Coloco o celular de lado na mesa e pego um pedaço de pizza, dez sabores diferentes, difícil saber por onde quero começar, mas eu pego uma quatro queijos, que é uma das minhas favoritas.
- Ai que saudade da Lee ela adora esse sabor de pizza. – Lavinia pega um pedaço da pizza de carne seca acebolada e requeijão, a favorita da Leticia.
- Verdade, ela ia amar estará aqui – tia Nik diz. Nem todos da família sabiam o real motivo pelo qual a Lee não vem nos visitar com frequência.
- E o casamento já tem uma data? – a minha madrinha Paty pergunta.
- Em cinco meses. – Tia Nik, responde. Olho na direção do Gabo. Todo o seu corpo estava tenso, seu olhar triste. Essa história o casamento da Lee está acabando com ele.
- Vai ser lá mesmo? – a minha mãe pergunta, com naturalidade.
- Sim, apesar do sonho dela fosse se casar na fazenda como nos. Felipe quer que o casamento seja na cidade natal dele. – ela faz uma certa careta quando fala.
- Nico você luta esse mês, não é? – eu pergunto e tenho certeza de que ele entendeu a referência de mudar de assunto.
- Sim. Dia 29. – Ele responde prontamente levantando as sobrancelhas.
- Está nervoso? – Ben pergunta.
- Eu diria ansioso. – Ele dá um pequeno sorriso. Nico sempre fez artes maciais ele sempre gostou muito desse meio. Mas tem apenas 1 ano que resolveu fazer disso uma carreira. Ele estava fazendo psiquiatria como o seu avô paterno, é uma área que ele gosta muito, mas dá para se ver que ele está muito mais realizado agora que está fazendo isso, algo que define ele de verdade.
- Quem diria. Temos um lutador na família. – Tio juliano brinca.
- Pois é.
- Também com essa família enorme dá para ter de tudo não é mesmo. – O comentário da Renata nos arranca algumas risadas.
- Por falar em família grande, resolvi que esse ano vou comemorar o meu aniversário com uma grande festa. – a minha mãe diz.
- A que maravilha, festa! – Barbara exclama. – Todos vocês andam parados demais, ninguém quer mais fazer festa. É sempre jantares simples. Pequenas reuniões.
- Você que é agitada demais Barbara. – Lavinia diz e todos começam a rir.
- Eu não sou parada como vocês.
- Temos uma vida adulta sabia Barbara. – Miguel diz para ela.
- Chato – ela mostra a língua para ele.
- E vocês Renata já definiram uma data? – a minha madrinha pergunta.
- Na verdade, não, mas já voltamos a falar no assunto. – Renata responde.
- É, agora que a Maitê está bem, voltou a se comunicar.
- Exatamente. – Desvio a minha atenção da conversa, inconscientemente dou mais uma olhada no telefone. Não queria fazer isso, mas foi mais forte do que eu.
- Esperando mensagem do pretendente, ou esta atrasada para alguma coisa? – Renata está sentada ao meu lado, então viu quando olhei o celular novamente.
- Nenhum dos dois, olhei apenas a hora. – Dou de ombros.
- Umas dez vezes na última hora. – Ela dá um pequeno sorriso, eu reviro os meus olhos.
- E você Hemb, quando vai trazer um namorado para a gente conhecer? – Barbara pergunta.
- Eu? – fingi desentendimento.
- É você. – Miguel embarca na dela, os nossos pais ficam nos olhando.
- Pelo jeito mais breve do que imaginamos. – Renata fala baixinho.
- É o que? – alguns perguntam.
- Deixa de bobeira Renata. Eu estou bem assim barbara, focada na carreira, em terminar a faculdade. Não estou pensando em relacionamento agora – essa última parte foi totalmente mentira. Desde que comecei a conversar com Pedro, ele não sai dos meus pensamentos.
- Viu Barbara porque não segue o exemplo da sua prima, e volta com a faculdade. – o meu padrinho diz.
- Aí pai sem essa, você e a mamãe já trabalham o suficiente para a família toda. Eu sou herdeira. – Todos começamos a rir das palavras da Barbara. Ela até começou a fazer uma faculdade, mas largou por gostar de estar sempre em baladas e festas.
- E quem vai gerir as empresas quando não estivermos mais aqui? – a minha madrinha pergunta.
- Hemb, Miguel, Lavinia, Ben. São tantas opções. – Ela dá de ombros. Meu pai e tios balançam a cabeça sorrindo.
- Cortem os cartões de crédito e rapidinho ela amadurece. – o meu pai diz.
- Padrinho?! – ele começa a rir da cara de choque ela.
- Não dá é para você largar a sua fortuna na mão de outra pessoa Barbara, os olhos do dono que engorda o boi. E claro que não seriamos tão radicais, mas você precisa voltar a estudar. Focar em uma possível carreira, caso precise, a vida financeira sem rumo é instável.
- Concordo com o seu padrinho. – a minha mãe diz. – o meu pai não era milionário de fato, mas tínhamos uma excelente condição financeira. Dora se viu perdida quando o nosso pai declarou falência.
- Foi exatamente assim, meti os pés pelas mãos e fiz várias burradas. – tia Dora fala.
- Vou achar um marido rico então – ela diz bebendo o seu vinho.
- Não tem jeito arrumem investimentos seguros para ela. E um bom advogado para orientar ela a não entregar uma fortuna na mão de um marido qualquer.
Barbara começa a ouvir algumas broncas dos nossos pais. Nada exagerado, apenas verdades, deixar a sua a vida à mercê de outra pessoa não é o certo.
A noite continua agradável, abrimos umas garrafas de vinho, lembramos de quando roubamos bebidas escondido deles. Nossa conversa foi até altas horas, até os mais velhos começarem a se retirara para ir dormir. Esperei um boa noite do Pedro, mas não aconteceu. Fiquei preocupada achando que pudesse ter acontecido alguma coisa, mas também não queria incomodar. Então não mandei mais mensagem.