Capítulo 34

1424 Words
Nitidamente incomodada, ela ficou séria - É. Voltei. Justin, vamos? O rapaz saiu rindo a encarando fixamente - Olívia já faz muito tempo, mas você não mudou nada. Ela ficou quieta sentida com os olhos marejados, não conseguiu falar nada, Chay se aproximou irritada - Esse lugar nunca foi muito bem frequentado mesmo. Tudo bem prima? Ignora esse cara! Olívia sorriu enxugando as lágrimas - Tudo sim, é só como se eu tivesse voltado no passado, a ser a mesma boba. - Me senti impotente... Deixa pra lá. - Vou me despedir do pessoal. Foi para o banheiro, Justin ficou sem entender - Qual a desse cara Chay? - Eles namoravam? Ela gosta dele? Levou um cutucão - Tá maluco? Ele é o Américo, sabe? - É claro que não sabe, ela não contou. - É coisa pessoal dela, mas saiba que a Olívia nunca teve namorado, ela não é do tipo que se aventura, espero que saiba do tamanho da sua responsabilidade, ficando com alguém como ela. Olívia voltou encostou ao lado dele - Nós já vamos tá. Só vou pagar a conta! Ele foi pegando a carteira - Deixa que eu pago. Presente de boas vindas! - O que aconteceu, com aquele cara? O Américo! Ela disse que nada, Chelly se aproximou conversando eufórica e bêbada, assim que Olívia se afastou, Justin aproveitou a oportunidade puxando a nova prima de canto - Chelly qual a história daquele cara lá fora parecendo o rei do gado? - O da caminhonete! Não gostei do jeito que ele falou com a Olívia, cobiçando. - Sei que você é a pessoa que vai me contar isso direito! Ela olhou para os lados apreensiva - Não conte que fui eu. Na época da escola, ele era um daqueles caras populares, agroboy, dava as melhores festas, tipo toda menina iria querer e ela não foi muito diferente. - Se aproximaram quando ela dava aulas de reforço. Tinha uma aposta i****a de moleques rolando, ele a deixou bêbada, tirou vantagem e o resto já pode imaginar. Olívia estava voltando, os dois mudaram de assunto disfarçando, Justin foi convidado para o casamento de Chelly que seria na véspera de natal. Foram saindo pra ir embora, ele ficou sério pensando no que soube, ao passarem pela calçada, Américo mexeu com ela - Olívia foi bom te ver. Continua a mesma! Ela só ignorou continuou andando, Justin voltou para trás rindo com ironia - Ela não é a mesma, a cada ano que passa, só fica melhor. Américo também deu risada com afronta - Então vou ter que provar pra... Nem pode terminar a frase, Justin partiu pra cima lhe dando vários socos, não levou nem um sequer, quando o tiraram de cima, ele saiu gritando com provocação - Se quiser provar de novo, é só me procurar! Ela ficou muito brava, começou brigar com ele alterada, dizendo que não devia ter feito nada, assim que entraram no carro, ela começou chorar preocupada - Você não pode vir aqui e sair mexendo com as pessoas. - Agora vai embora e largar o problema. Irresponsável. Ele disse que só queria a defender, ela gritou - Eu não te pedi isso, você não sabe de nada! - Que droga. Acha que todo mundo vive igual a você? - Ele não vai ficar de boa. Já pensou no que vai acontecer, quando não estiver aqui? i****a! - Ele pode ficar atrás de mim, voltar a fazer ameaças e meus pais. O noivo de Chelly disse que aquilo não ia dar em nada, pediu pra ela se acalmar, porque o Américo não era mais um adolescente, e tudo já tinha sido resolvido no passado. Ela chorou o caminho todo, preocupada com os pais, em como iria explicar caso fossem falar algo, perguntou se eles conseguiam o contato dele, pra ela se desculpar. Justin se alterou também - Você não vai pedir desculpas de nada pra ninguém. - E se ele vier falar alguma coisa, eu resolvo! - Que tipo de ameaças ele fazia com você? - Acho que vou... Ela interrompeu - Não vai fazer mais nada. Já não fez o suficiente? Chegaram na casa dela, já era tarde, ao ficarem a sós na frente do portão, ele acariciou suas costas - Por favor, se acalme, o cara é algum