Capítulo Seis ( Arthur Karelly)

1411 Words
Não é justo Você realmente sabe como me fazer chorar ( Billie Eilish: Oceans eyes) Neusa Cumbe Faz uma semana que nós chegamos a casa da praia dos Karelly, faz sete dias que voltei a este inferno. Faz sete dias que eu durmo no quarto dele, sentindo o cheiro dele e imaginando ele comigo. — Então, como vão as coisas na faculdade minha querida — o velho Ares Karelly interroga. O que foi? Ele está querendo saber se sou um bom partido para a sua família? Ele quer me comprar para pôr juízo no filho dele igual os velhos dos filmes e novelas? — Eh! Muito bem senhor Karelly, estou no segundo ano de Química marinha — retruco com todo o meu orgulho. Quero que ele escute, para que mais tarde ele dê uma bronca no filho por ele ter perdido uma namorada tão incrível igual a mim. — Fico feliz minha querida, continue assim — ele amplia ainda mais o sorriso, ele ganham um aspecto macabro e esquisito. Esse velho desgraçado está mesmo vendo a possibilidade de me ter na família dele, está mesmo pensando que eu vou entrar para a família dele? Que louco. — Obrigada tio Ares — uso o tio só para provocar ele. O velho Karelly está com crise de meia idade, ele odeia a ideia de ser chamado de velho ou coisa parecida, qualquer coisa que o recorde que ele está um pouquinho mais velho, ele automaticamente detesta. Ele pinta o cabelo de preto, para tentar esconder suas mechas grisalhas, veste roupas que não são da idade dele. Não que fique f**o nele, mas fica estranho num homem de cinquenta e cinco anos. — De nada minha filha, já já você será da família —ela misteriosamente e sorri enigmático. Na época em que eu e Arthur nos envolvemos, ninguém ficou sabendo, pelo menos foi o que eu pensei por muito tempo, mas agora vendo o sorriso enigmático desse velho desgraçado, eu sei que ele sabe de alguma coisa, só se manteve quieto. A mansão é cheia de câmeras, nós dois nunca tomamos nenhum tipo de cuidado com elas, é óbvio que o velho descobriu. Não sabendo o que responder, dou um sorriso sem graça e volto para o interior da casa. A casa está vazia, todas as pessoas estão na praia, só estamos eu, a casa e todos os demônios que insistem e me atormentar durante a noite. Eu não durmo muito bem desde que cheguei aqui, para além de ter que dormir com o cheiro dele por toda a parte, a burra aqui, inventou de dormir com as roupas dele. Dá para acreditar? Que tipo de pessoa drogada sou eu? Estou passando por um processo de desintoxicação Arthural, e ao invés de me abster dele, que é a minha maior d***a, eu aumento a minha dependia por ele, vestindo as roupas dele, sim, eu sou uma louca que merece tudo que está acontecendo. Entrando mais a fundo no Interior da mansão, vou até o quarto de jogo. O rico inventa cada coisa, sala de jogos para uma família que tem só um filho. Quando Arthur ainda estava aqui, quando nós ainda tínhamos um relacionamento, ele gostava de ficar horas trancado comigo nesta sala, ele adorava fazer jogos mentais com uma pitada de sensualidade. Uma vez, ele me obrigou a sentar sem roupas na mesa de bilhares dele, nós teríamos uma prova de química depois daquele final de semana. Eu me sentei nua na mesa, ele ficou entre minhas pernas fazendo perguntas que provavelmente sairiam na prova de química, para cada questão acertada, ele chupava uma parte do meu corpo ao ponto de me deixar louca, para cada questão errada, ele parava tudo e recomeçava tudo de novo. Foi uma forma bem interessante de estudar, eu me recordo das respostas até hoje. — O que faz aqui, está com vontade de jogar— a sombra do meu irmão, surge do nada, quase me matando de susto. Meu coração pula em meu peito, feito um louco. Fiquei tão imersa em meus pensamentos que nem sequer notei ele entrando. — Aí seu Júnior, quer me m***r do coração? — berro com a mão ainda no peito, meu coração ainda palpita