Capítulo 4

2107 Words
Ana Duccan Acordo me sentindo outra pessoa, como é bom dormir em uma cama confortável. Me levanto, olho no relógio e ainda está cedo, aproveito para tomar um banho gostoso, escovo meus dentes e vou me arrumar, tenho certeza que hoje é um novo dia na minha história, não sei porque, mas eu sinto isso! Quando retorno ao quarto vejo que tem uma roupa em cima da cama, uma calça preta bem bonita, uma blusa social e uma lingerie nova na cor branca, tudo do meu tamanho, meu rosto chega ficar quente só de imaginar Elon escolhendo essas coisas para mim. Visto a roupa, penteio meus cabelos e calço os sapatos novos que também estavam disponíveis para mim, o salto é pequeno e muito confortável. Desço as escadas sem fazer muito barulho, apesar de ser quase dez horas, eu não sei se Elon está acordado ou se até mesmo está em casa. Para minha felicidade eu o encontro sentado na varanda, com uma mesa linda e farta de café da manhã. — Bom dia, Ana — sorri amigavelmente para mim — Dormiu bem? — Bom dia, Elon — retribuo o sorriso — Dormi sim e você? — Bem também. Sente-se e coma, por favor, deduzi que gostaria de tomar café da manhã na varanda. Faço o que ele pede, me sento, me sirvo um pouco de café e pego um pedaço de bolo. Elon como sempre, muito educado, fico encantada com a forma que ele come. — Sim, gosto da vista e obrigada pelas roupas, ficaram ótimas. — Ficou linda mesmo. Encaro seus olhos e um sorriso bobo surge em meus lábios. Percebi que todo o tempo que passo ao lado dele, sempre estou sorrindo, me sinto tão bem, nem me lembro a última vez que me senti assim ao lado de alguém. Gostava do Nathan, mas eu nunca me senti tão confortável ao lado dele igual me sinto ao lado de Elon. — Vou te levar até o restaurante e de noite você pode voltar para cá? — É um restaurante? — ele afirma — Voltar para cá? Porque? — pergunto confusa. — Quero conversar com você, te fazer uma proposta. — Proposta? — Sim. — Pode falar, o que é? — De noite Ana, de noite... Deixa de ser curiosa. — Isso não é justo — resmungo — Elon, como conseguiu meu endereço? — queria ter feito essa pergunta ontem, mas acabei esquecendo. — Não é difícil conseguir o endereço de uma pessoa hoje em dia. Ele se levanta, veste o paletó e fica impecavelmente magnífico. — Um homem de negócios — brinco e me levanto. Me aproximo dele e conserto sua gravata, com o polegar ele faz um carinho gostoso em minha bochecha. — Obrigado, vou ficar m*l-acostumado. — Bobo. — Está pronta? — Sim. — Então vamos? Tenho uma reunião chata daqui a pouco. — Vamos homem de negócios — mais uma vez eu brinco, chamando-o dessa forma e ele sorri. — Acordou animada hoje. — Dormi em uma cama muito macia e que deve custar uma pequena fortuna, tem como estar de m*l-humor? — Só você mesmo, Ana — ele começa a rir — Agora vamos, você não vai querer se atrasar no primeiro dia, né? — É só uma entrevista Elon, você nem sabe se vou me sair bem. — Eu tenho certeza — agora sou eu quem começo a rir, acho fofo o jeito dele — Agora se adianta. Pego minha bolsa e caminho com ele até a garagem. O restaurante fica bem pertinho do apartamento dele e chegamos em menos de cinco minutos. — Você não me disse que era um dos restaurantes da rede Atkinson — comento, surpresa ao ver o lugar. — Faria diferença? — Não. — Então... Boa sorte! Nos vemos de noite? — Sim. Ele se aproxima e beija minha testa, um gesto de carinho que eu adoro quando ele faz. — Bom trabalho — beijo sua bochecha e saio do carro. — Procure por Kai, ele estará te esperando. Entro no restaurante pisando com o pé direito primeiro, porque eu quero e preciso que tudo dê certo para mim, tem que dá. — Olá, bom dia! Tudo bem? — uma moça muito elegante me aborda logo na entrada — Reserva no nome de quem? — Bom dia, tudo sim e você? Na verdade estou procurando por Kai, meu nome é Ana