Era ainda às 5h e eu já estava voando pela escada, mas porque acordei tão ansiosa? Isso me deu uma disposição que eu não tinha a tempos, ou talvez nunca tive, m*l me importei hoje se iria fazer barulho ou não, somente fui. A passos ligeiros em poucos minutos já estava próxima da praça principal onde diminuir os passos na esperança de ver Dado e Sandra, mas já não havia mais ninguém, raramente ficavam ali mesmo sendo tão cedo, já era hora de ir buscar o café da manhã, eles vão a uma casa , um lugar de apoio onde lhe dão café da manhã, a sua única refeição digna. Eu realmente estava esperançosa, mas não foi possível encontrá-los, bom... No meio do dia não posso falhar aquele pressentimento r**m que ainda está me perseguindo.
Cheguei ao restaurante vestir meu uniforme rapidamente, a manhã se passou vagarosa e tediosa, o que pode ser bom já que não é de costume eu deixar o restaurante em um horário tão importante, estou torcendo pra que continue assim tudo calmo e devagar assim consigo sair sem que sinta falta, tudo que eu tinha que fazer era limpar tudo bem rápido e sair, claro que eu tinha que está constantemente atenta nunca se sabia quando algum incidente poderia acontecer. Um dia eu até pensei realmente em ter um emprego talvez médica ou advogada, mas nunca, nunca pensei que só estaria trabalhando em serviços gerais em um restaurante, que modo estranho de se fugir de casa.
As horas passaram tortuosamente lenta e isso estava me matando de ansiedade, a cada hora que tinha que varrer, a cada hora que tinha que lavar, que tinha que limpar, eu já estava ficando louca não parava de olhar para o relógio que parecia está parado cada segundo parecia demorar um minuto, ainda sim o importante é que não há muito clientes e isso é o que importa.
- Lia !! A cozinha precisa de você, rápido! - fui rapidamente até a cozinha e lá estava o estrago, uma grande panela de feijão desperdiçada no chão, peguei tudo que precisava e limpei o mais rápido possível o chão, alguns me olhavam com indagação, Sandra também mas não perguntavam.
- lia onde você vai com tanta pressa? - perguntou Sandra quando sai da cozinha de forma brusca, eu havia atrasado alguns minutos desbravei a rua correndo em velocidade olímpica o mais rápido que pude e cheguei a tempo de encontrar um carro, uma Van enorme preta vidros fumê, foi tempo suficiente pra ver dado sendo colocado de força brusca dentro da Van contra sua vontade junto com a pequena Sandra que quando me viu tentou gritar, mas eles não perceberam minha presença a uns metros de distância. São pessoas encapuzadas, será que são as mesmas que dado falou? E pelo horário talvez sim, não poderia ser tanta coincidência, o carro arrancou rapidamente, a primeira coisa que avistei foi uma bicicleta de um ciclista que acabara de parar pra descansar no banco, não pensei duas vezes antes que ele pudesse me deter pedalei feito uma louca atrás daquela Van, eles diminuíram a velocidade inicial e seguiam de forma que eu conseguisse avistá-los e saber pra onde estão indo que por acaso desconheço totalmente o lugar. eles foram por lugares que eu nunca havia visto antes bem deserto e sem casas alguma ou qualquer estabelecimento, só árvores e estrada de terra, lugar bem suspeito pra quem não quer ser descoberto, eu seguia atrás da van sem que pudessem me ver pelo retrovisor, mesmo que estivesse chegando ao meu limite quase não podendo manter a bicicleta de pé, eu tinha que continuar e prestar atenção no caminho ainda sim nem seria tão necessário já que parecia se estrada única. Não tinha ideia do que fazer, quando de repente me lembrei do celular que recentemente ganhei poderei ligar quando eles chegarem ao local, Sandra é a única que pode me ajudar.
