*Lorenzo narrando*
Flashbacks On
Tinha tudo para ser mais um dia de trabalho normal, no calor escaldante do Rio de Janeiro, desde que voltei a morar no Brasil, ainda não tinha ido para as ruas acompanhar o policiamento, então, organizei uma blitz perto da praia e liguei para a delegacia e pedi que preparassem o material do meu novo caso e deixassem em cima da minha mesa, antes de sair de casa me despedi dos meus pais, eles definitivamente, são as duas únicas pessoas que eu amo.
O Tenente Garcia, já tinha parado alguns carros, enquanto eu verificava alguns carros vi ele parando outro, quando liberei o carro que eu estava olhando, escutei ele me chamar, verifiquei a placa do carro enquanto o Tenente falava com o motorista, como não tinha nada errado, andei até a porta do carona e esperei que a passageira descesse.
Assim que a porta se abriu, senti seu olhar fitando meu uniforme, mas não me importei com isso, eu estava hipnotizado pelo corpo dela, quando fitei seus olhos, ela me encarava como se pudesse escutar cada batida do meu coração, desviei meu olhar e me aproximei dela, no modo mais formal possível, ela parece nervosa, seu olhar parece entregar que ela gera problemas pra quem se aproxima, no entanto ela se mantem intacta, isso definidamente, me irrita.
_Preciso da sua autorização para te revistar - Falo e ela respira fundo e dá um breve sorriso
_tenho outra opção? - Ela pergunta
_no momento não - respondo e ela respira e revira os olhos
_então, está autorizado - fala voltando sua atenção a mim
_estique os braços por favor - Peço me aproximando do seu corpo, ela os estica
Passei a mão por seus braços e rapidamente para não a deixa-la constrangida, sabendo que ela poderia ter recusado a revista por não ser uma mulher fazendo-a, quando chego a sua barriga, minha mão toca sua pele por conta da camiseta que deixava sua barriga a mostra, e ela para de respirar por alguns instantes volto a encara-la, seu corpo continua arrepiado e eu estou prestes a agarra-la, tiro as mãos da sua pele e me afasto assumindo minha postura formal de sempre.
_está liberada - Falo e ela em silencio, entra no carro, o cara que está dirigindo fala algo e ela responde o fazendo rir, e assim ele começa a se afastar
_pensei que fosse comer a menina aqui mesmo - Garcia fala dando tapinhas no meu ombro
_O namorado dela falou alguma coisa? - Pergunto e ele gargalha
_. Ah cara, eles definitivamente não são namorados, até por que se fossem, você teria apanhado por comer a mulher com os olhos em plena segunda - Garcia fala e eu começo a rir
_i****a, vamos trabalhar Garcia - Falo e ele concorda com a cabeça, ainda rindo
*** Um dia depois ***
* Laura Narrando *
Acordo com um barulho vindo da sala, a voz da minha mãe parece mais animada do que o comum então, prendo meu cabelo em um coque frouxo, lavo o rosto e logo depois começo a descer as escadas da casa, paralisei no último degrau e encaro os olhos do homem que me olha sorrindo.
_Eu fico dois anos fora pra não ser recebido com um abraço? - Gustavo fala e eu corro para os seus braços, Gustavo me virar no ar e gargalha
_Eu te odeio por ter ido embora - falo ainda abraçada com ele
_Mas me ama por voltar - Gustavo fala e eu bato na sua cabeça e gargalho
_amo muito - falo sorrindo e o enchendo de beijos
_Meu filho m*l chegou e já tá agarrado com essa menina - Analu fala me estapeando pra que eu largasse o Gustavo
_Deixa eu curtir meu amigo tia - Falo e PR gargalha vendo a cena
_Ah pronto, fui trocado - Marcelo fala e Gustavo gargalha
_sou o preferido dessa família, seu adotado - Gustavo fala e eu finalmente o solto
_não fala assim dele garoto - falo me jogando no sofá da sala
_inveja isso - Marcelo fala e faz Gustavo rir
Minutos depois, nossas mães foram preparar o café e Gustavo me fez sentar no sofá para ele deitar e apoiar a cabeça na minha coxa, comecei a fazer carinho na cabeça do mesmo.
