deixar em paz, foi isso que você sempre quis né? Se livrar de mim. Ela sai sem nem me deixar falar, meu relacionamento com a Angela e bem complicado, estava "juntos" desde o primeiro ano do médio. Mais não era um relacionamento sério, nunca foi e eu sempre deixei isso muito claro, eu me sinto atraído por ela, assim como eu me sinto atraído por várias outras garotas. Não dava pra mim começar algo sério sem ter a certeza de que aquilo iria pra frente, os dois poderiam sair machucados nessa história. Mais mesmo assim ela aceitou, ela sabia e aceitou, sei que fui um b****a com ela agora, mais eu não tava afim de nada. Eu não tô afim de nada, pra falar a verdade eu tô afim de uma coisa, de uma pessoa pra ser mais exato, e sim e ela. De alguma forma ela prende minha atenção, e a v*****e de descobrir mais sobre o passado dela só aumenta mais essa minha curiosidade. Madeline e uma menina diferente e isso se dá pra ver de longe, só preciso arrumar uma forma de me aproximar dela, só isso. De alguma forma, próximo da Ana Maria eu sou, mais depois dessa noite é do que ela me falou, acho meio difícil ela me falar algo sobre a irmã. Não sei que sentimento é esse que eu criei pela Madeline, só tenho medo, medo de passar da conta. De sei lá eu desenvolver algum tipo de loucura e ficar atrás do passado da garota. Tenho medo de descobrir coisas que não são pra descobri, medo disso passar dos limites e virar uma obsessão. Mais e aquela frase né "Se a curiosidade é que mata o gato, a necessidade de informação faz ele latir".
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