- Hember o que faz por aqui essa hora? – Não era o porteiro e sim o João.
- Há, oi João, eu estou finalizando alguns tópicos para a reunião de amanhã cedo antes da audiência. – Digo sem jeito, é incrível como a sua presença me desestabiliza.
- É, e ainda tem gente que diz que você está a ganhar destaque na empresa por favoritismo não é mesmo - fico um pouco acanhada com a sua fala dou um pequeno sorriso e continua a arrumar as minhas coisas - Você quer carona? – ele estava indo em direção à porta. Mas, para e pergunta.
- A não obrigada, eu estou de carro - João continua parado a minha frente me analisando fico um pouco envergonhada, mas não digo nada, até que terminar de juntar todas as minhas coisas, me levanto, ainda nervosa com os seus olhares, um movimento em falso, deixo pasta com os papéis cair no chão, ele vem ao meu encontro se abaixa junto comigo para me ajudar a juntar os papéis. Em um determinado momento as nossas mãos se tocam o meu coração fica acelerado, sinto aquele friozinho gelado na barriga com o seu toque. Deixa de ser i****a Hember, para com isso ele é casado! Vocês não podem ter nada. Repito isso na minha mente algumas vezes, não podemos ter nada. Isso tudo não passa de uma fantasia da sua cabeça, é só manter o autocontrole que logo isso passa.
- Sabe - ele começa a falar olho para ele que parecia um pouco nervoso, ele dá um pequeno pigarro e continua - Eu acho que o Téo não está totalmente errado. - os seus olhos ficam fixados no meu quando ele diz - De fato eu sinto algo diferente por você. – Suas palavras acertam o meu estômago de uma forma diferente.
- João não faz isso... - me afasto dele como se tivesse sido queimada, fico de pé colocando as coisas na mesa.
- Eu sei que é errado, eu sei que eu não poderia nem ao menos falar sobre isso com você, mas por favor me diz que o que eu sinto não é unilateral, me diz que eu não sou louco e que você sente o mesmo porque as semanas eu estou, ficando maluco sem conseguir tirar você dos meus pensamentos. Não é possível que isso seja só da minha parte, não é possível que você não sinta nada. - o meu coração batia feito louco com as suas palavras, a minha respiração estava completamente acelerada isso é loucura demais, não podemos sentir isso um pelo outro, ele é meu chefe, e é casado! Tem um filho e a esposa está grávida do segundo bebê. Não posso fazer isso.
- João, por favor, isso não pode acontecer, não pode! Você é casado, tem um filho e outro a caminho. Eu não me quero me meter na sua vida, não quero estragar a sua vida e muito menos a minha, por favor não faz isso – respiro me afastando - Eu não posso sentir o mesmo, não quero sentir o mesmo - faça uma pequena pausa respiro algumas vezes – Na verdade, eu preciso parar de sentir, não pode ser...
- Então, eu não estou louco, existe uma química? - ele me pergunta.
Fico em silêncio enquanto João se aproxima lentamente de mim, eu não quero, não quero deixar que isso aconteça, mas não consigo me mexer sei por que ele está se aproximando sei o que ele pretende fazer, vejo nos seus olhos o que ele pretende fazer, mas não consigo me mexer ficou simplesmente ali parada. Os nossos olhos conectados ainda, enquanto ele se aproxima mais e mais. A cada passo meu coração dando um pequeno salto. A sua mão direita faz carinho no meu rosto, seu toque é macio e quente fazendo o meu coração se aqueça um pouco.
- Existe uma química, mas ela não pode existir. – Digo fechando os meus olhos. Uma única lágrima escorre do meu olho. Antes mesmo de abrir os meus olhos novamente sinto os lábios do João nos meus, o seu beijo era macio e suave, como eu sempre imaginei que seria.
Delicadamente ele vai aprofundando o nosso beijo. Eu queria muito parar queria-me afastar dele, mas algo mais forte me segurava ali parada aquela sensação maravilhosa de finalmente poder sentir o seu beijo, de estar nos seus braços.
João intensifica o beijo, invadindo a minha boca com um pouco mais depressa agora. Os seus braços passam pelo meu corpo, me envolvendo num abraço apertado. João desce a sua mão até a minha coxa me puxando ainda mais para perto dele, sinto o volume nas suas calcas pressionando contra o meu corpo. Então me dou conta de quanto e******o isso é, o que mais um homem casado iria querer da sua assistente? Essa não sou eu, eu não sou o tipo de mulher que se envolve com um homem casado, muito menos quando sua esposa está em um momento tão delicado. Uma onda de náusea toma conta do meu corpo, sinto nojo de mim mesma. Coloco as minhas mãos no sei peito e empurro ele.
- Não! João, não podemos fazer isso... – ele não se afasta.
- Por quê? Não dá para ir contra isso que sentimos. – Ele continua a espalhar beijos pelo meu pescoço se esfregando em mim. – Eu estou apaixonado por você desde o dia em que eu te vi Hember tentei muito ir contra isso, mas é impossível. – o meu coração acelera tanto quando ele diz isso. – Eu vou deixar a Cristina e assumir para todos o quanto sou louco por você...
- Não! – ele só pode ser louco se vou concordar com isso, ele deixar o filho, e a esposa gravida, por minha causa. Eu nãos sou capaz disso. – Para João isso foi um erro – empurro ele com mais forca desta vez consigo-me afastar completamente dele.
- Hember, eu...
- Não diz mais nada... – n**o com a cabeça.
Pego as minhas coisas e saio o mais rápido possível dali. Por sorte o elevador estava parado no andar, entro o mais rápido possível. Para piorar ainda mais o estacionamento do prédio estava em manutenção, estamos usando o estacionamento do outro lado da rua, assim que o elevador parou na portaria eu saio correndo do prédio. Não quero que de tempo de encontrar com o João. O estacionamento do outro lado provavelmente está vazio a essa hora, o que daria margem para ele se aproximar novamente. E eu não sei se sou capaz de resistir a ele. Não posso confiar em mim e nos meus sentimentos. Esse beijo foi um grande erro, que pode custar tantas coisas nas nossas vidas.
Sai na porta do prédio olhando para trás me certificando que ele não desceu ainda, acabo colidindo em alguém. E como há alguns minutos todas as minhas coisas estavam no chão novamente.