Mesmo com dificuldade pra respirar e quase sem forças eu tinha que continuar, tinha que seguir em frente sem perder o passo o caminho ia ficando mais difícil de pedalar a partir dali o chão de terra era tão íngreme que as rodas das bicicletas cambaleiam ainda mais, quando finalmente foram diminuindo a velocidade, pude avistar um grande muro eles iam dirigindo devagar até chegar a um grande portão de metal. Conseguir me jogar em uma moita grande já que tinha muitas árvores foi fácil me esconder junto com a bicicleta. E fiquei observando eles tirar as crianças, não havia só dado e Sandra.
Enquanto o celular tentava completar a ligação conseguir uma brecha e olhar dentro, seguiam uma fila de crianças vestindo roupa hospitalar todas amedrontadas sem entender o que estava acontecendo, crianças que choravam, todas eram levadas por uma grande entrada central como de um hospital e sumiram a partir dali, não pude ver mais nada, as pessoas que os levavam vestiam roupas todas brancas e botas, usando máscaras que cobriam todo o rosto, então era impossível conseguir ver ou identificar alguém, alguns saem empurrando caixas enormes daquelas que colocam lixo e levavam até uma sala com uma chaminé e não demoravam muito saiam com as caixas vazias.
- Lia!!! Meus Deus, onde você está? - perguntou preocupada.
- eu... Preciso que você ligue pra polícia... - disse ainda sem fôlego, meu peito .
- o que? O que você está fazendo? Se meteu em problemas? - perguntava impaciente.
- não consigo falar... Tenho que falar baixo... Sequestradores... Ligue pra polícia, mande eles...
- onde você está? - disse agora mais séria?
- eu não sei bem, não tem ponto de referência e seguindo pela praça principal... mas não há muito foi tão rápido... - tentava explicar com minha cabeça doendo, estava tonta demais para continuar a falar. - tem... Um local secreto... Onde estão levando crianças... Muitas, muitas delas e não sei pra quê só que é ilegal.
- Está bem, vou denunciar, mantenha o celular ligado, esconda ele ligado. - disse com cautela. Não entendi bem porque, eu já estava no meu limite e senti uma intensa dor na nuca de repente então tudo escureceu de vez, escuto Sandra chamando meu nome no telefone até não está mais ciente de nada, por uns momentos senti meu corpo sendo arrastado bruscamente sem nenhum cuidado, me arrastava sem nenhum esforço pelos meus pés, parecia alguém muito forte.
Adormeci por alguns minutos, ainda de olhos fechados escuro chorando silenciosos de crianças distantes um pouco, eu estava em uma espécie de sala em uma maçã fria e desconfortável.
- ela está acordando. - alertou uma voz masculina. - ela para a sala de exames, vamos saber se tem algo bom aqui - Disse tocando meu tórax, abrir meus olhos e vi um homem alto, jaleco, cabelos grisalhos, barba por fazer, aparentava ter uns 47 anos os seus enfermeiros então me levaram na maca ainda impossibilitada de me mover, diferente do doutor estavam usando máscaras de p******o, não entendo como meu corpo podia estar tão debilitado, não consigo me mexer nem fazendo todo o esforços do mundo parecia que havia alguma d***a estranha em mim e novamente estava apagando.
Quando voltei à consciência estava toda enrolada e presa na maca enquanto o médico estava amolando uma lâmina e me olhando com um sorriso perverso no rosto, talvez seja meu fim agora, eu sabia que sim, mas m*l conseguia me mover e presa desse jeito, não tenho muito o que fazer.
- Me diga quem te trouxe aqui? - Interrogou com um tom de intimidação a essa altura eu já havia entendido que ele iria me corta quando senti sua lâmina passando suavemente pela minha barriga insinuando um corte fantasiado, contudo não fiquei tão desesperada do que quando pensei em Dado, ele estava aqui em algum lugar correndo perigo, eu ainda não sabia quais objetivos esse médico tinha neste lugar e pelo jeito não eram boas.