psicopata? - Eu já perdi as contas de quantas vezes levei socos por aí. Ela estava tentando se acalmar, antes de entrar - Você não entende. Ele tem coisas pra me prejudicar. - É vingativo e sabe que a gente, meus pais. Ele não entendeu, perguntou o que ele tinha, ela continuou falando aos prantos - Coisas que mostram. Com certeza alguém te falou algo e você quis se aparecer, bancar o herói. - Quando eu estava no colegial, comecei dar aulas de reforço, para os meninos que iam repetir. - O Américo era um deles, sempre teve tudo o que queria, ficar com as meninas mais bonitas era rotina. - Então fizeram uma aposta entre eles, sobre conseguir ficar com outros tipos, alguém que realmente fosse um desafio. - Eu m*l entendia o que era flertar e sabia me por, no meu lugar, não ficava fantasiando nada, fui um alvo fácil, com o tempo, fomos nos aproximando, a gente passava as tardes na biblioteca sozinhos, eu achava que éramos amigos e confiei nele. - A aposta não era só sobre beijar, estávamos ficando escondidos, eu tinha medo do meu pai descobrir. Teve uma festa, acabei bebendo pra ser como eles e as coisas saíram do controle. - Eles tinham fotos e vídeos, de várias garotas, só que eu era diferente, todos devem ter visto, era um grupinho babaca que colecionava conquistas. - Ele gravou a gente, se aproveitou do meu estado, depois quando acordei sabia uma parte do que tinha acontecido, não era tão boba, fiquei confusa com medo de engravidar, meus pais descobrirem. - Quando eu fui questionar o que tinha acontecido, as ameaças começaram, porque ele tinha prova de que eu quis, virou outra pessoa. - Falou que se eu denunciasse ou contasse para nossas famílias, ele iria mostrar tudo pra todo mundo. - Então logo descobri com uma das meninas que nem tinha amizade, o esquema deles. - Se meu pai ver uma coisa assim, vai morrer de desgosto. Eu mesma não tive coragem de ver! Ele se aproximou a abraçou - Isso é sério, eu vou dar um jeito de resolver. Ela se afastou - Não, você não vai fazer mais nada. - Não se mete! O Américo gosta de medir forças, vai te ver como um adversário e me usar pra ganhar. - Promete que vai deixar isso quieto? Ele tentou se aproximar de novo - Eu não gosto de prometer nada. Ainda nervosa ela abriu o portão, foram entrando e já recebidos na varanda por seus pais, Joelma ficou confusa notando os olhos vermelhos de Olívia - Filha, o que aconteceu? - Vocês brigaram? Está tudo bem? Justin mostrou rindo a mão toda machucada - Ela não, só eu. Valter perguntou o que tinha acontecido, ela respondeu rápido - Nada demais, tinha um cara bêbado incomodando e o pavio curto aí foi arrumar encrenca. - Vamos por gelo nessa mão Justiniano! - Eu fiquei morta de vergonha, agora toda a cidade sabe que voltei. Valter pediu pra ver a mão, resmungou com desdenha - Amostrado que só. Justin olhou na direção de Olívia - Eu acho que estou encrencado. Joelma ficou rindo disse que pelo menos ele cuidou da filha dela, mostrou o colchão que ele dormiria na sala, Olívia interrompeu - Vem cuidar dessa mão ou vou deitar e te deixar com dor aí. Ele estava rindo cheio de graça, dizendo que dor era o que mais tinha pelo corpo todo, os pais dela foram deitar. Ela estava em pé na cozinha mexendo na caixa de remédios, Justin sentou a mesa - Eu realmente estou com dor, a queda está refletindo mais agora. - Imagina se eu morresse, aí você iria chorar por mim! Ela lhe serviu dois comprimidos, foi colocando água pra ferver - Pare de brincadeira, eu tô uma pilha de nervos, já chorei litros ao seu lado. - Vou fazer macarrão pra você! Ele se calou, ficou a observando toda séria, ela colocou gelo na mão dele, fez curativo, estava pensativa olhando para a janela, ele terminou de comer, foi colocar o prato na pia - Posso te perguntar uma coisa? Ela começou lavar a louça - Acho que vai perguntar de qualquer forma afinal.
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