Capítulo 33

1700 Words
Justin ficou super sentido - Sinto muito, eu não sabia de nada mesmo, ela nunca falou. Desculpa mais uma vez! Olívia voltou sorridente, encostou na pia para fazer o suco, Valter foi deitar na sala, disse que ia esperar ela pra jogar damas. Justin levantou da mesa, começou lavar a louça ao lado dela, quieto e sério. Ela descascou um limão, cortou e passou sal - Quer? Azedo igual a você. Deu um pedacinho em sua boca - Desculpa por ter sido grossa. Eu tô nervosa com você por perto. Ele se virou de frente pra ela, ia dar um beijo no rosto, ela se afastou de imediato - Não. Tá maluco? Ele voltou lavar louça falando baixinho - É, eu devo estar. Culpa sua! Ia beijar seu rosto apenas. Joelma os interrompeu, dizendo que precisava terminar as encomendas logo, Olívia se prontificou em ajudar e Justin foi jogar damas, após perder três vezes desistiu, saiu mexer com a decoração enquanto Valter dormia deliciando o sabor da vitória. Já estava anoitecendo e ele ainda estava brigando com as luzes, Olívia saiu pra fora perguntou se ele não tinha nada melhor pra fazer, disse que estava tarde e ele deveria ir embora. Ele começou guardar as ferramentas, fazendo toda uma encenação - Então acho que o nosso natal acaba aqui, teria problema eu tomar banho? Antes de ir? Ela se aproximou séria cochichando - Justin não. Você já viu tudo o que tinha pra ver, já matou sua curiosidade. - Somos pessoas simples, com vida comum, não sou nenhuma usurpadora maquiavélica. Precisa me deixar em paz! Ele estava abaixado quase nos pés dela, acariciou sua perna debaixo para cima, com aquele olhar malicioso - Não vi tudo ainda. No impulso ela o chutou não muito forte, o fez cair sentado - Você não tem respeito por nada. Vá embora! No cantinho do quintal Joelma estava espiando enquanto recolhia roupa, não ouviu, mais viu tudo o que aconteceu e ficou confusa, muito desconfiada. Olívia foi pegar uma toalha, avisou ao pai que Justin iria se arrumar pra ir embora, Valter ainda estava deitado, sorriu com satisfação falando alto de propósito - Já vai é tarde o amostrado! Nem prestou pra arrumar essas luz tudo aí, vou eu mesmo subir amanhã e fazer essa casa fica pronta pro natal. Justin estava na varanda rindo sozinho, olhou Olívia parada na porta - Vou pegar uma roupa no carro. Ela nem respondeu só ficou séria olhando, ele foi abrindo o porta malas, logo tentou ligar o carro e não conseguiu por causa da bateria arriada, gritou dizendo que estava com problemas e que ia ligar para o seguro do carro, Valter saiu na janela curioso e descontente - Num vai embora não é? Justin gritou - Com certeza o seguro logo vai mandar alguém. Enquanto Olívia o encarava raivosa, ele fingiu ligar pro seguro, mandou áudios falsos fingindo estar falando com o Mosley seu motorista. Foi pegando a nécessaire e roupas, disse que queria tomar banho enquanto esperava alguém retornar, ela se aproximou olhando as coisas dele no carro - É sério isso? Porque trouxe sua nécessaire e roupas? - Acha que meu pai vai acreditar, que por acaso você veio de mala e cuia só pra me dar um abraço? Ele começou rir - Eu estou de férias Olita! O destino, é sempre incerto. Ela o olhou triste - Não me chame assim, acha que é um apelido carinhoso? Ele continuou debochando - Acho fofo, vi nas suas coisas, ou melhor, nas coisas de Daisy. Ela interrompeu fula - Foi criado para me diminuir seu i****a! Lolita, Olita. Sua assimilação na cultura popular é tal que o nome "Lolita" tem sido usado para sugerir que uma menina é sexualmente precoce, pra frente, tipo ninfeta. - Eu juro, que se me chamar assim de novo, vai se arrepender! Ele ficou confuso, pensando porque Daisy a chamaria assim, foi indo atrás - Calma Olívia, eu só estava brincando, nem tinha imaginado. Como você é difícil. Ela o levou até o banheiro de fora, disse que não era pra demorar como sempre fazia dormindo no chuveiro. O deixou lá e foi conversar com a mãe, disse que estava com saudades de dormir com eles, Joelma começou rir - Não está meio grandinha filha? - O que seu amigo vai pensar? Olívia disse não se importar, conversou com a prima pelo celular da mãe, Chay estava a chamando urgente pra conversar, era tudo parte do plano da festa surpresa, com medo de ser dedurada, Olívia disse que iria no dia seguinte, Chay se prontificou em buscá-la. Seus pais não iriam a festa, era só para o pessoal mais jovem. Ela começou se arrumar, tomou banho, e vestiu calça jeans, camiseta de banda, jaqueta de couro e coturno, estava frio e ventando, passou maquiagem leve pensando no julgamento do pai. Justin já estava pronto, conjunto de moleton esportivo, tênis, ficou só enrolando mexendo no carro, disse para Valter que o seguro só ia aparecer depois do natal, por ser uma cidade diferente da dele. Joelma tomou a frente dizendo que ele dormiria lá quantos dias fosse