Acordei bem cedo ansiosa para sair, era mais um dia de trabalho e eu estava feliz, afinal esse é o primeiro emprego que eu tenho e estou animada com ele mesmo que às vezes pareça que tenho sempre que ser escrava de um esfregão, limpando aquele chão sem fim, então me arrumei rapidamente vestindo uma calça e uma blusa preta e calcei os tênis então sai
Era tão cedo o sol ainda não tinha chegado ao seu posto a vista, estava tudo silencioso e todos dormiam, no entanto e horário de pico e de costume eu ver muitas pessoas indo trabalhar, mas deste lado da cidade não vejo ninguém, parece até um bairro fantasma. andei tão rapidamente pra sair daquele lugar que quando vir a perceber já estava passando pela praça principal. Não contenho meus pensamentos todas as vezes que passo ali, afinal passei algumas noites ali, quem iria imaginar essa situação? me lembrei da promessa que fiz. Mas eu sou péssima em viver intensamente tudo que eu faço agora e ser uma pessoa muito comum e anti social cumprindo obrigações e isso não estava me agradando e nada vou acabar morrendo,mas desgosto por mim mesma, estava indo em declínio com tudo que eu planejei. Meus planos era pular de um prédio de pára-quedas, certo que posso fazer isso se eu estiver desesperada o suficiente, só que sem paraquedas. andar de moto em alta velocidade desafiando a lei viver um primeiro amor talvez, e tudo que eu fiz de emocionante, foi fugir de casa, até agora, não estava valendo a pena, contudo ainda tinha Dona Eura uma senhora cheia de mistérios, então porque não investigar alguma coisa que faça valer a pena neste dias.
Já eram 6:30 hm para o restaurante abrir teria que esperar mais uns trinta minutos, era só quarta-feira ainda então não posso comemorar a sexta, entrei pela porta da frente junto com outros funcionários e seguíamos a mesma rotina, vestimos nossos uniformes e então seguia cada um pro seu posto.
O dia passou imperceptível de tão monótono, um dia como qualquer outro então tudo que eu tinha que fazer era esperar Dona Eura chegar para que nós pudéssemos conversar sobre coisas muito interessantes como aquele quarto, terminei meus afazeres e fiquei debruçada no balcão olhando o relógio já eram 17hm comparado com ontem hoje foi um dia péssimo, a maioria está parado, alguma vezes ficava eu no corredor aguardando que precisassem de mim, mas nada aconteceu.
- Winne. - Me chamou Tony que é o garçom, é uma rapaz meio baixinho, parecia menor que eu, um pouco acima do peso.
- pois não!
- Você poderia me ajudar uns instantes aqui?
- Sim! - confirmei um pouco mais animada,não havia muito o que fazer mesmo.
- Eu preciso que você sirva uma mesa hoje e como você não tem mais serviço, por enquanto, então poderia fazer isso sem problemas, não é mesmo? - pediu demonstrando estar nervoso.
- Claro!
- Então, você vai atender uma mesa com um grupo de jovens e eu tenho mesas mais formais para atender e prefiro continuar atendendo preciso oferecer o melhor serviço. Isso não tem nada haver com a verdade, ele é inseguro, as pessoas algumas o olham em desaprovação, mas ele é um excelente funcionários, apenas pessoas mais requintadas vêm isso, diferente da mesa que vou atender.
- Um bom garçom não escolhe a mesa que vai atender, mas atender todas com muita agilidade e simpatia. - lhe incentivei, mas foi inútil
- Eu sei, mas quebra essa pra mim, só hoje vai? - insistiu como um gatilho fofo ronronando.
- O que tem de tão importante nessas mesas? Digo... De tão assustador?
- na mesa que te pedir pra atender, nada! Mas a mesa que estou atendendo são empresários do ramo alimentício, eles querem contratar nosso bufê especial para um evento e eu tenho que segurar as pontas até o gerente chegar! - bom, sua explicação foi bem justa. Eu ouvi que o gerente indo buscar alguns documentos no escritório
- Está bem! Então vamos logo. - concordei andando pelo corredor indo até cozinha só ajustar minha roupa e parecer mais apresentável, segui até a mesa para pegar o pedidos e me surpreendi quando vi de que grupo estava se referindo, e quem estava junto com eles, eu já tinha o costume de atender algumas mesas de vez em quando, contudo fiquei com vergonha de ir justamente naquela mesa, mas não tive escolha, minhas pernas cambaleavam até chegar à mesa, eles ainda não me perceberam já que estão presos numa conversa calorosa.