_venham comer - minha mãe fala da cozinha
_Opa! Essa é a minha hora de brilhar - Meu pai fala indo até a cozinha e todos rimos
_Família toda reunida, esqueceram da gente - Tia Jade fala entrando com o Tio Cobra pela porta da cozinha
_MINHA DEUSA - minha mãe grita e corre abraçar a Jade
_Oi tio - Falo abraçando o tio cobra
_essa menina sempre foi uma vendida né - Tia Jade fala e eu mostro a língua para ela
_vem aqui, ciumenta - falo puxando ela para um abraço
_cadê o desnaturado do seu filho Jade - PR pergunta enquanto eles se sentam na mesa
_saiu cedo para ir à delegacia - Tio Cobra fala e todos riem
_quem diria que o filho do dono da rocinha iria virar policial - Meu pai fala e eu fico sem entender
_ex dono, cabeça de jaca - Tio Cobra fala batendo na cabeça do meu pai
_tu sempre vais ser dono dessa p***a, irmão - meu pai fala e eu sorrio vendo os dois
Me lembro de pouca coisa envolvendo o Lorenzo, quando éramos pequenos a gente vivia brincando juntos quando nossas famílias se reunião, depois de um tempo a tia Jade disse que ele tinha ido morar fora do pais com o avô, pois o Cobra ainda recebia ameaças e foi melhor para a segurança dele, e desde então nunca mais vi ele.
_Lorenzo virou policial? - Pergunto sem entender
_mais perdida do que vapor novo em tiroteio - Analu fala e eu gargalho
_virou sim, delegado das forças especiais, por isso quase nunca tem tempo para sair daquela delegacia - Jade fala e revira os olhos
_temos um judas entre nós então - Gustavo fala e eu gargalho
_Imagina, Lorenzo não trabalha com nada que envolva o morro - Tio Cobra fala
_ainda bem, se não nossa próxima reunião de família ia ser no presidio - Marcelo fala e todos rimos
_se vocês soubessem o quanto eu estava com saudade - Tia Jade fala
_ainda bem que além de saudade você também lembrou que tem pernas e veio visitar a gente - Minha mãe fala e eu gargalho
_mas a pessoa não pode nem tentar ser fofa com uma jumenta dessas que já vem patada - Tia Jade fala e minha mãe gargalha
_O papo está bom, mas alguém tem que ir liberar os meninos do plantão - falo levantando da mesa
_espera que eu vou com você - tio Cobra fala e eu sorrio
_olha lá em senhor Rafael - tia Jade fala sorrindo para ele
_Bora princesa do Tio - tio Cobra fala e eu pego a minha arma e coloco ela na cintura
Descemos o morro e várias pessoas paravam para conversar com meu tio, seu rosto ganhou uma alegria diferente da que eu estava acostumada a ver, a verdade é que meu tio tinha feito a escolha mais difícil da sua vida quando o Lorenzo nasceu, e que ele sentia falta de estar no morro, olho para ele e sorrio boba, vendo o quanto ele ama as pessoas daqui. Como meu pai mesmo disse mais cedo, o tio Cobra sempre vai ser o dono da Rocinha, ele pode não andar mais com um fuzil atrás das costas, mas o coração dele ainda está no comando desse lugar e isso asfalto nenhum muda.