freneticamente. — A culpa não é minha se você fica a viajar na maionese — junior comenta desrespeitosamente. A vantagem de ter um irmão mais novo adolescente, é que você pode contar com ele para fugir de casa, eles acobertam qualquer coisa, mas em compensação, vem uma bagagem enorme de desrespeito, sem contar que Júnio está na idade de pensar que sabe tudo. — Queria jogar contigo, mas você tem mania — murmuro irritada com a minha melhor cara de brava e me retiro da sala, deixo ele sozinho com o desrespeito dele. Se ele quer ser m*l educado, que seja, mas ele não será m*l educada em cima de mim, ele vai ter que arranjar outra pessoa para aturar ele. Na sala, minha mãe e tia Sheila, estão conversando, preparando uma cesta com várias comidas. — Oiii, o que estão a preparar? — questiono super feliz, tentando me distrair com qualquer coisa que eu puder fazer para tirar a minha mente dele, é bem vinda com todo o meu desejo. Pego num copo e me sirvo de um bom sumo de ananás, o favorito dele. Filho de rico gosta de cada coisa, onde que ananás foi feito para ser sumo? Ananás foi feito para ser comido naturalmente, mas o desgraçado do Karelly, parecia viciado em tudo que envolvesse ananás, inclusive o sumo que tem um cheiro estranho. A geladeira, está cheia de coisas que ele gosta, desde sumos a bolos, as cozinheiras capricharam em tudo, como se ele estivesse voltando. Nem quero pensar nisso. — Estamos a organizar as coisas para a nossa seia de boas vindas, ao novo ano e Ares quer comemorar a volta do Arthur — tia Sheila fala feliz da vida, como se fosse simples, ele estar de volta a minha vida, depois de tanto tempo fora. Ele vai voltar sem mais nem menos, ele vai invadir tudo, novamente, sem pedir permissão, ele vai tomar tudo que era seu inclusive o meu coração. — Ah! Ele vai voltar, quando? — murmuro fazendo o meu melhor para parecer indiferente, mas a verdade é que, eu não consigo nem me manter em pé, eu quero chorar, gritar, ligar para ele e expulsa-lo novamente. — Próxima semana, ele está de volta, está feliz? Vocês costumavam ser muito amigos quando crianças — ele questiona super feliz da vida. Se eu estou feliz? É claro que eu estou feliz, ele vai voltar, o homem que partiu o meu coração e destruiu ele, vai voltar para terminar o serviço dele, ele vai voltar para completar a missão dele que é acabar com a minha vida. — querida, pode entregar Ares esse celular, Arthur está ligando — ele me entrega o celular, na mesma hora o copo em minhas mãos escorrega, por sorte consigo segurar ele. Estou fazendo a cara de Booker King agora, não sei se rio ou se choro. — Tio Ares, Arthur está ligando — grito e aceno para ele, ele e o meu pai estão do outro lado da praia, sentados relaxados em suas cadeiras. O velho desgraçado faz um gesto para que eu atenda o celular dele. O destino é uma c****a mesmo, eu sou muito azarada, só pode. « Oi pai, passando para informar que perdi o meu vôo, chegarei daqui a dois dias ou mais » Escuto sua voz do outro lado da linha e ela não parece mais a mesma, antes ela era a voz de um adolescente passando pela puberdade, ela era uma mistura de tons, as vezes mais graves, às vezes mais suaves, e agora ela simplesmente, está no ponto certo. Uma mistura eloquente entre grave e profunda, parece a voz de alguém acordando depois de uma resseca. A voz que molha sua calcinha em questão segundos, o tipo de voz que você quer ouvir por toda a vida, o tipo de voz que se gritar ela é minha, você se entrega de corpo e alma. « Pai você está me ouvindo? Eu vou me atrasar, é só isso, tchau » Ele aumentou algumas notas, mostrando sua irritação. Até irritado a voz dele é irreversível. Minha pele inteira está arrepiada, minha calcinha está molhada, meus ouvidos estão zumbindo, eu ainda posso sentir o sussuro dele em meu ouvido.
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