Henrico Rossi
Carolina era uma mulher linda, inteligente e interessante. Tinha tido um término de relacionamento tão' r**m quanto o meu e a melhor parte é que ela deixava claro como ela não queria ter de se casar novamente. A verdade é que estar com uma outra mulher, pensando em ter algo totalmente s****l e carnal com ela depois de um ano, me lembrava a minha adolescência.
Meu intercâmbio foi repleto de garotas e sinceramente, eu era muito feliz nessa época. Eu, simplesmente, não precisava me importar com os sentimentos alheios e mesmo que eu gostasse do s**o com a Nina, eu tenho a noção de que era porque eu a amava muito. Ela não era tão boa assim de cama, na verdade.
Entretanto, eu a amava demais para ter um casamento infiel, como os de muitos homens que eu conhecia. Eu não conseguia fazer isso e levava mais como caráter a qualquer outra coisa. Me agradava bastante poder conviver com uma mulher por s**o novamente. Não tinha responsabilidades afetivas e não passava de uma relação carnal. Eu poderia desejar mais do que isso?
— Não imaginei que você fosse ser tão interessante. — Comentei, dando um gole na minha cerveja.
— Ah, é? — Ela deu uma risada sedutora. — E porque?
— Ah, sabe como é.. — murmurei. — Passei a língua nos meus próprios lábios. — no mundo em que eu vivo, as mulheres não costumam sentar para conversar sem pensar em trabalhar.
— Eu fui assim, não exatamente assim, mas fui. — ela deu um sorriso sem graça e encostou na espreguiçadeira, me encarando. — Eu era nova quando eu me casei, então.. eu estava muito animada para que tudo acontecesse rápido, todas as minhas amigas estavam casando e o Brandon parecia ser o cara dos sonhos. Ele era tudo aquilo que os meus pais amavam, um homem rico, de família, bonito e educado. Quando nós nos casamos, uma semana depois, descobri que ele estava falido.. meus pais ficaram completamente chateados e sinceramente, eu também, não pelo dinheiro, mas por ele ter mentido e escondido algo assim de mim. — ela olhou para um ponto distante. — Você sabe.. passamos cinco anos juntos, enquanto eu o sustentava porque o amava, bom, sustentava a ele e ao seu número exôrbitante de amantes e no fim, quando eu descobri todos os podres dele, ele pediu para que a gente terminasse. Eu fiquei destruída, eu não sabia o que fazer na época, ele saiu da nossa casa e voltou a morar com os pais na casa que eu bancava, e bom, ele nem se importou em ler o contrato de casamento, ele só ignorou tudo e assinou, pois estava muito desesperado para não ficar pobre, afinal, ele nunca me amou. Resumidamente, nós nos casamos com separação de bens¹ e ele e a sua família, que durante todo o divórcio debocharam, me humilharam e deixaram bem claro que nunca me suportaram, saíram sem nada de tudo isso. Eles foram perdendo os bens, e eu comprei a casa que eles moravam assim que eles foram despejados pelo banco. Alguns meses depois, ele veio me pedir perdão, dizendo que errou e que sempre me amou, mas eu já tinha superado, então..
— Eu estou chocado com o fato de ele ter voltado para pedir perdão. — Comentei.
— Eu não, acho que foi pelo fato e eu ter esperado ansiosamente para ele voltar rastejando até mim. — Passei a língua nos lábios. — Eu contei os minutos, até que ele bateu na minha porta.
— O que aconteceu com a família dele? — Perguntei, curioso.
— Eu não sei ao certo, mas ouvi dizer que o pai vendeu as ações e investiu em uma empresa pequena, a esposa foi enxotada de todos os eventos da classe alta e ele teve que começar a advogar. — Ela deu de ombros. — Eles moram em um apartamento na Califórnia de dois quartos, mas confortável. É em um bairro um tanto quanto nobre, mas não ao nível em que eles foram acostumados.
— É bom ver pessoas escrotas se fodendo no final. — Eu falei, rindo.
— Concordo, é muito, muito bom. — Ela bebeu um gole da sua garrafa d cerveja.
Carolina era uma mulher diferente das mulheres que eu conheci durante toda a minha vida. Na verdade, eu me perguntei onde ela esteve escondida por todos esse tempo. Ela não tinha limitações e nunca teve. Ser criada fora da máfia ajudou muito no seu caráter, mesmo que eu ache que isso pode, de alguma maneira, a colocar em muitos problemas.
Ela não têm limites, ela faz o que quer, na hora que quer e isso me deixa um tanto quanto preocupado. Eu sei que eu não deveria, mas criei uma consideração pela moça. Não é somente t***o acumulado, é muito mais que isso. A garota é carne nova e eu conheço todos os bundões que convivem em volta de nós.
Senti uma mão tocar o meu ombro e olhei para trás.
— Vamos conversar, antes que você se torne um bêbado. — Ele resmungou.
O encarei com uma carranca, me levantando e parando frente-a-frente com ele. Vicent conseguia ser muito direto e duro quando queria.
— Capo. — Carolina murmurou,
— Carolina. — Vicent respondeu, e se virou saindo.
