Venha dar uma volta na zona de perigo
Você sabe que meu namorado tem me irritado
( Doja Cat: Need to know)
Arthur Karelly
Faz duas semanas que voltamos de Bilene, desde então, não tenho falado com a minha deusa. Ela ficou bem chateada comigo depois do episódio na sala de jogos, chateada é pouco, ela quer que eu morra electrocutado, isso sim. Ela tem evitado ao máximo vir na minha casa, segundo o d***o do irmão dela, ela tem andado muito ocupada com a faculdade. O d***o me confirmou, ela realmente tem namorado, parece que é um ex carrapato dela, eu me recordo dele, na época de escola, ele sempre foi obcecado por ela, nem acredito que agora ele finalmente conseguiu o que queria. Mas isso não é um problema para mim, ficou claro para mim naquela mesa de jogos, que eu sou a razão de ela gozar, eu faço tudo com ela, ela ainda é minha, só falta ela admitir para si mesma.
— Onde vai com tanta pressa? — minha madrasta me interrompe assim que me vê descendo as escadas.
Essa senhora é tão fofoqueira que, o que faltou nela de altura foi tudo para a fofoca, não é possível. Ela está parada no pé da escada, com braços cruzados e cara de poucos amigos.
— Vou me matricular, esqueceu que ainda sou um jovem estudante — retruco com humor mas a cara dela não muda parece que ela realmente descobriu algo que fiz e não está muito feliz com isso.
O que será que ela descobriu, desde a minha chegada a Moçambique não aprontei muita coisa, muito pelo contrário, tenho estado muito bem comportado, eu ando muito na minha, não fiz nada de tirar os cabelos dela ainda.
— É bom que só vá fazer a matrícula — ela fala num tom de aviso..
Que outro lugar eu Iria além de fazer a matrícula? Eu nem tenho amigos aqui, todos os meus amigos da época de escola agora, são homens de família, não curtem a mesma vibe que a minha, eu voltei a ser um lobo solitário novamente.
— E onde eu iria minha filha, esqueceu que não tenho mais amigos? Sou um lobo solitário agora — faço uma falsa cara triste, mas ela não se abala, parece que realmente descobriu algo muito grave.
O que foi que eu fiz de grave desde que voltei a Moçambique? Além de comer a minha ex-namorada gostosa, escondido dos pais dela, outra coisa terrível que fiz foi só invadir a casa dela, mas isso ninguém sabe, a menos que tenham encontrado às calcinhas dela no meu quarto.
— Lobo solitário — minha madrasta Murmura me batendo com as calcinhas. Como é que ela encontrou isso? — Você virou um stalker agora? Que história é essa de roubar as calcinhas da Neusa, como você roubou isso, invadiu a casa dela? Que loucura é essa menino — minha madrasta berra me batendo com as calcinhas na cara.
Poxa a vida eu escondi elas muito bem, eu só tiro quando quero sentir o cheiro dela. Na casa dela não tem câmeras é fácil invadir um lugar assim, eu nem sequer fiz algo com ela, só fico observando ela dormir e as calcinhas são só a minha recompensa.
— Como você encontrou isso? Eu guardei muito bem — indago levando minhas calcinhas de volta, Poxa a vida, a falta de privacidade nesta família é f**a.
— Então você assume que são calcinhas dela, seu t****o — minha madrasta puxa minha orelha e me obriga a ficar da mesma altura que ela.
Eu realmente estou levando bronca da minha madrasta, como se ainda tivesse Oito anos, se a minha orelha não estivesse doendo tanto, eu juro que me matava de rir agora, mas a cara de brava dela, combinado com a sua mão na minha orelha, não é uma opção que me dá chance de fazer piadas.
— Ai, aí, aí, Sheila a minha orelha, foi ela quem me deu as calcinhas, eu juro para você — tento tirar a mão dela da minha orelha, mas ela aumenta ainda mais o aperto, faz com que a dor se torne insuportável.
Minha madrasta me obriga a subir as escadas, ainda com a orelha em sua mão ela me puxa até o escritório, no caminho nós encontramos minha irmã que ri assim que nos vê passando.
— Uwa! Mano lhe puxaram orelha, fez coisa f**a — minha irmã fica rindo no corredor e a babá dela faz um esforço enorme para não rir também da situação.
Minha madrasta me impura até o escritório, entra e tranca a porta. Procuro a cadeira para me sentar porque a bronca que vem é tão grande que, vou precisar de ajuda divina para sair dessa.
— O que você tem na cabeça Arthur, a empregada encontrou as calcinhas dela no seu quarto, ela nem sequer sabia agir, já imaginou se ela tivesse entregue ao seu pai? Você estaria frito agora — minha madrasta dá voltas pelo escritório.
Ela tem razão em estar preocupada comigo, se o velho Ares, tivesse visto as calcinhas no lugar dela, ele com certeza, faria um escândalo de filho macho, falaria para os quatro cantos isso e com tanto azar que tenho, o meu sogro descobriria de quem são as calcinhas e seria o meu fim.