Duccan. — O Senhor Almeida está te esperando, me acompanhe, por favor. Caminho com ela e fico espantada com a beleza desse restaurante, luxuoso demais, nunca vi e nem sequer imaginei algo tão esplêndido assim. O senhor Atkinson realmente é muito rico, mais rico do que eu imaginava. — Pode entrar — ela abre a porta do escritório e eu entro. — Licença — peço tímida ao entrar na sala — Bom dia! — Bom dia querida Ana, tudo bem? Eu sou o Kai e é um prazer inenarrável conhecê-la. Ele se levanta e estende a mão para me cumprimentar, pensei que ele fosse velho, mas não, é um rapaz novo. — Sente-se, vamos conversar um pouco. — Obrigada. Me sento e olho em volta, até o escritório é bonito e luxuoso. — Gostou do restaurante? — É lindo! Tudo é muito lindo e luxuoso aqui. — Luxo, beleza e excelência são as peças-chaves do senhor Atkinson, mas isso você já percebeu — sorri — Ana, estamos precisando de uma pessoa para trabalhar na recepção, ao todo somos em quatro recepcionistas no turno da manhã e seis no turno da noite, o período em que estou precisando de você é pela manhã, mas preciso saber se teria disponibilidade de flexibilidade no horário? Porque pode ocorrer casos em que eu precise de você também no período da noite. — Por mim tudo bem. — Claro que a mudança de horário também incluirá mudança no salário. Aqui está o contrato com todas as informações, salário, benefícios e tudo mais, leia atentamente e se caso você tiver interesse, assine nessa linha — ele me entrega um papel — Te deixarei tranquila para pensar sobre a proposta e voltarei dentro de alguns minutos. Ele se levanta e sai da sala, pego o papel e leio tudo atentamente, quase tombo da cadeira ao ler sobre o salário e os benefícios que esse lugar disponibiliza, meu Deus, trabalhar aqui vai ser a melhor coisa que já me aconteceu na vida. Sem precisar ler duas vezes eu assino e fico aguardando o Kai voltar, ou melhor, o senhor Almeida, sou uma funcionária e não uma amiga próxima, então não posso ficar chamando-o pelo nome. — Leu, conseguiu entender, Ana? — ele retorna para o escritório — Vejo que já até assinou — sorri satisfeito — Fico muito feliz em tê-la no nosso time. — Obrigada. Não imagina o quanto eu estou feliz por fazer parte desse time. — Bom, agora vamos discutir alguns termos. Como você pode ver, somos um restaurante bastante glamuroso, recebemos diversas pessoas do alto escalão aqui, pessoas importantíssimas, então devemos nos vestir adequadamente para isso — arregalo os olhos, de onde vou tirar roupas chiques e caras? — Mas não se preocupe, temos uniforme e providenciarei tudo do seu tamanho, porém, algumas vezes participamos de alguns eventos importantes e para isso, você precisa ter roupas adequadas. — Quando receber, irei providenciar isso. — Não se preocupe, Ana, o senhor Atkinson disponibilizou um cartão para que você pudesse fazer isso, hoje de tarde irei te acompanhar até o shopping para que possamos comprar algumas roupas. — Ele faz isso com todas? — pergunto confusa. — Digamos que o senhor Atkinson é bastante generoso — me chama com a mão para que eu me aproxime um pouco — Estou ansiosíssima para ir às compras com você, sem dúvidas essa é a melhor parte — diz entusiasmado e eu começo a rir. — Tudo bem. — Sobre horários, devo frisar que na Atkinson não é tolerado atrasos, valorizamos muito o comprometimento dos nossos funcionários e assim, sempre estamos retribuindo todo o esforço fornecido por eles. — Não irei me atrasar. — Seu horário será das 08h às 17h, você terá duas horas de almoço e trinta minutos para o lanche da tarde, alguma objeção quanto a isso? — Não, tudo ótimo. Droga! Eu moro bem longe daqui, vou ter que levantar de madrugada para estar aqui cedo. — Que bom então, as outras coisas eu vou explicando ao longo do dia, vou levá-la para conhecer melhor o restaurante e