Meus olhos se encontraram com os de Carolina e ela fez uma careta para mim, dei uma risada. Andei atrás de Vicent, indo para dentro da casa.
— Já arrumou uma nova namorada? —Beatrice murmurou, passando requeijão em um pão.
— O que? — Perguntei, com a sobrancelha levantada.
— Isso mesmo que você ouviu. — Ela disse, e lambeu os lábios. — Eu percebi que você arrumou um chaveirinho'.
— Olha, se eu.. — comecei a falar, mas Vicent a interrompeu.
— Qual é, Beatrice? — Ele perguntou, era claro que ele não tinha o mínimo de paciência com a mais nova. Ela não tinha mesmo limites. — Você vai começar?
Ela encarou o cunhado e pegou o pão da bancada, indo até a porta batendo os pés e sumindo da nossa visão.
— Ela têm a p***a da sorte de ser irmã da Isabela. — Ele resmungou e voltou a sair.
E era verdade. Ela não tinha recebido um castigo ainda por ser irmã da Isabela. Entretanto, nós deixávamos claro que, no dia que isso acontecesse fora da nossa casa, e que alguém solicitasse um castigo por algum motivo, nós não teríamos muito a fazer.
Ela nunca se importou, afinal, ela nunca passou por alguma coisa que a fizesse ter medo da repreensão.
Eu gostava dela, gostava muito, mas as suas atitudes me faziam querer gritar com ela, muito alto. Ela era uma pessoa esgotante, com todas as suas reclamações, deboche e surtos. Eu sei que ela era jovem e queria ter a própria personalidade, mas eu acho que ela precisava entender que não era assim que as coisas funcionavam no nosso mundo.
Entrei dentro do escritório de Vicent e me joguei na cadeira a sua frente. Ele deu a volta na mesa e se sentou na habitual cadeira de todos os dias.
— Serei bem direto com você.. — ele resmungou, abrindo a gaveta e pegando um cigarro. Ele o levou aos lábios e o acendeu com um isqueiro prateado. — Alguém precisa colocar rédeas em Beatrice, ela têm pouco tempo para arrumar um casamento e parece que ela não liga a minima para isso, pode parecer que não, mas eu me importo se algum crápula vai pôr as mãos naquela garota e ela sabe que eles não costumam ter limites quando elas são abusadas. — Eu assenti, entendendo tudo o que ele dizia. — E, talvez, eu nem possa fazer alguma m***a se isso acontecer, temos que ter testemunhas e provas, e eles nunca querem deixar provas, veja Yelena. — Limpei meus lábios e me ajeitei na cadeira.
Eu não queria pensar em qualquer homem tocando em Beatrice, machucando-a como se ela não fosse nada. Ela era muito, ela era muita coisa. Na verdade, me admirava saber o quão forte ela era. Mas sabia de todas as coisas ruins que podiam acontecer se ela fosse assim fora do nosso ciclo.
Ele deu uma outra tragada no seu cigarro e me encarou.
— Ela já têm alguns pretendentes e como o homem da família, eu tenho o total direito e dever de escolher o que eu achar melhor. — seus olhos passaram por mim, ele estava um pouco cansado. — Sabe, eu vou chama-la e perguntar quais os mais interessantes na sua visão bobinha e adolescente e depois, espero que ela selecione um descente ou eu mesmo vou ter que escolher.
— Já encontrou o seu favorito? — Perguntei, dando um sorriso de lado.
Eu estava tentando transparecer calma e serenidade, mas por dentro estava odiando cada detalhe disso tudo. Queria que Vicent se fodesse junto com todos os seus pretendentes e que ele os mandasse para o inferno. Mas, eu sabia que era assim que funcionava, ela precisava se casar e c*****o, eu é quem não seria o pretendente. Eu não podia estragar a vida da garota.
— Na verdade, não. — Ele resmungou. — Mas, e a Carolina?
— Ah, o que você quer saber? — Resmunguei. — Eu não tenho nada a dizer.
— Ela é um pouco.. chamativa. — Ele me encarou, e disse baixo. — Nada discreta, para falar a verdade. Mas, a Isabela gostou dela.
— Vocês conversaram sobre? — Eu perguntei, chocado.
— Sim, ontem, antes de nós nos deitarmos eu tive uma conversa beeeem' longa com ela sobre como vocês eram perfeitos para terem um... "rolinho". — Ele fez aspas com os dedos.
— Rolinho? — Franzi a testa.
— Tive a mesma reação quando essa palavra saiu da boca da minha esposa, eu nunca imaginei que ela apoiaria uma coisa dessas. — Ele riu e passou a mão na testa. — Mas, ela quer muito que você e a Carolina se deêm bem e que tenham o rolo de vocês.
— Ela é uma mulher bonita, interessante e sinceramente, ela tem um ótimo papo, se nós acabarmos indo para a cama, só vai ser isso e nada mais. — Comentei.
— Imaginei, você sabe que não têm que ficar se privando de sentimentos por causa de Nina, você não foi o culpado de ter aberto seu coração para ela, ela foi a errada da história.
Rolei os olhos e o encarei:
— Não quero mais falar disso, podemos falar de Beatrice?
—
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