- ninguém eu só segui o carro. - respondi muito fraca com a voz quase falhando me contorcendo de dor ao sentir agora a faca não mais passando mas sim cortando, um corte superficial ele queria me causar dor.
- Alguém te trouxe aqui! Então foram os motoristas da Van? Conhece eles?
- Não! - disse desesperada aos choramingo
- Então como chegou?
- Eu não sei... Só segui, eu juro... Eu vi eles pegando as crianças e segui... Seguir... Com uma bicicleta. - disse em desespero na esperança dele parar e sua faca parecia ir mais fundo o sangue já jorrava, minha alma pede socorro porque não consigo gritar.
A lâmina foi entrando lentamente na minha barriga ele corria lentamente desenhando, estava me torturando de forma c***l e lenta, sentia o corte formigar
- Deixe-a! Ainda temos alguns exames para chegarmos a um diagnóstico saudável, isso se ela tiver um diagnóstico saudável. - comentou outro doutor.
- Está bem! No entanto quem disse que eu quero um diagnóstico para depois cortá-la? - indagou com o olhar perverso colocando a lâmina escorrendo sangue em cima da mesinha e logo em seguida retirando as luvas. - ela morrerá de qualquer forma e será aqui. - disse fazendo arrepiar até minha espinha. - E o menino? Está tudo pronto?
- Sim! Estão te chamando para fazer todo o processo para daqui a trinta minutos, só estão fazendo os últimos checkins!
- Então, vamos adiantar isso aqui também! - Exclamou pegando uma seringa com um líquido transparente.
- chequei seu sangue, é algo perdido, talvez já esteja em estágio terminal, pela idade e o resultado.
- Sim! Creio que ela não será útil para nada. - falou ao examinar os papéis trazidos pelo outro doutor.
- O que vamos fazer então?
- Não sei! Ela não viu nada que aconteceu aqui e passou a maioria do tempo dopada desde que entrou aqui, mas ainda há um mistério! Como ela chegou aqui? E por quê?
- já investigamos e vimos pelas câmeras que ela estava seguindo a última entrega, com certeza ela veio procurando alguém, viu demais , não deve viver
- O último menino que chegou? Talvez! - disse pensativo. Foi o último a ser pego com uma garota, não era seguro trazer crianças de dia, você sabe disso! - Disse repreendendo o doutor. - Talvez tenhamos problemas não acha?
- Sim! Então é plausível que ela não saia daqui, que não seja em óbito. - disse de forma tão sombria, eles não são médicos, assassinos, traficantes com certeza.- Vamos deixá-la aí por enquanto, eu quero ter certeza que realmente ela é inútil que nada pode servir. - disse colocando uns panos em cima do meu ferimento.
- Então veja o senhor mesmo, está lá na sala de ensaio, se ver o sangue dela.
- Então vamos! - Exclamou chamando os enfermeiro, me deixando sozinha, me salvei por tão pouco.
- E ela não vai trazer problemas? - comentaram perto da saída.
- Se ela está tão m*l como você diz então não trará problema nenhum. - disse seguro o doutor que me torturou.
- ESTÁ! Então vamos logo. - confirmou o outro doutor se apressando, os enfermeiros só os seguiam silenciosos.
Eles tinham toda razão eu não conseguiria ir a lugar nenhum com o que ele me deram então depois que ele injetou aquela injeção em mim fiquei ainda mais atordoada até ficar inconsciente, contudo ainda estava pensando em Dado, talvez fosse o fim dele, pois eu tinha certeza que ali também era o meu fim, nunca que Sandra saberia onde estamos, estou desesperada por dado e conformada por mim, esse momento ia chegar a qualquer momento, então não posso reclamar por mim, dado e Sandra, vidas tão jovens, pensava enquanto meus pensamentos iam sumindo aos poucos.
- hei você não sente fome? - Me perguntou sentando-se do meu lado já era quase meio dia e eu nem havia comido nada os moradores de rua acordam bem cedo para irem buscar comida e eu nem sabia aonde.