- Boa tarde, posso...
- oi! - Exclamou surpreso me olhando com um sorriso que só piorou minha situação, agora suando frio... Mas que diabos estou sentindo?
- Oi... - disse com a voz quase sumindo.
- Quem e? - perguntou uma garota ao seu lado, ela tem uma beleza considerável, postura autoritária, lábios vermelhos, cabelos longos em ondas sobre seus ombros até seus s***s, sua pele branca com rosado suave na bochechas parece a garota de algum sonho, no meu seria de terror, ela está do lado dele, deve ser sua namorada.
- ah... é a nossa inquilina mais nova chegou anteontem não é pessoal? - dias meio sem jeito, parecia agora desconcertado também sua namorada não era muito respectiva me encarava como uma inimiga.
- Sim - respondeu o pessoal junto com ele.
- Entendi! - Exclamou a namorada um tanto desconfiada virando o rosto em outra direção contrária a mim, demonstrando antipatia.
- É muito bom vê-la... Acordada! - Disse à moça que antes tinha ouvido a voz pela parede, ela não era tão bonita. Mas a voz reconheço bem.
- pois é... Po...
- você já está melhor.
- sim, obrigada pela ajuda...
- Sim! Claro que estaremos ali sempre que precisar. - Falou o rapaz mais velho da turma o que tinha a voz mais grave.
- Então tá! Mas nesse exato momento preciso que vocês façam o pedido! - disse agora tomando coragem.
- Ah sim! Vamos querer o de sempre! - Exclamou o mais jovem alegre.
- E... o que é o de sempre?
- Nem parece que trabalha aqui não é garota? - disse agora colocando seus braços em volta da cintura dele, sentir como se pegasse meu coração com a mão e apertasse
- Trabalho, no entanto essa não é a minha função.
- Então porque não chama um garçom de verdade? Garçonete de araque! - disse arrogante, mas os outros não riram, ficaram desconfortáveis olhando pra ele, em alerta pra ele domar sua namorada
- Shirley, porque a trata assim? - Disse o mesmo rapaz de ontem.
- Por nada meu amor e que ela tem que nos atender bem, como sempre fomos! - exclamou cinicamente o beijando e depois me olhando com um sorriso arrogante no rosto, como se quisesse me provocar, não sei o até ela estava pensando, a não ser que ela se sinta tão insegura a ponto de pensar que uma garçonete iria roubar seu namorado, logo meu estômago embrulhou quando um breve pensamento invadiu minha mente, tive nojo só de pensar que eles dois que estavam no meu quarto e ainda por cima aquela calcinha era dela, nojenta!
- Vamos fazer o pedido pessoal, quando a gente diz o de sempre, quer dizer o da casa.
- bem melhor! - falei aliviada, antes eu m*l sabia que eles frequentavam esse restaurante. Sair dali quase correndo, nunca foi tão difícil atender uma mesa.
Em poucos instantes servir a mesa deles e então o gerente Lino chegou e tomou a situações e tudo e eu aliviada pude voltar ao meu posto, ficaram mais ou menos uma hora de relógio no restaurante e logo foram embora eu não apareci ali depois da última visita para levar o que eles havia pedido, agora nem pra casa queria ir mais.
- Winne, está tudo bem com você? - perguntou Sandra.
- Estou sim! - Disse desanimada.
- Então porque você não foi para casa ainda? já está todo mundo liberado pra ir embora.
- Eu sei! - Exclamei desanimada.
- Então criança, porque não vai pra casa? - Indagou com a voz terna.
- E que agora não estou com vontade, quero ficar só por uns instantes!
- E para isso tem que ficar jogada no chão?
- sabe Sandra? Aqui tinha uma cadeira, mas a levaram de mim.
- Eu vi você a levando de volta para o salão! - disse enquanto eu permanecia deitada no chão frio.