apresentar alguns funcionários, vamos? — Sim. Me levanto e acompanho ele, aos poucos ele vai me mostrando alguns funcionários e o restaurante, que por sinal é bem maior do que eu imaginava. Me explica o funcionamento e eu fico encantada com o profissionalismo deles. Kai disse que ao longo dos dias eu terei uma pessoa que ficará comigo me auxiliando para que eu não faça nada errado. — Já te mostrei tudo, dessa parte para frente do restaurante — aponta com a mão uma outra porta fechada — é proibido a passagem de funcionários, apenas os funcionários autorizados, o que não é o seu caso, então você trabalhará desse corredor para lá, tudo bem? — Sim. Aí é outro restaurante? — minha curiosidade grita. — Aqui é uma espécie de sala de jogos, apenas nossos clientes vips estão autorizados a passar, como pode ver, a porta só é aberta com um cartão — me mostra um sensor — Então quando o cliente solicitar que deseja passar para a área vip, imediatamente você deve me chamar, tudo bem? — balanço a cabeça concordando — Por algum motivo você não me encontre, você deve chamar a Juliana, ela administra a parte da sala de jogos e sempre está disponível aqui no restaurante, vou apresentá-la para você. Caminhamos até uma pequena área onde as meninas estão se arrumando para começar a trabalhar e tem uma loira alta, muito bonita dando algumas instruções. — Juliana — Kai a chama e ela nos olha, seu olhar varre todo meu corpo, de cima a baixo, me sinto um pouco desconfortável — Essa é a Ana, nossa nova recepcionista, Ana essa é a Juliana, a coordenadora da nossa área vip. — Muito prazer — estendo a mão amigavelmente para ela. — Prazer Ana — seu tom de voz me arrepia — Você é a protegida do senhor Atkinson — fala com deboche e eu olho para Kai sem entender, o olhar dele repreende Juliana — Seja bem-vinda! — Obrigada — respondo baixinho. — Vamos Ana — Kai me puxa — Não liga para ela não, é um pouco rabugenta mesmo, mas fique tranquila que você terá que tratar tudo comigo, ela só coordena a parte vip mesmo, mas ainda sim eu mando nela — diz sorrindo. — Porque ela disse que eu era a protegida do senhor Atkinson? — pergunto confusa. — Porque ela é invejosa. — Mas eu nem conheço o senhor Atkinson — ele me olha com uma cara confusa e eu fico mais desordenada ainda. — Ahn, claro que não, quem te indicou foi o Elon, né? — balanço a cabeça afirmando — Deve ser por isso, ela deve estar com inveja porque você foi indicada por uma pessoa bem próxima ao senhor Atkinson. — Que coisa chata, né? — Mas não desanima por isso não, todo emprego tem esses tipos de pessoas mesmo, mas vamos focar nas coisas boas, tenho certeza que vai dar tudo certo. — Espero que sim. O Kai me passa mais algumas intrusões e eu escuto tudo atentamente, depois almoçamos no restaurante mesmo — na parte dos funcionários, claro — e logo fomos às compras. Comprei tanta roupa cara, sapatos, lingerie, acessórios que até fiquei tonta, não sei qual a necessidade de tudo isso, tenho nem espaço para guardar tanta coisa, mas Kai disse que era necessário, fiquei confusa quanto a isso, ele me explicou que aos poucos será descontado do meu salário e então eu entendi que isso não é uma regalia para mim e sim para todas as funcionárias, fiquei mais aliviada. Kai é muito gente boa, apesar de ser o gerente do restaurante e ter tanto poder, ele é uma pessoa humilde e muito amigável, gostei bastante dele. Vou direto para casa de Elon, quero contar tudo que me aconteceu hoje, também pedi que entregasse as roupas na casa dele, até eu conseguir me ajeitar, na minha casa não tem espaço para aquilo tudo e quando liguei perguntando se podia, como sempre, muito educado ele me respondeu que não tinha problema algum nisso. Estou feliz, sim, estou verdadeiramente feliz e isso está me fazendo tão bem.
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