- sim!
- Então porque não vem com a gente buscar comida?
- E que eu não sei onde é!
- Então você vai ter que vir com a gente, mas só amanhã porque nós só vamos lá uma vez por dia e trazermos comida o suficiente.
- Ah sério? - Indaguei decepcionada.
- Não fique assim, eu vou dividir com você a minha eu trouxe muito.
- Sério?
- Sim! Espere. - Falou indo até embaixo do banco pegando um pacote de comida embaixo de um dos bancos da praça principal.
- você pega essas coisas onde?
- Amanhã você saberá, mas terá que guardar segredo ninguém sabe a não ser os moradores desse lado da praça. - Comentou enquanto me entregava um pacote com um pão.
- Você não acha que deveria dividir com os outros moradores também?
- Não! Eles também tem, e não nos contam.
- Então eles têm um lugar para ir buscar comida?
- Claro! Então não precisamos , mas você é da nossa área e também tem que saber, só não pôde contar pra eles.
- Está certo! - Exclamei mordendo o pão no dia seguinte.
- Você sabe quem está aqui?
- Quem?
- Umas pessoas estranhas, e ficam vasculhando tudo e disseram que era de um abrigo e fizeram uns exames com uns meninos e disseram que iam levar todos para um orfanato, e todos terão uma nova família.
- Você não tem família?
- Não! Meus pais faleceram.
- Como?
- Não sei eu era muito pequeno, foi há uns cinco anos!
- E desde então você vive na rua?
- Não eu comecei a viver na rua há um ano.
- E porque você não volta a ficar na casa que antes morava?
- Não dá, eles me colocavam para trabalhar nas ruas e eu não gostava porque eles tiravam todo meu dinheiro e ainda me deixavam sem comer.
- Isso é terrível!
- Sim meus pais eram bons, pessoas ruins sempre ficam no mundo enquanto pessoas boas se vão a todo momento.
- você acha?
- Sim, meus pais eram bons e morreram, às vezes uns amigos morrem e assim é a vida, mas pessoas ruins permanecem uma eternidade nas nossas vidas não acha?
- talvez, talvez por serem ruins parece que cada segundo dura uma eternidade, você sente muita falta dos seus pais não é?
- Claro! Eu queria ter tido a sorte de estar ainda com a minha família ou então ter uma nova família, comida todos os dias eu iria ser a pessoa mais feliz do mundo.
- Tudo vai melhorar! Só tome cuidado, eu vejo muitos anúncios no jornal de crianças desaparecidas e ninguém as encontra, você é tão novo... Tão pequenos e indefesos.
- É verdade, mas isso não vai acontecer comigo que sou um menino de rua.
- Você não sabe os tipos de pessoas ruins que existem no mundo, então você tem que ter muito cuidado. - lhe aconselhei como se soubesse algo.
- relaxa ninguém vai morrer, eu não vou desaparecer!
- Nunca se sabe se você é uma criança sozinha e vulnerável.
- O que é vulnerável?
- E uma pessoa pequenina que nem você que ainda não sabe se defender!
- Que conversa é essa, eu me defendo muito bem sou muito forte! - Exclamou mostrando seu braço magrinho e mesmo assim achava muito forte.
- Você só tem mais ou menos uns dez anos, não é?
- Nada disso, Eu tenho onze anos! - Exclamou com orgulho.
- Não deixa de ser um bebezinho! - Exclamei me divertindo.
- Nada disso é muito grande! - disse irritado.
- Tá bom, só não sei como, se você é menor que eu!
- É verdade, mas um dia eu serei muito grande e sabe o que vou fazer? - Perguntou determinado.
- Não! Então me diga!
- Eu vou ser um homem grande...
- Ah e ovil! - disse interrompendo.
- me deixa falar, eu vou ser um grande homem, não pelo tamanho, claro eu vou ser grande, sim por que eu vou ajudar todos que moram na rua, eu também vou estudar sabia?
- Hum, que bom mais como você vai fazer isso?
- Você vai me ajudar, moça! - Exclamou tenho convicção disso, você nem é de rua, sabe nada sobre viver aqui, com certeza tem uma família boa. - quando ele disse isso, me fez sentir um peso da culpa, sim eu tenho uma família boa.
- Então tá! Você quer ir para a escola?
- Sim! E você poderia me ajudar não ? Eu quero ser igual a aquelas crianças que os pais vai buscar nas escola, mas eu não sei como, eu ainda sou pequeno e preciso que um adulto faça por mim. - Falou desanimado. - eu tentei um dia ir, achei até um caderno bonito no lixo, achei que pudesse, mas as crianças riram, acho que é porque não tenho pais. Mas se você me ajudar... Eu vou ser muito inteligente.
- você é inteligente! Então eu vou te ajudar! E eu sei quem vai lhe buscar na escola. - disse pensando na minha mãe, talvez eu possa fazer um último pedido a ela, seria um filho perfeito.
- na escola? Sério moça?
- Sim! Eu tenho uma mãe e ela poderia te adotar, que tal?
- e sério? Eu quero muito. Ela parece ser tão boa. - disse animado pulando enquanto o vento bagunçou seus cabelos enrolados.
- Sim! - Exclamei ansiosa naquele momento estava vindo uma um turbilhão de idéias na minha cabeça, eu era filha única e esse garoto que eu m*l sabia o nome seria um bom substituto que eu poderia querer.
- Mas ela talvez não vá me querer como você disse não se sabe quanta gente há no mundo e todas tem um pensamento diferente ela não vai me querer, vai me largar na rua.
- Ei, tá chamando minha mãe de má e? - perguntei indignada.
- Não! To chamando sua mãe de sua mãe, é sua mãe! Eu quero uma mãe que seja minha, uma mãe que precisa de mim, a sua já tem você. - Disse chateado meio ranzinza.
- Contudo breve isso mudará e eu não estarei perto dela por muito tempo. então eu queria que você fosse filho adotivo dela.
- Porque fala assim?
- Por nada e só que logo irei partir para longe...
- Lia , Lia.. acorde... - ouvi uma voz me chamando então eu abri os olhos lentamente ainda sentindo a abstinência do remédio no meu corpo. - Acorda! - Exclamou me empurrando da maca me fazendo cair, era a pequena Sandra que estava ali então percebi que estava presa em um belo sonho
- Sandra! - Exclamei surpresa ela não estava nada bem estava com um vestido hospitalar e estava desesperada, ela já havia me desamarrado da maçã, ela parece ser muito ágil.
- Você tem que ajudar Firmino, ele já foi levado, tem que nos salvar Lia eles fazem coisas muito ruins com a gente, estão matando todos. - Disse desesperada.
- Onde ele está? - inquirir me levantando desesperada do chão, ainda muito dolorida.
- lá! - apontou pro corredor. - indo pelo corredor ao lado! - Exclamou enquanto eu corria para a porta de saída. - Espere! Você não pôde sair agora eles estão me procurando, eles vão te m***r se te pegarem.
- está bem, mas você também tem que se esconder!
- Não dá, eles já estão aqui, deita Cléssia e depois vem nos buscar! - falou e eu entendi no mesmo momento e me deitei e fingir que ainda estava inconsciente, e no mesmo instante dois homens enormes aparecem bruscamente abriram a porta e pegaram Sandra e a levarão, não deram muita importância para mim e saíram da sala.
Eu me levantei rapidamente, ainda meio tonta eu não podia acreditar que havia dormido tanto, sonhei com Dado revivendo uma antiga lembrança antes de ir para a pensão, e tudo estava tão bem, já havia perdido as esperanças de que Sandra havia entendido o meu recado quando expliquei pelo telefone, e eu nem estava mais com meu celular acho que o perdi.