_você sente saudade daqui né - Falo e ele sorri
_sinto pra c*****o - tio Cobra fala
_E porque vocês não voltam? - Pergunto e ele suspira
_quando eu decidi largar o comando foi para segurança da Jade e do Lorenzo, ser dono desse lugar sozinho era fácil, eu não tinha por quem lutar, mas com os dois, se algo acontecesse eu iria ficar devastado, hoje em dia meu filho se tornou um homem e já sabe se cuidar, mas ainda corre perigo, se eu voltasse, muita coisa iria voltar junto - Tio Cobra fala e eu fico pensativa
_você acha que o Lorenzo não aceitaria? - Pergunto e ele sorri
_Lorenzo ama esse lugar, quando era pequeno vivia correndo por essas ruas, ele aceitaria numa boa, porque isso não afeta o trabalho dele, mas não acho que seja a hora de voltar, está querendo largar o reinado princesinha? - Tio cobra fala me fazendo rir
_jamais! Nosso reinado é tão maravilhoso que até a rainha da Inglaterra sente inveja, mas as cadeiras principais sempre serão sua e da Tia jade - falo e ele ri
_quem sabe um dia - tio Cobra fala assim que chegamos na boca
_VAMO ACORDAR NÉ MEU POVO - grito e os vapores que estão dormindo pulam das cadeiras
_p**a m***a Laura! - Um deles fala e eu gargalho
_podem ir para casa, não quero ver tu aqui até amanhas de manhã - falo e eles saem
Meu tio e eu ficamos na boca até a Tia jade chegar e chamar ele para ir para casa, eles se despediram e então foram embora. Meu pai ficou em casa mas mandou o Marcelo descer e me ajudar com a boca já que o Gustavo foi pra casa descansar e desfazer as malas.
Agora, com o Gus de volta, meu grupo de amigos estava completo, Gus e Marcelo sempre foram meus melhores amigos. Gustavo por ser filho do Tio PR e da Tia Analu e Marcelo por ser quase da família desde que chegou.
*Lorenzo Narrando*
Exatamente as 6:30 da manhã o despertador estourou nos meus ouvidos, acordei em um pulo, respirei fundo e caminhei até o banheiro, tomei banho gelado mesmo pra tirar o estado de choque do meu corpo. Esse é o lado r**m de ser policial e ter trabalhado fora do Brasil, eu vi pessoas morrendo na minha frente durante longos três anos, mas teve um caso que me deixou com esse tipo de trauma na cabeça e desde então, tento resolver esses surtos com um banho gelado e muito trabalho.
Visto meu uniforme da Bope, coloco meu distintivo de Delegado no pescoço e desço as escadas, encontro minha mãe na cozinha tomando café junto com o meu Pai
_Bom dia mãe, Bom dia Pai - Falo entrando na cozinha e beijando sua testa
_Bom dia meu filho - Ela fala com um sorriso de orelha a orelha
_Bom dia Filho, acordou cedo - Meu pai fala e eu encho a caneca de café
_Começo em um novo caso hoje, tenho que chegar cedo na delegacia para ver quem vai fazer parte das investigações - Falo sentando na mesa e tomando meu café
_vamos visitar seus tios no morro hoje, quer ir com a gente? - Minha mãe pergunta e eu nego
_infelizmente eu não vou ter tempo mãe, mas manda um abraço para eles - Falo e ela sorri
_você parece seu pai quando era mais novo - minha mãe fala e eu sorrio
_O senhor era gato assim? - Pergunto e ele gargalha
_Era não, ainda sou - meu pai fala e eu gargalho
_Claro coroa, too indo tá, se cuidem, quaisquer coisas me liguem - Falo e eles concordam
_Coroa é seu vô menino - Meu pai fala e eu gargalho
_Ele também - falo e ele gargalha
_Filho, vai com Deus, te amamos, qualquer coisa avisa que eu desço a p*****a em quer mexer com o meu bebe - Minha mãe fala e eu beijo sua testa
_A senhora é incrível mãe, bebe não faz bebe não - falo e ela gargalha
_Tchau Filho - Meu pai fala e fazemos nosso toque
Minha mãe sempre foi o lado mais sentimental da nossa família, ela e a minha avó são as mulheres da minha vida e as únicas que eu amo. Meu pai é o lado menos sentimental, apesar dele também demonstrar todo o amor que sente pela nossa família, isso eu herdei dele, a personalidade, saber demonstrar meus sentimentos apenas com as pessoas certas, foi ele que me ensinou tudo que eu sei, sobre como ser o homem que eu sou, meu avô foi a parte que me fez querer entrar na polícia, desde pequeno, eu sempre via ele chegando de farda e acho que o fato dele gostar tanto da profissão me fez querer seguir o mesmo caminho, atualmente ele e a minha avó moram bem perto da nossa casa e eu e ele trabalhamos no mesmo setor da Delegacia.
