Na manhã seguinte tinha uma mensagem de bom dia dele, eu não estava esperando por ela, mas fiquei feliz que ele mandou.
P: Bom dia.
P: Desculpe o sumiço, resolvendo alguns assuntos.
H: Bom dia.
H: Tudo bem. O seu pai está bem?
P: Esta sim.
P: E o encontro de família?
H: Está bom.
Desta vez conversamos por um tempinho, mas ainda assim, eu estava sentindo ele um pouco distante. E assim foi ao longo do final de semana, completamente diferente, da semana passada que passamos os dias nos falando sempre que possível, desta vez estava sendo só o básico e olhe lá, fiquei frustrada com a situação. Me senti um pouco decepcionada, talvez eu tenha colocado expectativas demais em alguém que acabei de conhecer, e não era bem isso que ele queria.
“Isso que dar ser emocionada Hember”
O Final de semana na fazenda foi incrível como sempre, mas a realidade nos chama, segunda de manhã faculdade e logo em seguida estágio.
Depois que cheguei, fiquei imersa em tantas papeladas que m@l me dou conta das horas se passando.
- Boa tarde. Hember, podemos nos falar um minuto? – Natan me chama da porta do seu escritório. Ele chagou a pouco tempo de uma reunião no gabinete do juiz que está no caso dos atores.
- Claro – me levanto e vou direto para sua sala. – Sim?
- O juiz aceitou a prova gravada da Priscila pedindo dinheiro para desistir do filho. – Ele diz com felicidade, ele gesticula com as mãos – Caso anulado. Meus parabéns! – fico feliz, ganhar um caso antes mesmo dele ir em audiência, é sensacional!
- Obrigada! – desta vez não fingi modéstia, estou feliz que a minha ideia trouxe uma das maiores contas para o escritório.
- Seria quase impossível eu fazer isso com uma estudante – ele começa – Que ainda não tem nem mesmo a carteira da OAB. Mas como sabemos que você vai passar, e eu não quero perder uma mente brilhante como a sua como eu já relatei antes – ele diz subjetivamente – Estou em um momento delicado e gostaria de te oferecer um cargo de associada. Sei que está no seu último semestre. Então o que me diz? - Ele pergunta.
- É sério isso? – digo com um sorriso. Não estou acreditando no que ele esta falando.
- Sim – ele sorriu também – Vou precisar me ausentar por um tempo, razões médicas, mas quero que se torne uma advogada minoritária assim que pegar sua carteira da OAB, e ajude o João a tocar o escritório enquanto eu estiver fora. – Fico de boca aberta, como ele disse isso é quase impossível de acontecer com um estagiário, Natan está me oferecendo uma coisa quase impossível para um estagiário.
- Eu não sei o que dizer... – é uma grande oportunidade. – Isso é sensacional. Mas...
- Você pode pensar sem problema algum. Como eu disse estou te oferecendo o cargo para ir se preparando, mas ele só se torna formal quando me apresentar a sua carteira da OAB.
- Eu vou pensar, mas adianto que estou lisonjeada com a confiança Natan. E me desculpe pergunta. Você está bem?
- Estou sim. O problema não é literalmente comigo. – Ele diz sem ânimo.
- Eu sinto muito. – Sinto a tristeza na sua voz, e isso me deixa triste. Ele dá um meio sorriso. Natan sempre foi muito reservado. E eu gosto disso nele.
- Bem era só. – Ele volta sus afazeres e eu volto para minha mesa pensando essa proposta maravilhosa, é um verdadeiro alavanca na minha carreira.
Ficar com o nome afrente de um grande escritório como este vai ser incrível, só tem um problema resolver a minha situação com o João, não posso deixar que ele me atrapalhe nisso. Não vou permitir que a minha carreira seja prejudicada, por um erro que eu nem mesmo queria cometer.
