Capítulo 21 - Trocas de Lua

1042 Words
Luna Os dias passaram-se rápidos demais, a troca de Lua seria esta noite, que para nós significava que uma nova era está por vir. As trocas de Luas era algo magnífico que acontecia a cada dois anos, a nova era chegava para aprimorar a vida de todos nós. As árvores frutíferas davam frutos fartos, assim como os céus se reuniam e nos mandavam chuva para matar a sede de todos, mas os demais não pareciam felizes com isso, ou não sabiam valorizar a tamanha benção que eram os dada. — Está ansiosa para as trocas de Luas? — Meei colhia as últimas frutas da macieira, enquanto as demais fêmeas faziam seu trabalho com desânimo. — Não se espelhe nelas, não há amor em seus corações. Algumas estão em busca de um marido há anos e por isso essa cara feia, não lhes dê ouvidos. — Não estou preocupada com isso, mas há coisas mais importantes que acontecerão esta noite e eu não posso perder. Nas trocas de Luas a família Crowler sempre se reunia, creio que hoje não será diferente. Dentre eles estão algumas pessoas importantes para eles, assim como o Malvim, Kodo e dentre outros, vejo uma grande oportunidade de fazer justiça e vingar minha mãe como assim deverá ser! Lancelot está fora há três noites, junto a ele e os demais, foram algumas mulheres e dentre elas, Dalila, não vejo porque ficar aqui, embora o destino tenha nos apresentado, seria inútil lutar por algo que já pertence a outra pessoa. — Hoje será uma bela noite, Meei… — Disse sorridente ao ver que o Sol já estava se pondo. — Os deuses têm de trazer boas novas para todos nós. — Sem dúvidas, olha só que estão voltando. — Olhei para frente e os homens estavam saindo de dentre as árvores, com Lancelot caminhando logo atrás, ao lado de Dalila, ambos sorriam como se fossem um casal feliz esperando algo bom. — Dalila é da alcatéia, Luna, embora ele não a queria, não poderá se desfazer dela. Ou até pode, depois que sua fêmea pertencer somente a si. — No caso seria mais fácil ela pertencer a ele e me mandar embora daqui. — Amar alguém que não é seu, causa dor e essa dor é impossível de descrever o tamanho ou até mesmo a sensação. Ver ele saindo ao lado de Dalila né causou essa dor, dor essa que eu senti arder em meu peito e doer em meu coração, mas como isso era possível? Como era possível amar alguém que não é seu ou que você foi dele apenas duas vezes? Não sei, mas eu sinto e dói. Continuei meu trabalho, colhi os ramalhos que estavam prontos para serem colhidos e fui até as demais, os preparativos já estavam prestes a começar. A lua ainda não havia surgido e Lancelot continuava em seus aposentos, enquanto Dalila banhava-se na cachoeira com um largo sorriso em seu rosto, passando os dedos em volta de sua barriga e dando a entender que os dois tiveram noites de prazeres. — Não vai entrar? — Sua voz estridente e ao mesmo tempo em tom de sussurro me fizeram ficar parada, embora tenha ficado surpresa também. — Perdoe-me por não ter enviado notícias, eu… — Não me deve explicações, sei bem onde estava e o que estava fazendo, Lancelot. Eu… — Sim, era possível praticar telepatia com Lancelot, mas ele não estava preparado para isso, mas era possível que eu soubesse algumas coisas antes mesmo dele falar, ou até mesmo coisas que ele preferia não falar. — Eu estou partindo esta noite, Lancelot, não tenho motivos para permanecer aqui e como pode ver, aqui não é o meu lugar e muito menos minha casa. — E onde é sua casa? — Em qualquer outro lugar, menos aqui! — Sua mão segurou meu braço, fazendo com que eu virasse e olhasse em seus olhos que estavam com uma alteração de cores entre violetas e dourados. — Com licença, quero ajudá-las antes das trocas de Lua, ou será que não poderia ficar aqui até tal? — Não pode ir embora, não pode me deixar! — Por que não? Não temos nada em comum, você me odeia e então, eu não vejo motivos para permanecer aqui. Você tem a Dalila, poderá ter muitos filhotes com ela. Se tem medo que eu faça algo comigo que possa atingir-lhe, fiquei tranquilo, não farei nada que possa me matar. — Eu não confio em você. — Rosnou ele me olhando sério, enquanto eu deixava um pequeno riso escapar no cantos dos meus lábios. — Este é apenas mais um motivo para que eu vá. Se não há confiança em mim, não vejo motivos para ficar, Lancelot. — Me soltei do seu braço e caminhei em direção a floresta a dentro, me deparando com Merlin a minha frente. — Que bom te ver. — Corri para seu abraço que me acolheu enquanto me erguia para cima. Lancelot nos olhava com cara de poucos amigos, com os braços cruzados e seu olhar penetrante em mim. — Que honra em poder vê-la novamente, confesso que pensei diversas vezes que já estaria longe daqui. Mas, vejo que meu querido sobrinho a acolheu de braços abertos. — Se ele bem soubesse que seu sobrinho quase me matou… — Sim, mas digamos que hoje foi meu último dia aqui. Após as trocas de Luas eu irei partir em busca de uma vida própria, já que perdia a minha desde que minha mãe se foi. — Eu sinto muito, Luna, mas peço que não se vá, ao menos esta noite fiquei aqui conosco. — Abnerzy surgiu logo ao seu lado, ela tinha essa vantagem de aparecer e desaparecer quando bem entendesse. — Ola, Luna, peço-lhe perdão pela última vez em que nos vimos, não queria lhe causar m*l, mas Merlin precisava de sua energia. — Sua voz era algo que doía em meus ouvidos, era aguda e quase imperceptível, era também difícil de entender o que ela falava, mas eu a compreendia bem. — Está tudo bem, Abnerzy. — Sorri gentilmente, enquanto andávamos em direção aos demais, que paravam de fazer suas coisas quando viam Merlin se aproximando. — Fico feliz que seja tão fiel ao Merlin.
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