- Eu sei, eu sempre estou me sabotando! - Disse me levantando. - Já estou indo para casa!
- Está tudo bem? Lá onde você se hospedou?
- Sim!
- Eu vi você falando com umas pessoas hoje na mesa, quem são eles?
- Conhecidos do prédio, vizinhos de quarto
- Ah que bom, já está fazendo novos amigos!
- Não é bem assim, Sandra eles só são vizinhos de quarto, eu não tenho nada haver com eles, além disso, eles não tem nada haver comigo, o mundinho deles são bem diferentes do meu. - Comentei indignada.
- Ah minha Lia não fique assim você sabe que eu sou sua amiga e se depender de mim você não ficará só.
- E pra mim já basta! - Exclamei enquanto ela me envolvia em seus braços Sandra tem mais ou menos uns trinta e seis anos ela me tratava com uma filha, e eu adorava quando me chamava de Lia quando me tratava tão bem.
- Que bom, ahh já ia esquecendo, eu trouxe uma coisa para você também!
- Ah e, o que você trouxe?
- olha só! - Exclamou me dando um pequeno pacote que tinha em mãos junto com um outro muito maior.
- O que é isso?
- Abre e verá. - Disse animada.
- Está bem! - Exclamei abrindo o rapidamente e fiquei até surpresa com o que ela me dera.
- Gostou?
- Mas porque está me dando isso?
- Porque você está sem contatos então eu pensei em você quando o peguei.
- Nossa! É muito gentil da sua parte, contudo não posso aceitar. - Disse devolvendo-o, mas ela se recusou a pegar.
- Ah vamos, aceite! Esse é usado já! Mas funciona muito bem.
- Eu não sei se posso!
- Claro que pode e já está com meu número salvo, e você já pode me ligar, quando precisar de alguém, já sabe, já tem pra quem ligar quando precisar, não concorda?
- sim!
- Então aceita, eu não sei por que, mas acho que você precisa muito de um, e qualquer coisa pode contar comigo, ouviu mocinha?
- Sim! Obrigada Sandra, por se preocupar comigo.
- Sempre vou me preocupar, eu conto com você quando preciso, e você também pode contar comigo.
Ela me entregou a outra sacola que tinha com biscoitos, um que eu amava muito.
Todos foram embora inclusive Sandra então não tive escolha a não ser ir também, já estava bastante tarde, exatamente às onze da noite e a rua já estava deserta, passei pela praça principal com passos preguiçosos, olhando meus antigos amigos da praça dormindo nos bancos, me dava dó só de olhar, eles já me conheciam e acenavam para mim alguns ainda acordado, na verdade eu tinha muitos amigos e ali na praça todos eram como irmãos, quem eu mais tinha i********e era um menino ainda muito pequeno que perdeu seus pais á muito tempo e uma outra menina da mesma idade que ele, eram um para o outro como irmãos, pois um estava sempre defendendo o outro, os encontrou dormindo em um dos bancos dividindo calor sem nenhuma outra cobertura a não ser velhos jornais, o vento passava por entre as folhas dos jornais o fazendo-os tremer de frio eles eram tão pequenos, o menino foi o primeiro que reconheci e lembrei de uma breve conversa que tivemos cujo qual não me agradou, eu havia simpatizado muito com eles meu coração apertava olhá-los e os ver tremer de frio mesmo estando juntos, então eu pairava sobre cada detalhe lamentável desde a seus cabelo tão embaraçados parecia que não era penteado há muito tempo, as pequenas mãos e pés frios que tinhas sujeiras espessas em camadas, seus estômago estava roncando me aproximei buscando um pequeno espaço na ponta do banco e me sentei, em poucos segundos os vi acordar ainda sonolentos ele me olhou gentilmente, e me sorriu indicando felicidades em me ver, logo em seguida sua amiga se levantou assim ficando os dois sentados do meu lado.
- Oi, a noite está bem fria hoje não é?. - disse para ele e para a menina que acenaram com a cabeça em confirmação.
- Porque não te vejo mais por aqui? - Perguntou o menino, a menina ainda coçava os olhos tentando despertar.
- Eu estou em outro lugar agora!
- Que bom! Amanhã eu também estarei indo embora, sabia? - falou e percebi que a menina logo ficou mais desperta após ele falar desse assunto que também me deixou curiosa.