Acelerei meu carro em direção a delegacia, quando cheguei estacionei rapidamente, pois minha vaga fica reservada e entrei na delegacia, avistei Talita, minha secretaria, na recepção, conversando com outra secretaria da delegacia.
_Bom dia, Talita, só me chame se for caso de vida ou morte - Falo e ela concorda com a cabeça
_Entendido Capitão, deixei os papeis do seu caso novo em cima da sua mesa - Talita fala zombando
Talita trabalha na delegacia desde que cheguei aqui, ela é noiva do Mauricio, um dos policiais da minha equipe, posso dizer que temos uma amizade bem forte, ela me ajudou muito na minha adaptação aqui, e o Mauricio se tornou um grande amigo também.
Entro na minha sala e ligo o ar condicionado, o calor do Rio de Janeiro é algo que não estou acostumado ainda, ligo o computador e começo a olhar os papeis que a Talita deixou em cima da minha mesa.
Meu novo caso consistia em uma investigação sobre o tráfico de mulheres comandada por uma máfia americana que supostamente teria se instalado no Brasil, máfia a qual a maioria dos maiores traficantes tinham seus lugares definidos nela. Aparentemente um desses membros estava participando de um caso de tráfico de mulheres ilegalmente para manda-las para o exterior, o caso não citava nomes então, ficaria ainda mais difícil descobrir quem estava envolvido, eu irei precisar reunir os nomes de todos os donos de morro e envolvidos diretamente com o tráfico do pais, para depois descobrir qual deles faz parte da máfia e só então infiltrar alguém.
Rapidamente eu disco os números do ramal que dá no telefone da sala da Talita, ela atende no mesmo instante.
*Ligação*
Fala Lorenzo
Chame meu avô, Xavier, Mauricio, Denis e Betty e mande virem pra sala de reuniões em dez minutos.
Pra já
*Ligação off*
Quando todos chegaram na sala de reuniões eu finalmente joguei a pasta do caso em cima da mesa e respirei fundo para começar a falar.
_eu chamei vocês aqui por que eu sei que vocês são bons no que fazem e eu confio em vocês, hoje pela manhã recebi nosso mais novo caso. A alguns anos a polícia local vem investigando o desaparecimento de mulheres, todas jovens, com dezoito anos completos e órfãs, ou seja, sem família, cresceram em orfanatos de todo o pais, não se sabe para onde elas foram, simplesmente foram embora e nunca mais apareceram na casa onde moravam. O caso piorou quando uma dessas mulheres identificada como Maria Clara fez uma ligação para a central falando que tinha fugido de um prostíbulo, localizado em Vegas e chefiado por mafiosos que também atuavam no Brasil, mas que só um deles fazia o tráfico de mulheres e que o líder da máfia nem tinha ideia antes que ela pudesse falar o nome dos envolvidos, a atendente ouviu disparos e a ligação caiu, Maria Clara foi encontrada morta a algumas quadras do local de onde fez a ligação. Nossa tarefa é descobrir o que essa máfia faz e quem participa dela, sabemos que só os maiores estão envolvidos, então, preciso de fontes que possam render informações, comecem as investigações ainda hoje, é uma ordem - falo e vejo meu Avô mudando o semelhante, ele espera todos os demais saírem da sala e se aproxima
_Lorenzo, podemos conversar? - Ele pergunta e eu concordo com a cabeça
_você se lembra do nosso acordo sobre esses casos que envolvem os morros? Você sabe que eles também fazem parte da sua família - Ele fala e eu concordo
_eu sei vô, não acredito que o Tio DG seja o traficante de mulheres, por isso aceitei o caso, conheço ele - Falo e ele me olha pensativo
_tudo bem, mas tome cuidado, você nunca sabe o que esses casos podem trazer - Meu avô fala e sai da sala
Volto para a minha sala e começo a listar os nomes dos traficantes do Rio, entre eles, meu tio de criação, Diego, sei que ele e o tio PR não estão ligados ao tráfico de mulheres, mas meu avô pode ter razão quando fala que eu não sei o que esse caso pode me trazer, e algo me diz que ele trará muita dor de cabeça e problemas.