Faltando pouco para encerra o expediente de hoje, já estava com todas as minhas coisas na mão indo em direção ao elevador, Quando João me chamar na sua sala. Creio eu que ele só estava esperando o Natan ir embora, para me chamar. Quase tosos do escritório também já se foram, nos últimos dias estava evitando ser a última a sair daqui. Mas acabei me perdendo no horário.
- Hember, posso falar com você um minuto? – não tem como negar, se eu falar que não as poucas pessoas que continuam aqui podem ver maldade em alguma coisa, ele é o me chefe.
- Sim? – deixei a porta aberta. Fico parada bem perto dela. Não quero criar armadilhas para eu mesma cair.
- Fecha a porta. – Ele diz com calma.
- Eu prefiro assim. – digo olhando para trás. Ainda tem algumas pessoas no escritório, então fico segura com a porta aberta.
- Hember, precisamos conversar. – Ele esfrega o resto.
- Se me chamou aqui para falar de assuntos pessoais...
- Eu não consigo esquecer aquele beijo “tá” legal! – ele fala de forma explosiva.
- Shiu! – faço sinal para ele ficar em silêncio – O que você quer prejudicar a minha carreira?
- Não, sabe disso. Eu estou de fato apaixonado por você de verdade – Sinto a urgência na sua voz.
- Não isso não pode acontecer. Entende uma coisa, você não pode estar apaixonado por mim. Tem que estar pela sua esposa, pela sua família, seus filhos.
- É esse o problema então. Minha família? – ele se levanta.
- Não, o problema foi eu ter confundido as coisas, eu podia ter cortado a sua investida no primeiro segundo e nada disso estaria acontecendo agora. – Digo com raiva de mim mesma.
- Mas aconteceu e eu não consigo esquecer aquele beijo... – ele se aproxima, e confesso que eu esperava outra reação de mim mesma. Como da última vez não sinto borboletas no estômago, pelo contrário fico bem irritada com o fato dele ainda insistir nisso. Ele fecha a porta.
- João, sei que dei a entender que nutria sentimentos por você. Mas eu estava enganada. Admiro o seu trabalho, e o advogado incrível que você é, mas é só isso. Felizmente eu consegui ver isso a tempo. Ates de uma tragedia.
- Eu sempre vou cuidar dos meus filhos, mas posso largar a Cristina. – Ele tenta me beijar. Empurro ele com forca.
- O fato de você querer abandonar a sua esposa gravida, só me mostra que eu estava realmente enganada. – Abro a porta e saiu da sala dele o mais rápido que consigo. O escritório agora estava vazio. Que droga eu me meti novamente, nos dois aqui sozinhos.
- Você não pode simplesmente negar o que sentimos uma pelo outro Hember. É por causa daquele cara? O tal do Pedro? – como assim ele sabe o nome dele? Carla, só podia ser eu sabia que não posso confiar nela. Mas também que diferença faz, eu não pedi segredo mesmo.
- Não é por isso João – aliás do jeito que o Pedro, não fala comigo direito há dias não sei nem se existe alguma coisa.
- Então o que é? – ele pergunta se aproximando. Eu estou tão exausta desse assunto. Eu só queria voltar no tempo e mostrar para o João que o sentimento não é recíproco e fazer ele esquecer de uma vez por todas aquele beijo.
- João eu confundi as coisas, achei que sentia o mesmo por você, mas não, eu te admiro muito como profissional e só. Se você continuar me assediando desta forma vou ter que tomar ouras providencias. – Seu semblante muda
- Você o quê? – ele estava com raiva.
- Exatamente o que você escutou. Não quero chegar a esse ponto. Mas eu já deixei claro com todas as letras para você que eu não quero nada com você. Aquele beijo foi um erro e estou pronta a pagar por ele se for preciso. Mas não vou mais deixar que você continue com as suas investidas, entendeu? – ele não esperava essa minha reação posso ver nos seus olhos que o que ele esperava é que eu fosse feito uma i****a me jogar nos seus braços.
- Hember eu...
- Oi? – nós dois nos viramos para o elevador de entrada ao mesmo tempo, em que escutamos a voz.