- Ah é? para onde? - perguntei curiosa.
- Não sei bem, mas é um lugar bom... eu acho, hoje será a última vez que estarei aqui! - Exclamou sorrindo.
- É verdade! Eles fizeram até uns exames na gente para ver se estava tudo bem, eles vão cuidar muito bem da gente. - Contou a menina muito alegre.
- Que bom!
- Hei isso é o que? - Perguntou um velhinho deitado no chão ao lado do banco em que eu e os meninos estão.
- É biscoito, você quer? - ofereci ao senhor idoso.
- Dar aqui! - Disse com o olhar brilhando estende suas mãos sujas e enrugada, havia muita gente de idade na praça também era quase insuportável saber que eles sendo tão fracos fiquem na rua mendigando um pedaço de pão, me pergunto onde estão os familiares, acho que todos nós temos alguém.
- Claro, mas não posso te dar tudo, pois tem mais gente para dividir - Exclamei olhando para as duas crianças que confirmaram querer.
- Sim, sim, então me veja uns aí. - Disse o idoso impaciente.
- está bem! - Disse abrindo o saco e dando-lhe uma mão cheia de biscoitos e logo muitos se aproximaram para também pegar biscoitos, dei também a o menino junto à menina e dividir com todos que estavam na praça e todos iam agradecendo muito feliz com tão pouco, Sandra realmente havia colocado muito biscoito nessa sacola, ela pensou na semana inteira?
- Você é muito gentil com todos! - Exclamou o menino.
- É verdade, iremos sentir sua falta! - Disse a menina abocanhando um biscoito.
- Obrigada, mas como você se chama só dado mesmo?
- Aqui me chamam de Dado, mas meu nome é Firmino.
- E eu só Sandra!
- Hum, nome bonito: Sandra, Firmino.
- Sim, e você como se chama?
- Eu me chamo Cléssia!
- Seu nome e muito bonito também! - Disse a menina retribuindo o elogios
- Obrigada!
- Então, eu quero que esteja aqui quando eles forem me levar, você vem? - perguntou o menino.
- Não perderei! - Exclamei desconfiada, eu não sabia para onde iriam levá-lo, contudo eu estarei aqui para ver quem são. ele é uma criança muito ingênua apesar de viver nas ruas, todos as crianças são inocentes na situação de Dado e Sandra são todas as vítimas das irresponsabilidade, e no restaurante vi na televisão muito desaparecimento de crianças preciso me certificar de não ser nada suspeito.
- eu nem acredito que terei uma casa, eu sei que você me emprestou sua mãe e que íamos conhecer ela, mas por agora eu quero ir com eles conhecer outras crianças, brincar, ter um lugar pra ficar
- Eu prometo te visitar seja onde você for e vou levá-lo pra viver com minha mãe. - Disse confirmando.
- Mas ela tem você, e não iria querer outro alguém perto! - Disse inocentemente, mas sua mãe o aceitaria tão feliz
- Você não sabe o quanto ela iria querer! - Disse pensativa.
- Eu acho que sim! Eu só um bom menino! - Disse com orgulho.
- verdade! Mas essas pessoas... Eles virão mesmo?
- Sim! Eles virão amanhã ao meio dia e você terá que vir nesse horário!
- está bem, eu prometo que virei.
- Então tá.
- Eu já vou indo, até logo! - Disse me levantando e indo seguindo caminho, já estava tarde o suficiente.
- Até amanhã! - Exclamou acenando depois que me afastei.
Não sei como poderia reclamar da vida se tivesse pessoas como eles que das coisas mais improvável achava um motivo para sorrir, eu sempre reclamava de tudo, mas tinha tudo enquanto quem não tem nada se alegra ao ter ao menos um punhado de biscoito.
Já estava de madrugada então abri a porta e subir as escadas silenciosamente até chegar no meu quarto, e finalmente passei por mais um dia ilesa, contudo ainda intrigada com o que ouvi hoje de dado, eu não me sinto confiante sobre isso, na verdade tenho um pressentimento bem r**m, sinto que preciso estar lá, que preciso ir vê-lo e saber o que há de errado e quem são essas pessoas