— Eu sei me cuidar Sheila, quanto ao meu pai não se preocupe, desta vez ele não vai interferir — falo com convicção.
Nós fizemos um acordo há quatro anos atrás, eu deixava Neusa e tudo para trás, estudava na Grécia e assumia os negócios da família, com a condição de ele não interferir no meu relacionamento, caso eu quisesse reatar as coisas com Neusa novamente.
— Até parece que não conhece o pai que tem, acha mesmo que ele vai facilitar para vocês? Pará de ser ingénuo, ele só falou isso para você voltar, ele vai dificultar as coisas sim, você precisa se cuidar, e tomar cuidado com as coisas que faz — minha madrasta fala já calma.
Se existe maior fã do nosso relacionamento, é a minha madrasta, ela faz tudo para ajudar nós dois, inclusive me contar os planos do meu pai. Ela é com certeza fã número um do ship “ Neythur”
— Sabe naquele dia em vocês ficaram trancados na sala jogos, eu tive que inventar um problema de piso naquele local, só para que vocês não fossem flagrados saindo juntos de lá? Eu tive que ser uma óptima atriz para que seu pai e o pai dela, cressem nas minhas palavras — minha madrasta explica e única coisa que consigo é pensar é que, ela é um anjo.
Se o pai da Neusa nos tivesse pego, saindo do mesmo lugar como se não bastasse, ofegantes, seria o meu fim e o fim da amizade entre as famílias. Não é preciso ser um gênio, para descobrir o que aconteceu conosco naquela sala, bastava só ver a forma como respiravamos e pronto. Um mais um é igual a dois.
Depois da bronca da minha madrasta, ela devolveu as minhas calcinhas e eu finalmente pude sair para fazer a minha matrícula, numa universidade diferente da universidade da minha deusa, mas que é próxima a dela. Terei todo tempo do mundo para vigiar ela.
— O que faz aqui? Está a me seguir? — a voz da minha deusa preenche todo o espaço, eu já estava pronto para entrar no carro, mas assim que escuto sua voz paro tudo.
— Oi para você também deusa, mesmo que isso vá te deixar decepcionada , eu não estou seguindo você, vim me matricular — retruco com um sorriso convencido nos lábios.
Como ela com os olhos, de forma descarada. Ela está simplesmente magnífica, fez novas tranças no cabelo, veste uma calça jeans azul e uma camiseta, minha. Os lábios estão pintados com batom preto, mas não muito forte, parece até a cor dos lábios dela.
Okay! Ela me odeia né? Eu creio nisso, mas como querem que eu creia que ela não me esqueceu, se agora mesmo, ela está vestindo uma camiseta minha? Isso não tem lógica certo?
— Vai embora daqui, o que quer? Não bastou o que faz em Bilene — ela me expulsa um pouco alterada.
Ela estão tão nervosa que seu peito sobe e desce freneticamente. Eu não consigo parar de comer ela com os olhos, estou com tanta vontade de c****r os lábios dela, tirar o batom com a minha própria boca. Sentir o sabor de seus lábios. Ela está distraída olhando para mim de uma forma assassina, mas eu consigo perceber, alguém nos observando a distância, alguém não, o rato do suposto namorado dela e ele está vindo em nossa direção, aposto que vai fazer alguma coisa de hetero top com pose de macho alfa.
— Oi princesa, ele está te incomodando — ele chama ela de princesa, olha em seus olhos como se eu não estivesse presente.
Princesa, isso é apelido carinhoso de dar a uma deusa? Isso é falta de originalidade e criatividade, onde já se viu? Chamar ela de princesa, é o mesmo que chamar ela de qualquer coisa, ela é uma deusa, merece ser venerada, merece ter o chão que ela pisa beijado, não qualquer coisa.
— Ah! Oi B, eu estou bem esse é... — minha deusa tenta explicar mas o desgraçado, a cala com um beijo, nos lábios.
Arregalo os olhos incrédulo, assim como eu a minha deusa também fica surpresa, com a atitude, ele está marcando território beijando ela como um animal. Ela nem sequer retribui ao beijo. Meu punhos estão cerrados e eu estou com vontade de bater nele, eu estou mesmo vendo alguém beijar a minha deusa? Acho que não.
— Vejo você na sala — o rato de laboratório fala com um sorriso convencido, como se tivesse ganho alguma coisa.
Ele se retira antes de ela responder algo, ela está incrédula e surpresa com a atitude dele.
— Você gostou do beijo dele? — se estou me humilhando? Sim estou.
— Eu adorei — ela Murmura sem nem conseguir me encarar, maldita feiticeira..
— Aproveita enquanto pode — deixo ela falando sozinha e entro no meu carro.
A desgraçada, simplesmente deixou outro beijar a boca dela, será que a lição que eu dei para ela na sala de jogos não foi suficiente? Terei que dar outra? Terei que ser mais severo? Ela não perde por esperar.