Freya
— Você me chamou de prostituta, quis me matar enforcada e ainda me rebaixou não sei quantas vezes. Me diz: por que eu tenho que desculpar você? — Deixei que ele entrasse e reparei não seus gestos, uma arma em sua cintura foi o que chamou sua atenção e me deixou nervosa.
— Tá viajando? Eu não vou usar isso aqui com você. Você não pensa que eu sou capaz de fazer alguma coisa com você? — Permaneci calada, até que ela retirou a arma da sua cintura e colocou em cima da minha cama. — Qual é, ruivinha? Eu vim até aqui pedir desculpa pelo que eu disse com você. Vai aceitar ou não?
Ele colocou a sacola sob a minha cama e sentou na cadeira que ficava em frente a penteadeira.
— Olha aqui, ruiva, eu vou ser bem direto sobre o que quero de você. — Me senti arrepiada com suas palavras, mas não deixei de me sentir desejada também. — Já saquei qual é a sua, mulher difícil, que tem uma vida de brasileira nata e não tá afim de se envolver com marginal. Mas eu tô ligado que você gosta de uma diversão, então porque não se junta a mim e vem se divertir comigo?
— Como é que é? Você acha que eu sou o que por acaso? Se manca cara, eu não tô afim de você e nem quero ficar com você, muito menos servir de brinquedo em suas mãos imundas. — Exclamei minha indignação, deixando a mostra toda a minha raiva que eu sinto por ele ou estava sentindo no momento.
— Não se faz de difícil, Freya. Você gostou quando eu peguei na sua b***a, cedeu os beijos que eu te dei sem nenhuma dificuldade. Qual é o problema? É dinheiro? Eu p**o quanto você quiser. — Isso é a gota d’água. Me oprimir, tudo bem! Agora vim até onde eu moro tirar minha paz e ainda me chamar de prostituta, isso pra mim já é demais.
— Pega seu dinheiro de merda e enfia no meio… enfia onde você quiser. Agora sai daqui e se você aparecer por aqui novamente eu juro que chamo a polícia. — Antes que eu o colocasse para fora, ele tentou me beijar, mas me esquivei rápido e fechei a porta com a chave por dentro.
Agora ainda tenho que aturar esse cara, maldito dia e hora que eu fui aceita ir na onda da Ísis e ir naquele maldito baile. Deveria continuar na minha, deveria ter vindo embora e dormir que ganharia mais, mas como a boa curiosa que eu sou, fui me meter no meio de onde não me cabia e agora tô aqui, sendo chamada de prostituta e até sendo perseguida por esse canalha. Pelo menos não vou dormir com fome, vai servir e muito esses salgados que ele trouxe, acho que ainda tenho trocados para uma coca e hoje eu durmo de barriga cheia…
Jamerson
A festa estava rolando, mas eu não posso ficar de bobeira por aí. Tinha olheiro em cada esquina, estava tudo indo bem, mas eu não confio em Evelyn e o pai dela é um tremendo canalhas capaz de qualquer coisa pra me derrubar. Mas o que ele vai fazer com ela quando souber que a filha dele tava sentando pra traficante? Se já estamos na lama, vamos se sujar.
— Aê, Sete, papo reto agora. — Chamei e ele veio rápido para onde eu estava. — Vamo’ lá na boca, tem uns negócios que a gente precisa resolver antes que derrube a gente de uma vez.
Estava tudo como a gente deixou, os pinos em cima da mesa, munições espalhadas pelo quartinho e algumas garrafadas quebradas. A merda aqui foi feia, antes do desentendimento do Sete com outro mano, quase sai morte daqui de dentro hoje cedo.
— Cara, até agora tô pensando o que tu tinha na cabeça quando se envolveu com aquela mina. Evelyn é boca furada, Boca. Tu não devia ter trazido ela aqui não. — Eu sei, mas me precipitei em certo momentos, quando estava no auge da excitação e acabei fazendo merda.
— Agora não é hora de sermão, c*****o. Se ela abrir aquela boca dela, a gente vai tá fudldo, Sete. Vamos ter que ter uma carta na manga pra quando o pai dela vir, porque uma hora ou outra ele vai atacar a gente com tudo e você tá ligado que ele vai.
— Eu tô ligado que vai. — Enchi um copo de vodka e bebi de uma só vez, Enchi novamente e entreguei pra ele que fez a mesma coisa. — Mas quando ele vier, vai levar e bala no peito e na cabeça. Aquele desgraçado acabou com a vida da minha mãe e eu vou acabar com vida da v********a da filha dele. Não é briga que ela quer? É briga que ela vai ter.
Expliquei todo o plano pra ele, até as coisas mais cruéis que eu estava pensando em fazer com a Evelyn no momento. O ódio que eu tenho pelo pai dela é incomum, ele ferrou com a vida da minha mãe quando ela trabalhava de faxineira na casa dele. Abusou dela e isso não deu em nada e a gente sabe bem o porquê. Desde esse dia, minha mãe perdeu o amor pela vida e vive se culpando pelo que aconteceu, eu nunca vou deixar isso barato. Não vou me conformar até fazer ele sentir na pele como é ser abusado também e depois, pá… meto um tiro à queima roupa na cabeça dele e dou o corpo para os meus cachorros destroçarem.
— Pode contar comigo, irmão. A gente tá junto até o fim. — Eu não poderia ter irmão melhor que o Sete, ele sempre me apoia em tudo, até no caso mais macabro que eu já fiz ele tava junto. A gente desossou um cara vivo, mas ele não era nenhum inocente, ele abusou e matou a enteada dele porque não aceitou que a mulher lhe deixou. Isso aqui é imperdoável, estuprador e homem que bate em mulher aqui não tem vez.
— Mas e aí, conseguiu conversar com a ruiva?
— Aquilo ali é mais difícil do que parece, do jeitinho que eu gosto. Ela me colocou pra fora e ainda disse que iria chamar a polícia se eu aparecesse por lá de novo. — A gente riu que deixou o outro de vodka cair no chão e quebrar. — Provoquei ela e ofereci dinheiro pra ela sair comigo.
— Se liga, não vai pegar pesado com a mina, ela é amiga da Ísis e tá com ela em toda situação, assim como eu tô com você. — Por essa parte, ele tem razão. Ísis não é muito de amizades e eu não quero afastar Freya de perto dela, mas preciso encontrar uma maneira de ter aquela mina pra mim.
Eu não sou de perder, sempre tive o que almejo aos meus pés e dessa vez não vai ser diferente. A ruiva pode até ser difícil, mas eu vou fazer ela ficar caidinha por mim e eu não brinco!