preciso, pediu pra ele cuidar de Olívia na rua. Quando ela saiu no quintal, disse que ia visitar a prima e o convidou pra ir também, por obrigação. Foram esperar pra fora do portão no escuro, ele ficou clareando com a lanterna do celular - Você não tem medo? - Não tem alarme aqui? - Esse interfone funciona? - Sua prima tinha que chegar logo. O sinal é péssimo aqui. Ela se irritou - Chega, não quero ouvir sua voz, pare de reclamar um pouco. - Porque não vai dar uma volta enquanto eu coloco o papo em dia? Ele disse que não tinha nem como, mais que iria ser um fantasma a noite toda e ela nem o notaria por perto. Chay chegou em uma Saveiro quadrada caindo aos pedaços, com sua irmã Chelly, que desceu correndo para abraçar Olívia, Justin se apresentou educadamente, dizendo ser um amigo da capital, Chelly vibrou eufórica - Eu não acredito que é verdade, você tem namorado. Eu já sei de tudo bobinho, a Chay me contou! Olívia interrompeu - Sua irmã se confundiu, somos só amigos e nem isso as vezes, ele é insuportável, não se deixe enganar prima. Os três começaram rir, Chay disse que ele ia precisar ir na carroceria, ele olhou com julgamento, estava cheia de ferramentas, Olívia debochou - Porque não fica? Pode ir dormir cedo, como gosta. Ele sorriu todo simpático, foi subindo no carro - Não, vou com vocês. Elas foram rindo cochichando sobre ele, já no começo a poeira tomou conta de tudo, ele só fingiu estar tranquilo acenando pra elas, passou frio e comeu terra o caminho todo. Quando chegaram na cidade, ele se levantou, começou mexer com as pessoas na rua como se conhecesse, gritando oi, tchau, acenando, perguntando se estava tudo bem. Receptivos às pessoas foram respondendo, uma rodinha de homens em um posto de gasolina ofereceram cerveja brincando, Justin gritou dizendo que ia voltar, Olívia estava brava o mandando parar, enquanto suas primas riam muito, ele aproveitou um cruzamento, disse que já voltava, rapidamente desceu e correu ao posto de gasolina, fazendo o grupo vibrar gritando com algazarra, elas encostaram ali perto em um restaurante. Ele conversou rapidinho, voltou correndo com duas cervejas, dizendo que aquele pessoal era legal, Olívia revirou os olhos incomodada - Sabe quem também parecia legal? Você! Ficou com os olhos marejados - Mas faz sentido, babacas andam com outros iguais. Chay se aproximou solidária - Eii fica calma, aquilo já foi. Você disse que não se importava! - Uma hora ou outra, vão se... Olívia interrompeu, respirou fundo, Justin ficou curioso e sem entender a hostilidade dela - O que eu fiz de errado? Fui simpático demais? Ela pediu para as duas irem entrando na frente, falou séria com ele na calçada - Eu realmente sei que só veio pra me prejudicar, já te conheço o suficiente. - Não estou achando graça, eu moro aqui, todo mundo me conhece, para de me fazer passar vergonha. - Fazem anos que eu sonho com a minha volta e você está estragando tudo. Acha justo? - Depois do tanto que me humilhou lá na sua casa? - Porque não vai dar uma volta, bem longe de mim? Eu quero ficar com as pessoas que gosto. Aqui não é lugar pra você! Aquela era uma Olívia diferente, que ele não conhecia, ficou sentido todo desconcertado - Tudo bem, vou procurar um caixa eletrônico, andar um pouco. Ela nem respondeu, assim que entrou no restaurante foi surpreendida por mais de dez amigos, ficou sem reação, começou chorar emocionada, todos a abraçaram, de longe Justin ficou olhando tudo, foi ficar no balcão do restaurante onde tinham alguns senhores bebendo. Toda entretida muito feliz ela foi para a mesa no salão, bem longe dele, nem o viu lá sozinho. Tirou fotos, deu muitas risadas, conversou com todos, mais de uma hora depois, algumas pessoas começaram ir embora, ela estava acompanhando um casal, Justin nem ficou olhando, permaneceu encarando o copo no balcão. Ela se aproximou séria - Oi, você comeu alguma coisa? Sem nem a olhar, ele disse que estava bem, ela respirou fundo sentida - Justin? - Precisa ir embora! Esticou a mão, segurando a dele - Não vamos a lugar nenhum assim, batendo cabeça, nos ferindo. Se quer vencer, já conseguiu, eu errei desde o começo, fui uma tola, eu sou assim. Ele entrelaçou seus dedos aos dela - Eu só vim pra te conhecer melhor, não vim atrás de vingança ou punição como acha. - Tudo o que aconteceu nessas últimas semanas, foi muito intenso e confuso, se soubesse a metade das coisas que se passam em minha cabeça, nem falaria mais comigo, muito que provavelmente. - Desculpa por duvidar de tantas coisas, e só pra constar, você é bem má por aqui, essa Olívia é bem diferente, daquela que cativou minha avó alcoólatra e ofendeu minha irmã narcisista. Ela começou rir, até que foi interrompida por um homem que se aproximou - Uauuu, é você mesma, quando me falaram eu nem acreditei.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD