Trocas de mensagens

1289 Words
Já no escritório, fui parabenizada pela grande ideia de conseguir uma possível confissão da mãe biológica. Eu sempre amei direito como minha mãe e meu avô. Mas essa parte eu aprendo com meu pai, contra fatos não há argumentos. Se essa mulher simplesmente se entregar e falar em dinheiro com a mãe adotiva, fica claro que seu interesse sempre foi no dinheiro da família e não na criança em si. - Foi realmente uma sacada boa Hember. – João diz. Téo torce o nariz me olhando com raiva, mas não fala nada. - Obrigada – respondi sem muito animo. Apesar de está evitando ele, em todo o momento fui cordial. - Bem todos podem voltar ao trabalho, o escritório não pode parar – Natan diz. - Garcia pode me acompanhar? – Ele pergunta indicando sua sala. - Claro. – Fomos até a sua sala. Ele oferece um lugar para eu me sentar, apontando para a cadeira. - Meus parabéns pela ideia, foi muito boa mesmo. – Ele diz, mas percebo que lá vem alguma coisa. Vejo o vislumbre de algum problema nos seus olhos. - Obrigada. – Respondi com cautela, não quero parecer prepotente. Muito menos me gabar por simplesmente fazer o meu trabalho. Apesar de ter feito com maestria. - Bem que me disseram que você tem a genialidade do seu pai. – Ele se recosta na sua cadeira, assumindo uma postura mais descontraída, mas ainda assim sinto que vem coisa aí. – Com uma vantagem, o altruísmo e a gentileza da sua mãe – Fico um pouco envergonhada. – Pessoas com essas características sempre vão longe no direito. Ser inteligente sem atropelar o próximo, é uma das melhores qualidades. – Ainda estou tentando entender aonde ele quer chegar com toda essa conversa. - É dizem isso. – Já ouvi isso outras vezes também. Como sou sagas como o meu pai, tino para resolver problemas. Mas não tão agressiva, sou mais gentil como a minha mãe. O que faz de mim ardilosa o suficiente para manter a calma mediante ao caos. Levanto uma sobrancelha para ele tentando identificar o que ele quer dizer. - Vou direto ao ponto, porque não gosto de rodeios. – Ele diz me analisando. – E percebi que você também não. - Por favor. – Gesticulo, indicando para ele continuar. - Está acontecendo alguma coisa entre você e o João? – me assusto com sua pergunta, mas ainda assim mantenho a calma. Dando uma resposta direta. - Não. – Engulo seco ao responder. Uma de suas sobrancelhas se ergue. Ele está me analisando com cautela. - Vou reformular a minha pergunta então. – Ele assume sua postura ereta novamente – Vai acontecer alguma coisa entre vocês? – seu rosto mentem a seriedade. - Não precisa ser tão metódico Natan, não está acontecendo e nem vai acontecer nada entre nós dois. – Digo seria. Odiando essa situação em que me meti, meu pai talvez tenha razão como pude ser tão burr@. - Que bom, eu odiaria ter problema com o Garcia. E ter a filha dele envolvida em um caso com um dos meus sócios casados, seria um grande problema. Para todos. – Sua voz sou dura e firme, passando a seriedade do assunto, no seu ponto de vista. Acredito que do ponto de vista de qualquer pessoa na verdade. Essa situação não é agradável. - Como eu disse, não tem e não vai ter nada que precise se preocupar. Não existira um nos dois, nem agora e muito menos em um futuro, admiro o grande profissional que ele é, ele admira a minha garra em me tornar uma grande profissional. Mas é exatamente isso. Nada além de uma relação profissional. - Ótimo. – Ele responde seco. Entendo que está preocupado com a sua empresa. Natan é um dos melhores advogados do país, não chegou aonde está, sendo associado a barracos. - Bom, se era só isso. – Me levanto entendendo que ele já me disse tudo que pretendia. - Sim, pode voltar para sua mesa. – Prestes a sair. – Garcia? – me viro para ele. – Parabéns novamente. Eu odiaria perder uma mente brilhante como a sua. – Não se isso foi exatamente uma ameaça, mas eu senti como se fosse. Passei o resto da tarde pensando em suas palavras, não que este seja o único escritório para trabalhar, mas sim é um dos melhores, e ter que começar tudo do zero, seria péssimo. Estou aqui estagiando desde o meu primeiro ano de faculdade. O que é muito difícil alunos do primeiro ano com estágios. Gosto da forma de trabalhar do local, gosto do clima aqui, e sempre me sai bem com as oportunidades que tenho. Não vou perder esse emprego, por uma coisa boba. As palavras do meu pai também estavam ecoando na minha mente. Não posso me dar ao luxo de ter a minha carreira destruída por uma paixão. O expediente terminou e junto com ele a paz no meu coração. Não estou com a menor vontade de ir para casa, encarar os meus pais. Talvez seja a hora de começar a mobiliar o meu apartamento, assim eu tenho para onde correr se precisar. Abri a porta de casa esperando encontrar alguém, meu coração está acelerado. Mas, a casa estava vazia. Por algum motivo me sinto aliviada. Não estou preparada para encontrar meu pai, sei que ele esta certo, mas suas palavras foram tão duras. Vou direto para o meu quarto, meu dia foi psicologicamente exaustivo, tudo que eu preciso agora é de um bom banho e cama. Depois de ficar quase uma hora na banheira, meu sono foi completamente embora, então resolvo, dar uma lida nos meus e-mails, está tudo em ordem, felizmente eu não tenho o hábito de deixar nada para última hora então as coisas para amanhã estão em dia. Pego meu celular e tinha uma mensagem da minha mãe. Mãe: Estamos em um jantar, aniversario da esposa de um amigo do seu pai. Não vamos voltar cedo. Beijo querida. Respondi apenas com um ok, essa casa anda tão vazia ultimamente, Gabo vive na rua nas suas farras difícil vir dormir em casa. Ben e Renata, se mudaram com Maitê, para o apartamento deles. Então agora na maioria das vezes é meus pais e eu. Estava guardando meu telefone quando toca uma mensagem, de um numero diferente. Abri com curiosidade. P: passei o dia pesando em você. P: o que esta fazendo comigo? H: quem é? Fico com um sorriso bobo no rosto, eu já tinha uma leve impressão de quem seria, mas ainda assim eu pergunto. Ele responde com um emoji de carinha triste. Dou risada. P: não sabe mesmo quem é? H: por que a minha agenda esta com seu perfume? Resolvi perguntar, já que isso estava me intrigando o dia inteiro do porquê minha agenda está com seu cheiro já que ele disse que só a abriu para achar meu telefone. P: desculpe por isso, meu perfume reserva que fica no carro quebrou, juntei os cacos e depois peguei na agenda para procurar o seu número. H: nossa que chato. P: sim tive até que mandar lavar o carro antes do meu compromisso por que o cheiro ficou insuportável. P: te causou alguém transtorno? H: Na verdade não, fora o fato de ter parado no meio da minha reunião, porque lembrei de você. P: Sinto muito não lamentar por isso, gosto do fato de ter você pensado em mim. Acabo por sorrir com a sua mensagem, o que está acontecendo comigo? Pedro e eu conversamos por cerca de 1 hora. Até que ambos ficamos com sono e nos despedimos para dormir. Coloquei meu celular na mesinha de cabeceira, apago as luzes e logo adormeço.
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