Sai da sala e fui andando pelo largo e corredor como Sandra havia dito e percebi que estava me aproximando do local, eu m*l conseguia andar direito o que podia fazer, já ouvia gritos de crianças desesperadas até que eu cheguei onde estava acontecendo o m******e haviam várias crianças presa numa cama cirúrgicas todas presas, contudo não havia nem enfermeiro nem médico ali além de que a porta estava trancada as crianças estavam presa à imagem era chocante, eu nunca havia visto essas crianças antes em toda a minha vida, eram tantas chorando amarradas na maçã fria.
Algumas crianças estavam atordoadas ainda acordando do efeito de alguma d***a havia uma fumaça espessa se dissipando no ar, talvez estejam sendo colocadas para dormir, era perturbador ouvir crianças gritando pelos pais, duvido que sejam só crianças de rua, ouvi algum idioma diferente, será que vem de outros lugares, não duvidaria, já que aqui é nem escondido.
Nós quarto havia as caixas que vi saindo anteriormente, olhei cada criança até avistar uma criança ensanguentada, ela não mexia, estava pálida, desesperadamente me abaixei na esperança de não olhar mais para aquilo enquanto começava a chorar histericamente, não era por nada que as crianças estavam apavoradas, aquela criança estava morta, pobre mãe que acabara de perder uma filha, não parecia ser uma criança de rua eu não tive reação de olhar de novo me levava a pensar que fizeram uma cirurgia nela que por acaso deu errado e lhe esqueceram de fechar o seu corpo. Parecia que eles levavam e traziam crianças as traziam viva e as levavam mortas eu não agüentei ver aquilo, meu coração parecia que ia parar com tanta crueldade, pior e mais c***l é que era uma sala assistida todos poderiam ver o que ele fazia e todo o processo, todos aqui são doentes. Eu não tinha muito que fazer nem Dado nem Sandra estavam ali, onde será que estão essas crianças? E mesmo sem achá-los tentei ajudar as crianças me senti na obrigação de ajudá-lo, mas por mais que eu tentasse bater no vidro não quebrou nem batendo com a cadeira que estava no corredor, era a prova de batida e porta não abria eu era tão fraca, devia apenas desistir e sair, eu não queria sair viva dali depois do que vi.
O corredor parecia não ter fim e eu continuei seguindo em frente, pois eu tinha que chegar na sala que estava dado, era tantas salas assistidas, parece que tinha prazer nisso, seguir com muita dificuldade até que eu cheguei em outra sala onde também era sala assistida, a única coisa que pude fazer com a pouca força que eu tinha era bater bruscamente na vidraça a porta estava trancada cheguei a tempo de ver o médico queria interromper aquilo , ele estava passando a lâmina sobre a barriga dele fazendo um corte profundo ele ainda estava acordado tornando o ato ainda mais c***l, ele e Sandra amarrados na cama para serem cortados.
Sandra estava atordoada com certeza aplicaram tranqüilizante nela enquanto eu também comecei uma nova luta após conseguir chamar atenção do médico logo apareceram os malditos ajudantes.
Eles se debatiam desesperado mais era inútil enquanto eu também tentava me soltar dos braços dos ajudantes sem sucesso, me aplicaram uma seringa, dei uma última olhada em direção de dado,mas ele não mexia, ele havia desmaiado, parei de lutar, era tão inútil minhas forças já estava sumindo de novo.
Tudo que ouvi foi uma sonora e alta sirene e passos rápidos, os enfermeiros me soltaram me deixando cair bruscamente no chão enquanto passos acelerados e bruços passavam por mim, o chão tremia, ouvi tiros...
Ainda era cedo, nem noite era direito e tudo isso havia acontecido e eu estava em cima de uma cama hospitalar acolchoada, mas nunca mais terei uma visão boa dessa situação, como eu queria ter acordado e visto que tudo era um sonho, tudo que eu não sentir antes estava sentindo agora, fiquei desesperada e em estado de choque eu estava cheia de aparelhos ao meu redor, sentia uma forte dor aguda na barriga, ainda sim lutei para me levantar a todo custo.
