Abro a porta da salinha que é feita para acomodar os noivos e familiares mesmo, geralmente para retoques, descansar caso seja necessário, essa coisas.
- Eu não possa contar isso para ela Ale. – minha mãe está chorando, abraçada ao meu pai.
- O que está acontecendo? – todos ficam mudos me olhando.
- Pequena volta para o carro. – meu pai diz depois de uns segundos.
- Para! Será que alguém pode me dizer o que está acontecendo!? – grito de nervoso. – Estou a mais de meia hora esperando uma resposta do por que vocês estão assim. E ninguém me diz nada. É o Pedro não é? Aconteceu alguma coisa com ele? Ele está bem não está? – faço várias perguntas.
- Hember. – tio Caio se aproxima de mim. – Ninguém tem notícias do Pedro desde ontem a noite. – ele fala com calma, fico analisando suas palavras.
- Não, ele me mandou mensagem ontem a noite disse que me amava e que não via a hora de me ver vestido de noiva. – digo baixinho. – Vocês estão enganados.
- Não estamos Hember. Ele sumiu.
- Estamos tentando falar com ele a horas e nada, mandamos um funcionário ir até a casa dele e não tem ninguém lá – minha cerimonialista fala. – O porteiro do prédio disse que ele saiu ontem com uma mala e não retornou.
- Não. Vocês devem está enganados. Cadê meu celular. Eu sei que vocês estão ficando doidos. Onde está meu celular!? – grito – Devem ter ido ao apartamento errado. Só pode.
- Temos o endereço dele Hember – a cerimonialista fala. Barbara me entrega o celular.
- Eu vou ligar para ele, vocês vão ver que estão ficando doidos. – Quando eu abro tem uma mensagem dele. Quase uma hora depois que nos despedimos para dormir.
P: Precisamos conversar. Antes do casamento eu preciso te contar uma coisa importante, sobre a minha mãe e meu verdadeiro pai, o real motivo dela não aceitar o casamento, por favor Hember preciso que entenda que eu realmente te amo.
Verdadeiro pai? Como assim verdadeiro? O que está acontecendo? Minha cabeça gira, fico um tanto toda e nauseada. Ligo algumas vezes para ele. O telefone está desligado. Tem alguma coisa errada nessa história, se ele quisesse sumir não me mandaria mensagem. Ele não foi embora, não foi...
- Pequena, ele não vem...
- Não! Vocês estão loucos! Ele não faria isso comigo. O Pedro me ama eu sei que sim, sei que o que temos é real! – olho em volta e todos estão me olhando com pena. Dou um sorriso – É brincadeira não é? Uma pegadinha. Mas eu não estou gostando parem com isso.
- Querida... – Minha mãe tenta me abraça.
- Não. Mãe ele não fez isso, eu tenho certeza, eu conheço ele. Ele não faria isso comigo. O Pedro me ama.
- Hember...
- Pai por favor, eu sei que ele não faria isso, procurar ele direto, Já olharam nos hospitais, delegacia talvez?
- Pequena, eles já procuraram.
- Não! Tem que procurar mais. Eu sei que aconteceu alguma coisa com ele. Sei que ele não está bem, meu coração diz isso. Mãe você disse para confiar no que a gente sente, eu sinto isso. Alguma coisa aconteceu com ele, ele precisa de ajuda. Pai por favor. – meu pai pega o telefone.
- Antunes, é Garcia. Preciso que achei uma pessoa para mim... Sim. Agora. É urgente. – meu pai da os dados, depois desliga o telefone. – Se ele não foi embora vamos achar ele. – sinto que meu pai não acredita nisso, mas mesmo assim fez. Todos estão duvidando do Pedro mas eu não, eu acredito nele.
- Obrigada pai. – ando de um lado para o outro, sei que parece loucura mas eu sinto que ele precisa de ajuda agora, sei que não está bem, ele não sumiria assim do nada. O Pedro que eu conheço, o que me ama não faria isso comigo. Ele não seria capaz, ou seria Hember?
Não, claro que não seria. Eu não me enganei tanto assim come ele. Seus olhos, seu toque, seu sorriso, não tem como disfarçar todas essas coisas.
Uns quarenta minutos depois o celular do meu pai toca.
- Sim.... Tem certeza? Quando? Obrigado Antunes . – ele desliga – Pedro pegou o voo essa madrugada saindo do país. – o olhar do meu pai, aquele olhar, aquele que te destrói, não é de pena é diferente, um olhar duro, magoado, como quem diz eu sabia que não era para confiar nele.
- Não... Não... – todo o meu corpo entra em colapso – Isso é mentira Ele não faria isso... – me ajoelho no chão meu corpo fica pesado. Eu não consigo respirar. Eu estou vivendo um pesadelo, sinto como se o mundo estivesse me engolindo agora e eu não consigo simplesmente sair disso. – Har!!! – dou um grito de raiva, de mágoa, de dor, como eu pude ser burra a esse ponto? Como eu deixei isso acontecer? Eu deixei ele me enganar! – Como eu pude ser tão burra! – levo minha mão ao pescoço esfregando com força como se de algum modo isso fosse ajudar.
- Meu amor. – minha mãe se ajoelha na minha frente. – Querida olha para mim, não faz isso com você por favor. – ela me deita no seu ombro. – Querida não é culpa sua.
- Mãe. – pareceu mais um súplica a forma que eu chamei por ela.
- Vai ficar tudo bem meu amor. – ela diz com carinho, me embalando em seus braços.
- Como? – Eu não consigo ver como pode ficar tudo bem. Meu coração está em pedaços, eu me entreguei a esse sentimento achando que ele era verdadeiro e ele simplesmente foi embora, sem ao menos uma explicação.
- Como eu ainda não sei, mas vai ficar tudo bem. Eu estou aqui. – ela continua me apertando em seus braços.