Capítulo 2

608 Words
Henry B. — Sua vez de fazer a salada Henry. — Minha mãe disse tirando a tomada do vídeo game do interruptor. Droga. Estava quase batendo o record de gols! — Mãe! — A encaro decepcionado. — Vamos Henry, não me olhe assim. Hoje é seu último dia de férias é você está do mesmo jeito que em todos os outros dias das suas férias. Agarrado à um vídeo game. Faça a sua mãe feliz — Ela volta a cozinha com um pano de prato no ombro. Às vezes eu queria ter uma irmã. Porque eu não iria precisar entrar na cozinha pra outra coisa que não fosse comer. Levanto e lavo minhas mãos pra preparar a salada. — Está ansioso pra voltar ao campus? — Me encara enquanto enxáguo e seco minhas mãos. — Não mãe. Vão colocar um garoto no meu quarto. E eu já estava acostumado a ficar sozinho e levar quem eu quisesse pra lá. — Conto lamentando. Foi tão bom passar um ano morando sozinho naquele quarto. Eu levei tantas garotas pra lá... — Isso não é motivo pra ficar triste Henry. Você vai fazer mais um novo amigo! — Tenta me mostrar o lado bom, como sempre. — Mãe, só ele ainda não é meu amigo naquela Universidade. Eu conheço todo mundo lá. Então não faz diferença. — Desmancho o molho de alfaces. Esse tal garoto se chama Jerry. Nunca o ví. Se for um maluco? Eu me mudo no mesmo dia! [...] — Sem pegar nas minhas bochechas mamãe, vai manchar minha reputação de macho alfa! — Reclamo baixinho ao se despedir dela em frente ao campus. Minha mãe me trata como uma criança indefesa. Mas já faz tempo, muito tempo que eu sei me defender. Parece que só ela que não viu que cresci. — Fica bem querido. — Sorri tentando não chorar. — Se cuida mãe. Não volta pra ele. Por favor. Não quero mais te ver sofrer. — Aconselho preocupado. Enquanto estava em casa o ex—marido dela não apareceu. Mas eu tenho quase certeza que aquele alcoólatra vai aparecer quando souber que não estou mais lá. — Não se preocupe querido. Ele não vai mais aparecer. — Me tranquiliza. — Quer que eu te ajude a levar as malas? — Olha pra as duas malas que trouxe. — Não. Fica tranquila. Pode voltar pra casa, porque o caminho é longo. — A abraço novamente. — Te amo. — Também te amo meu bebê. — Ela me aperta. Depois dela entrar no carro e ir embora, arrasto minhas malas para dentro do grande prédio do campus. — Henry B. está de volta! — Um dos meninos do time diz animado ao me ver andar pelo corredor. — Sim. Em carne e osso. — Sorrio sem parar de andar. — Aí Henry, hoje tem Sarau. — Cristóvão diz na porta do quarto. Ele é o rei das festas no campus. — Te vejo lá?! — Claro que sim! — Assinto. Vai ter um bocado de calouras loucas pra experimentar como é ser universitária. E eu adoro mostrar o lado prazeroso de não ter os pais por perto. Entro no meu quarto e fecho a porta. Infelizmente meu grande quarto agora vai ter mais um morador. E eu vou ter que desocupar metade dele. Começo arrastando uma poltrona, depois tento o meu armário. Eu não imaginava o quão pesado era ele! Desisto. Depois arrasto ele. Tenho que trocar minha prateleira de lado. Porque é nela que ficam meus troféus. Então vou ter que desparafusar tudo. Isso vai demorar um tempo. Espero que o meu parceiro de quarto demore chegar.          
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