- Calma, Cléssia! - Disse uma voz familiar para mim ainda atordoada me levantando fui levada pelas mãos a me deitar de novo, será que eles me pegaram novamente?
- Onde estou?
- Já está a salvo! - Disse alisando minha testa sentando-se de novo numa cadeira ao meu lado.
- Eu tenho... Que levantar... não acabou. - Disse desesperada olhando ao meu redor eu estava solta, no entanto não deixava de sentir medo, estava tendo um ataque de Pânico agora que o efeito dos remédios passaram.
- Acabou, lia, fique calma, por favor. Graças a Deus chegamos a tempo... Digo a polícia e salvou todas as crianças, você não sabe o quanto estou feliz de te ver bem. Você quase morreu. - disse suspirando aliviada.
- Salvou todas? - Perguntei preocupada pensando em Dado.
- Sim!
- Muitas morreram, eu vi e eles... Agora eu sei, eles estavam levando crianças dentro daquela caixa, crianças mortas levadas para o incinerador, crianças de todos os estados não e?
- Sim... - disse, não conteve as lágrimas, vi em seus olhos a dor que estava sentindo.
- Não chore! - tentei consolar, mas nem mesmo eu aguentei segurar as lágrimas.
- Você agora é como uma h*****a sabia?
- Por quê?
- Aquele lugar nunca foi descoberto, mesmo com milhares de investigações e tudo porque estava num lugar de difícil localização, crianças de todos os lugares estavam desaparecendo e isso foi por anos, e você descobriu um esquema que era rigorosamente sigiloso.
- Onde estão as crianças?
- Estão todas aqui, sendo atendidas elas ficaram expostas por muito tempo a gás tranqüilizante, os pais já estão chegando alguns, outras irão para o orfanato e estão fazendo últimos exames para que elas possam ir para suas casas, se não fosse você elas estariam todas mortas você não sabe quantos pais apareceram, no entanto foi doloroso ver alguns voltando com notícias ruins ao invés de seus filhos, outras crianças nunca serão identificadas. Eles faziam bem seus trabalhos.
- Sinto por eles, mas eu não fiz nada, eles me pegaram e tudo que eu queria era trazer Dado de volta ele vai ficar com a minha mãe, depois disso não posso correr o risco e esperar mais, tenho que levar ele assim que melhorar.
- vocês fizeram isso ao roubar aquela bicicleta, um rapaz te reconheceu do restaurante e avisou e denunciou a polícia, então... Parabéns você roubou uma bicicleta com rastreamento, eu sinto muito Lia, eu não conseguiria com aquelas informações, tudo que eu pude dizer é que era muito perigoso o lugar então eles mandaram uma equipe inteira para operação.
- ah... A bicicleta! - comentei surpresa.
- Quem é Dado?
- O menino, meu amigo, ele está machucado... eu fui buscá-lo e junto uma outra menina chamada Sandra igual a você, Dado e o único que está cortado na barriga e está vivo não e?
- Eu a vi! Mas Dado eu não lembro. - Comentou pensando.
- E o menino! Não tem como não saber, ele estava cortado igual a mim ele tem um corte igual ao que eu tenho na barriga.
- Bom, eu não sei bem, acho que ele está bem! - Exclamou insegura com suas palavras parecia que estava mentindo, eu ainda estava com a cabeça doendo, estava com uma dor muito intensa, eu m*l sabia que injeção foi aquela que me aplicaram.
- Eu tenho que vê-lo! - Exclamei cansada.
- Não! Ele está numa cirurgia muito delicada! - disse me impedindo de levantar.
- Ele vai sobreviver não e?
- Sim, durma lia, você teve um dia longo.
- Que horas já são?
- são sete horas da noite!
- Eu não quero mais ficar aqui, eu estou bem! - disse ainda tentando me levantar.